Desci assustada com o surto da minha irmã agora a pouco e resolvi ficar com Adrian no andar de baixo, eu havia dito a ele que poderia explorar a casa. Acabei tendo que caçar por ele até que encontrei ele no meu estúdio provisório.
-Adrian? - Digo e ele da um pulo assutado - Desculpe não queria te assustar...
Falo enquanto me aproximo dele, para falar a verdade eu não estou conseguindo ficar muito longe do calor que o corpo dele emite. É tão convidativo e acolhedor, que sinto vontade de me enrolar nele e ronronar como um gato.
Logo que penso nisso fico mortificada com isso, nunca na minha vida pensei algo assim sobre alguém... Será que estou ficando doente e delirando?
-Quem trabalha aqui? - Adrian fala e eu me forço a prestar atenção nele.
-É, é meu... Eu fico aqui matando o tempo... - Respondo envergonhada, já que estou fazendo vários projetos ao mesmo tempo, ou seja, além da tela inacabada no cavalete também tem uma caixinha de madeira que eu estava decorando com uma paisagem usando uma técnica diferente o que cansava um pouco, além do vaso com uma mancha gigante de tinta que joguei quando me senti frustada e deixei secar e vários desenhos que fiz com o carvão vegetal em papel de pergaminho. Esses são meus favoritos em geral desenho pessoas e coisa que surgem na minha mente, o que me faz olhar para o canto onde escondi um desenho que fiz dele.
Acho que meu olhar de panico me entregou, porque Adrian olha diretamente para o mesmo lugar que eu e claro como o dia ele vê seu rosto e dorso em um desenho com foco na sombra e na luz que registrei... A expressão dele é a mesma de quando o conheci cheio de fúria e determinação. Quem olhasse diria que se trata de um guerreiro indo para a batalha... Justamente como ele estava naquele dia.
-Você me desenhou... - Ele falou com a voz cheia de emoção e reverencia, não sei qual é a sua expressão já que abaixei a cabeça envergonhada de que ele tenha visto isso.
-Des... Desculpe eu não tive a intenção, mas quando percebi já tinha feito mais da metade e decidi terminar... - Digo e me lembro de que não desenhei ele completo então acrescento - Ou o mais perto disso...
-É assim que você me vê? - Ele perguntou e eu fiquei curiosa com essa pergunta, então ergo a cabeça para fita-lo.
-Não entendi? O que quer saber realmente?
-Você me vê com toda essa raiva e violência? - Ele pergunta com os olhos cheios de preocupação.
-Eu não vejo raiva ou violência em você... Quando fiz esse esboço, lembrei do dia em que te conheci, você parecia feroz e determinado... Pronto para enfrentar o mundo... - Digo e me aproximo dele presa pela intensidade que ele me olha - Acho que você é o único que se vê assim Adrian... Que se sente assim...
-Susan... - Adrian começa a falar e toca meu braço com suavidade, mas do nada ele para e se afasta. Quando estou pronta para perguntar o porque a resposta aparece.
-Vocês estão aqui? - Soraia pergunta e não espera por uma resposta - Alan chegou da escola com Henry...
-Obrigada eu já vou... - Respondo com um sorriso e quando olho para Adrian ele ainda está olhando para Soraia que está se afastando pelo corredor, decido sair e deixar ele lá com seus pensamentos. Mas lá no fundo bem no fundo me sinto curiosa com essa atitude estranha dele com relação a Soraia, será que a garota que ele gostava era ela?
-Susan... - Escuto ele me chamando quando já estou fora do atelie e olho para atrás com a sobrancelha levantada, como se perguntasse o que ele quer - Você já está indo falar com ele agora?
-Sim eu vou falar com ele e você pode continuar aqui ou olhar pela casa... - Digo e caminho para encontrar com meu filho.
-Mãe! - Ele grita quando apareço e enquanto ele estava a caminho de subir as escadas.
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Presos na Maldição - Trilogia IRMÃS RUSSO Livro 2
RomanceRusso versus Rossi ou Ferrari versus Rossi? O que é verdade nessa história de maldição, as irmãs Russo fizeram grandes descobertas, mas ainda não chegaram nem perto da verdade. Verdade essa que pode ser esquecida quando a terceira irmã chega na cid...