Capítulo Seis.

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Bato na porta do quarto da Diarra.

Eu não sabia bem o que falar, ela ficou muito chateada.

Eu sei que eu não deveria ter mexido nas coisas dela mas é não posso evitar ser muito curioso.

E também eu não sabia que ela ficaria tão furiosa por eu ter pegado o violão.

- Diarra, posso falar com você? - Eu digo da porta.

- Entra. -  Ela fala.

E eu abro a porta e vejo ela sentada em uma cadeira com o violão na mão.

- Eu vim me desculpar. - Digo.

- Você não precisa. - Ela fala.

- Eu tenho que me desculpar, eu não deveria ter pegado sem seu permissão. Sinto muito. - Digo.

- Está tudo bem, eu exagerei. - Ela olhando para o violão. - Sinto muito por ter gritado com você.

- Eu dei motivo. - Eu digo.

Ela continuava a olhar o violão.

Será que eu deveria perguntar de quem era esse violão?

- Esse violão era do meu pai. - Ela diz. - Ele era militar.

Ela está me contando, sem eu ter perguntado?

Nossa.

- É um violão bonito e clássico. Deve ser caro. - Digo.

- É, papai ganhou em um sorteio. - Eu sorri. - Ele ficou muito feliz, mesmo não sabendo tocar, toda noite ele cantava para minha e minha irmã.

Eu nunca tinha visto ela sorrir, é a primeira vez.

Ela fica ainda mais bonita.

- Você devia gostar né? - Pergunto.

- Eu odiava. - Ela dá risada. - Papai era horrível tocando violão, mas eu daria tudo pra ver ele tocando outra vez.

A cena é triste.

Por mais que ela estivesse sorrindo dá pra ver o sofrimento em sua voz.

- Eu queria aprender a tocar violão só para ensinar a ele. - Ela diz levantando.

- Eu te ensino se quiser. - Eu digo.

Ela me olha.

- Não, não precisa. - Ela vem em minha direção. - Vamos.

- Pra onde? - Pergunto.

- Faz tempo que eu vim pra casa, então não tem comida aqui.  - Ela pega uma jaqueta de couro e veste. - Vamos até o centro.

- Podemos ir até lá? - Eu pergunto.

Não estamos nos escondendo?

Vou atrás dela descendo as escadas.

- Não se preocupe. Aqui ninguém te conhece. - Pega uma chave e um armar.

Como assim Ninguém me conhece? eu sou a pessoa mais famosa que existe.

- Tenho certeza que está enganada, eu sou muito famoso. - Eu digo.

Coloco meu casaco.

- Vamos apostar. - Ela diz parando na minha frente.

- Apostar o que? - Pergunto.

- Se uma pessoa te reconhecer, eu faço qualquer coisa que você quiser. - Ela diz.

- Qualquer coisa? - Pergunto desconfiado.

Eu não acho que ela esteja falando sério.

- Qualquer coisa. - Ela diz. - Mas se eu ganhar, você tem que Prometer nunca mais tocar nas minhas coisas e vai parar de perguntar sobre a minha vida.

Meu Ponto Fraco. - Completo.Onde histórias criam vida. Descubra agora