Aquela que precisa beber

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POV's Gizelly

Acordei com minha mãe batendo na porta.

- Aconteceu alguma coisa? Você não foi pra escola e não saiu do quarto - falou entrando e se sentando na cama.

• Nada mãe, só estou desanimada com algumas coisas.

- Converse comigo, Gi. Eu sou sua amiga.

• Eu sei, mãe. Não se preocupa, é besteira.

- Então vai tomar banho e vem comer alguma coisa

• Tá bom.

Fui pro banheiro, tomei uma ducha quente, fiquei uns 20min sentindo a água sobre o meu corpo.

- Vem comer - minha mãe gritou.

Sai do banho e vesti um babydoll. Desci pra sala e tomei o café que ela preparou em silêncio.

- Tem certeza de que não quer conversar?

• Melhor não mãe, vamos ver um filme?

- Coloca lá

Escolhi um suspense, minha mãe adora essa temática. Deitei no colo dela e assistimos o filme, ri muito com os sustos que ela tomava durante o filme. Resolvi pegar o celular e responder a algumas mensagens.

WhatsApp on

Ivy

- Por que não foi hoje?
- Tá bem? Tá viva?

• Não queria ver ninguém hoje. Tive alguns problemas, mas amanhã eu vou

- Quer conversar sobre?

• Melhor não
• Preciso espairecer, quer sair na sexta?

- Claaaaro. Pra onde?

• Algum lugar pra beber e dançar

- Vê onde

• Tá bom

Whatsapp off

O filme acabou e fui para o quarto, abri o notebook e deu uma olhada no tumblr enquanto ouvia música no spotify.

Jungle - Drake

"Rock me real slowly put a bib on me.
I'm just like a baby, drooling over you."

"Me balance bem devagar, coloque um babador em mim.
Eu fico igual a um bebê, babando por você."

Resolvi ver algum filme na Netflix, a noite parecia não ter fim. Quando resolvi deitar já era umas 2h da manhã. Demorou um pouco mas peguei no sono.

O alarme tocou as 7h. Levantei contra a minha vontade como de costume.

Hoje é quarta, 2 horários seguidos de aula dela. Pedi forças aos céus internamente. Me arrumei rápido, e fui pro ponto, peguei o ônibus que estava vazio e fui viajando naquela bendita noite na boate. Não tinha como pensar em outra coisa?

Sai naquela noite pra curtir, mas te encontrei, te beijei e agora não sei.

Cheguei na escola cedo, 7h20.
Os portões ainda estavam fechados, então fui pra uma pracinha próxima, coloquei a bolsa no banco e me sentei na mesa de cimento, peguei meu celular e os fones de ouvido e um cigarro. Eu não tinha costume de fumar durante o dia, embora eu adore fumar, odeio o cheiro que o cigarro deixa no fim. Enquanto tragava, me senti em paz por alguns minutos.

O 500 azul dobrava a esquina, era ela. Passou o carro devagar por mim com um olhar indecifrável. Virei o rosto. Não queria olhar. Então ela seguiu com o carro e estacionou, da praça pude ver que ela ainda me olhava enquanto travava o carro.

Resistindo às Tentações Onde histórias criam vida. Descubra agora