Morro da Babilônia

Capítulo Quarenta e Oito

Helena

|Domingo|

Eu estava com o Douglas no alto do Morro, era lindo o pôr do sol de repente ouvi um tiro e olhei pro Douglas desesperada, ele estava sangrando e dizia que ia ficar tudo bem, ele sorria pra mim e eu chorava e de repente ele fechou os olhos.

Acordei assustada e suando frio, chega arrepiei toda, senti um aperto no peito que eu nunca tinha sentido antes. Olhei as horas e era 03h, levantei e fui pra cozinha beber água quando tava no corredor, senti um cheiro de maconha vindo do quarto do meu irmão, entrei puta da vida no quarto dele e ele tava fumando na janela, fui até ele e peguei o cigarro da boca dele.

Felipe- Tá doida caralho?

Helena- Eu que pergunto isso_disse jogando o cigarro pela janela_tá doido? Você nunca usou drogas Felipe, por que tá usando agora?

Felipe- É só pra relaxar.

Helena- Relaxar a onde? No caixão? Por que se você quiser morrer eu resolvo isso rapidinho.

Felipe- Não enche caralho, vai procurar o que fazer e me deixa em paz_disse deitando na cama.

Helena- Você é meu irmão, é a única pessoa que eu tenho, não posso ver você assim, prestes a se afundar no fundo do poço.

Felipe- Eu tô bem Helena.

Helena- Não, não tá, me diz o que tá acontecendo Lipe.

Felipe- Eu não consigo dormir, toda hora ele vem na minha cabeça.

Helena- Escuta, as drogas não vai te ajudar a superar isso, você matou uma pessoa, o nosso pai, ele não era inocente ele era um monstro que nunca ia mudar, então aceite que você matou uma pessoa e siga em frente.

Felipe- Ele não era inocente, mas eu também não sou inocente Helena, eu sou um monstro.

Helena- Não, você não é, você fez isso pra nos proteger, você fez isso porque achou que era o certo, então não espere que alguém te tire do fundo do poço, que alguém te salve, porque eu acho que nós mesmos que devemos nos salvar.

Felipe- Eu vou superar isso.

Helena- Ótimo, ah e outra coisa, se eu te ver fumando de novo eu apago o cigarro no teu cú e enfio lá mesmo.

Ele deu risada e eu saí do quarto dele, fui pra cozinha beber água e voltei pro meu quarto pra tentar dormir, mas eu não conseguia, que inferno. Fiquei assistindo séries no celular até que o dia amanheceu, meu irmão foi trabalhar e eu fiquei em casa, era 11h e alguém bateu no portão de casa, fui atender e era a Karina.

Helena- É o que desgraça?

Karina- Posso entrar pra conversar com você?

Helena- Não, se fode_ia fechar o portão mas ela segurou.

Karina- Por favor, eu tenho noção de que fiz uma merda colossal com você, mas eu não aguento mais viver sem você, você é minha melhor amiga, minha irmã, me perdoa Helena.

Helena- É? Nem ligo, eu consigo viver sem você e não vou te perdoar, então faz o favor e saia do meu portão_disse tentando fechar o portão.