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— Senhor, por favor, nos acompanhe — um policial me pediu enquanto a correria tomava conta da sala de audiência. Tentei me aproximar de Theo, mas uma barreira humana me impedia de ver ele estava bem.

— Ele é meu segurança e amigo. Deixe-me ver se precisa de algo.

— O melhor é que todos saiam para que o atendimento médico seja mais rápido, senhor. Por favor, coopere conosco. — Mesmo contra a minha vontade, vi que ele tinha razão.

Decidi ligar para Adam, irmão de Théo. Não era uma notícia fácil de dar por telefone, mas ele precisava saber como seu irmão estava. Afastei-me da confusão, com repórteres, pessoas circulando e policiais tentando esvaziar a sala. Encontrei um lugar mais tranquilo e peguei meu celular. O telefone tocou várias vezes antes de ser atendido.

— Bennet.

— Adam, sou eu, Lucas. Preciso que você venha urgentemente para o fórum.

— Meu irmão está bem, Lucas?

— Não sei. Não me deixaram chegar perto dele. Fábio tentou atirar em mim, mas seu irmão me salvou mais uma vez. Estou muito preocupado.

— Já estou saindo da empresa. Te informo algo em 30 minutos. Você está com algum segurança?

— Não!

— Que droga, Lucas! Você sabe como Theo é. Procure algum segurança e não saia daí até eu saber o que está acontecendo.

...

Depois de 30 minutos, Adam, irmão mais velho de Theo, descobriu que ele havia sido levado para o hospital Silvino Macedo, localizado a duas quadras do fórum. Com três seguranças me escoltando, cheguei ao hospital. Era um hospital particular e, como tínhamos plano de saúde com cobertura total, não precisávamos nos preocupar com burocracia.

Encontro Adam na recepção, ele, alto e musculoso, contrastava com seu irmão, mais corpulento. O seu semblante era fechado. Eles viviam nesse mundo desde a infância, por causa dos pais militares. Mas quando algo acontecia com a família, parecia que até os mais fortes perdiam as forças. Não era diferente com eles.

— Tudo bem, Adam? — cumprimentei-o, apertando sua mão. Ele indicou o caminho.

— Sim, foi só um tiro de raspão. Só não entendo como deixaram aquele sujeito se aproximar.

— Também não entendi, quando percebemos tudo saiu do controle.

— Meu irmão me pediu para levá-lo em segurança para o local onde estavam antes de ele sair daqui.

— Tem como voltarmos para casa, Adam? Estou cansado e só quero descansar.

— Prefiro seguir o plano do meu irmão, Lucas. Entenda a situação ele me colocou para cuidar da sua segurança. Enquanto ele estiver em observação, ficaremos aqui. Amanhã mesmo ele vai ter alta, se é que ele não decidir demolir o hospital por causa do sedativo que lhe deram. Provavelmente só acordará amanhã. — Depois dele fazer algumas ligações, seguimos para o sítio.

...

Nosso esconderijo, um sítio distante da cidade, está cercado por homens de confiança de Theo. Após uma hora e meia de viagem, finalmente chegamos. A casa, simples, mas espaçosa, possui três quartos e dois banheiros. Dirigi-me diretamente para o quarto que ocupo há algumas semanas.

Estou exausto.

Os últimos dias foram extremamente estressantes. Só quero descansar e esquecer. Entro no quarto e começo a tirar as roupas do meu corpo. A água fria do banho começa a aliviar a tensão dos últimos dias.

A imagem dela invadem meus pensamentos, trazendo um pouco de paz. Durante esse tempo longe delas, comecei a procurar uma boa escola para a pequena. Queria ter certeza de que ela receberia toda a assistência e segurança necessárias. Pedi a Theo que investigasse as duas e o que descobri algo que me deixou furioso.

A morte da irmã de Hannah e tudo o que elas passaram, sem a ajuda de ninguém, exceto sua amiga Mia e um homem misterioso, me chocou. É um homem, alto e forte, sempre está com elas, mas nunca vi seu rosto em fotos. Sei que não foi certo investigar Hannah sem sua permissão, mas precisava entender o que estava acontecendo comigo.

Queria saber mais sobre sua vida e se ela tinha alguém. Descobrir que era apenas ela e a pequena me aliviou de certa forma. Além da investigação, pedi a Theo que selecionasse três escolas que priorizassem a segurança e a educação da pequena. Visitei cada uma delas pessoalmente e conversei com os diretores e professores.

Após conhecer a pequena Sofia, fiz uma promessa a ela e isso me deu algo novo em que focar. Comecei a pensar em me aproximar mais e entender meus sentimentos. Amanhã, quando voltar ao trabalho, terei que tomar uma decisão.

Meu celular vibrou com uma nova mensagem.

Era outra ameaça, um presságio ruim que me fez pensar nelas, com a certeza que elas serão minha prioridade.

....

Quando entramos no Ministério Público, vi que todos já estavam trabalhando. Por segurança, decidimos chegar um pouco mais tarde. Como sempre, Estefânia se aproxima e para em minha frente, enquanto os seguranças se espalham fazendo minha escolta.

— Bom dia, Lucas — cumprimenta-me. Apenas aceno. Decidir, no caminho para cá, fazer o possível para me afastar dela. Precisávamos conversar, mas não era o momento. Só queria ver Hannah. Após seguirmos juntos até o elevador, ela foi chamada por alguém e, felizmente, não entrou comigo.

Meu celular começa a tocar quando falta dois andares para chegar ao meu andar. Vejo através do identificador que é a minha mãe.

Quando ela pediu minha ajuda, para se divorciar, sabíamos que o meu pai não facilitaria para ela.

— Bom dia, mãe — respondo, feliz com sua ligação.

— Bom dia, meu filho. Só liguei para avisar que chego amanhã e... — Sua voz se perdeu quando, ao saio do elevador, ficando estático ao ver Hannah abraçada com a última pessoa que pensaria encontrar.

 — Sua voz se perdeu quando, ao saio do elevador, ficando estático ao ver Hannah abraçada com a última pessoa que pensaria encontrar

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Meu Recomeço - 2° EdiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora