Capítulo Dois.

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- Até quando vamos rodar no shopping? - A minha guarda costa pergunta.

Só estamos a três horas no shopping, o que ela está reclamando?

É claro que eu tenho uma estilista mas eu gosto de comprar minhas roupas também, eu tenho meu próprio estilo.

- Até eu achar o que eu quero. - Digo.

Observo ela me seguir calada, ela nunca reclama então deve ter algo incomodando.

Vejo que ela está mandando um pouco.

Talvez seja por causa dessas botas que ela usa o tempo todo, ela parecem ser muito desconfortável.

Paro em frente a uma loja de sapatos femininos.

Todas as atendentes da loja ficam animadas em me ver.

É normal pra mim, já que sou muito famoso.

- Senhor Urrea, é uma honra tê-lo em nossa loja. - Uma mulher fala sorrindo. - Me chamo Sheila, em que posso ajudá-lo?

Dou o meu melhor sorriso pra lá.

- Por favor, me veja o tênis mais confortável que você tiver. - Digo sentando em uma poltrona que havia ali.

- Claro. - Ela vai até uma prateleira. - Qual o tamanho?

Olho novamente pra mulher negra que está em pé do meu lado.

- Diarra, qual número você calça? - Pergunto.

Ela me olha sem entender.

- Meu número? - Ela me pergunta.

- Diga a ela por favor. - Falo sorrindo.

Diarra se abaixa um pouco e se aproxima de mim.

Consigo sentir o seu perfume novamente.

- Perdeu o juízo? - Ela me pergunta no meu ouvido. - Por que vai comprar o sapato pra mim?

- Você está com o pé machucado. - Digo. - Não acho justo você estar sofrendo estando comigo.

- Eu estou bem, muito obrigada. - Ela diz voltando a sua posição original.

Por que ela não pode simplesmente aceitar, quando estou pensando nela?

Me levanto, e seguro ela pelos ombros delicadamente.

Ela em olha com raiva, talvez eu fosse morrer quando chegar em casa.

A faço sentar na poltrona.

Escuto as funcionárias gritarem quando me abaixo e tiro a bota da Diarra.

Claro que ela não ia aceitar de bom grado, e começou a puxar o pé.

Mas eu seguro firme.

Seu pé estava muito pior do que eu imaginava.

Havia bolhas na parte do tornozelo e ferimentos na polpa do pé.

Olho o tamanho do seu sapato.

- Por favor Sheila, um tênis 37. - Digo olhando pra ela. - Por favor o mais confortável que você tiver.

- Aqui. - A mulher me entrega uma caixa com um par de tênis branco.

- Obrigado. - Agradeço.

Coloco o tênis devagar o pé dela, pra não machucar.

- Eu vou pagar. - Diarra diz.

- Não precisa. - Eu digo levantando. - Por favor Sheila embrulhar essas botas pra mim.

Meu Ponto Fraco. - Completo.Onde histórias criam vida. Descubra agora