Capítulo 24

251 49 3
                                    

Fui para o quarto que eles escolheram para mim, fica ao lado do quarto do Alan. Levo minha mala e os desenhos comigo, coloco todos na cama e olho para eles sempre identificando uma coisa nova. Logo que vi o que ela fez no ateliê já fiquei impressionado com cada detalhe e me vi querendo mais daquelas obras de arte, agora com esses que consegui manter para mim.

Estou em estase, nunca entendi essas pessoas que se prendem em obras de arte e se apaixonam pela pintura dizendo que sente o que o artista queria passar ou que viveu uma experiência fora da realidade. Mas agora me vejo hipnotizado para os desenhos da Susan, em especial esse em que vejo nossos corpos dançando pelo papel.

Ela pode ter desconversado sobre isso, mas nada me tira da cabeça que ela desenhou nós dois ali, enquanto os outros onde parece que uma mulher está se tocando me faz ter certeza de que se trata dela mesma fazendo isso... Meu pau logo da sinal de vida, exatamente como na sala quando bati o olho nos desenhos espalhados pela sala.

Lutei para que nada ficasse evidente e acho que consegui, já que ela não olhou para meus Países Baixos em nenhum momento. Me lembro do quanto eu provoquei ela insinuando que ela havia nos desenhado e como ela ficou vermelha de irritação.

Nunca me vi como alguém que provoca as pessoas, mas não consegui evitar fazer isso com ela, confesso que fiquei triste quando ela fugiu para seu quarto. Mas talvez tenha sido melhor assim, as coisas entre nós já são confusas o suficiente e o mais importante agora é cuidarmos da saúde do nosso filho.

Caramba como é bom dizer isso, quando contei para minha mãe que as coisas estavam indo bem e que em breve iria apresentar ela ao neto, ela quase não coube em si de alegria. Tanto que chorou como uma criança e me fez prometer que eu levaria ele em casa o quanto antes.

Eu prontamente concordei e depois corri para enfiar algumas coisas em uma mala de mão e voltei para a casa dos Russos. Estava ansioso para passar a noite conversando com Susan, mas agora vou passar minha noite sozinho. Como sempre.

Decido tomar um banho rápido, mas me deparo com uma banheira e rapidamente começo o processo de enche-lá e preparo um banho para mim nela. Quando viemos aqui para escolher o quarto não reparei em nada, só me importava que houvesse uma cama e aqui tem, uma cama gigante que me serve muito bem.

Entro na água e rapidamente relaxo aproveitando a água quente e respirando fundo com os olhos fechados, cabeça jogada para trás... Começo a lembrar das coisas que aconteceram hoje e me vejo relembrando do beijo que dei em Susan, foi algo tão expontâneo da minha parte que ainda nem acredito que fiz.

Parando para pensar seus desenhos de agora a pouco estavam cheios do olhar que ela tinha quando quebrei o beijo... Será que ela sabe disso? Que seu rosto estava lindo e corado, sua boca inchada e convidativa para mais? Minha mente está cheia de pensamentos sobre Susan e agora imagino que ela esteve fazendo cada uma daquelas poses em seus desenhos antes que eu chegasse... Seria muito pensar que ela fez exatamente isso? Ela disse que só estava desenhando, mas e se houvesse algo mais ali?

Meu pau se contrai e minha mão logo desce, coloco minha mão em volta do meu pau semi ereto agora e continuo a pensar em como seria se Susan estivesse se tocando como nos desenhos... Imagino seu rosto angelical arfando de desejo... Sua boca entreaberta sustentando um gemido...

Enquanto isso estou bombeando meu pau cada vez mais rápido dentro de um ritmo gostoso até que imagino como ela seria gozando... Bombeio minha mão mais rápido e pouco tempo depois estou gozando rápido e com um jato forte. Fico sem ar por um segundo e depois me dou conta do que acabei de fazer.

Bati uma pensando na mãe do meu filho... E o pior não é isso e sim que eu gostei e quero fazer de novo.

No dia seguinte acordo e sinto que tem mais alguém na cama, em um primeiro momento me assusto e depois decido abrir os olhos e ver quem é o intruso. Acabo sendo recebido pelos olhos azuis e curiosos do meu filho, ajoelhado na cama me olhando avidamente.

-Você dormiu mesmo aqui? - Ele perguntou animado assim que meus olhos encontraram o dele.

-Parece que sim carinha...- Digo e me sento na cama - Você realmente é um madrugador...

-Eu perdi o sono... Queria ver se você estaria aqui... - Ele falou e desviou os olhos - Ou se tinha sido tudo coisa da minha imaginação.

-Ei eu vou estar sempre perto de você, mesmo que eu não durma aqui eu ainda vou aparecer seja no café da manhã, no almoço, no jantar ou no meio da noite... Eu sempre vou ficar perto de você... - Eu digo e puxo ele para um abraço.

-Eu acredito em você... -Ele responde parecendo aliviado.

-Então o que você costuma fazer quando acorda antes que as galinhas? - Pergunto tentando animar ele e mudar o rumo da conversa.

-Eu espero no meu quarto brincando ou desço para ver televisão - Ele responde e dá de ombros.

-E sua mãe? - Pergunto casualmente, quando na verdade queria beber tudo o que ele pudesse falar sobre sua mãe. Eu estou me tornando um maniaco só pode!

-Ela até tenta, mas só acorda depois... - Ele responde animado - Na verdade a mamãe e as tias todas são reclamonas de manhã é muito engraçado!

-Você se diverte muito aqui hein?

-Muito! A tia Bia é muito engraçada e a dia Bianca sempre briga com ela por coisas bobas! 

-Isso parece divertido mesmo... -Digo sorrindo com a animação dele - Então o que você quer fazer agora?

-Não sei...- Ele fala pensativo e eu tenho uma ideia.

-Que tal hoje a gente fazer o café para sua mãe levar para ela no quarto?

-Vamos! Que legal eu sempre quis fazer isso para ela... -Ele disse animado e pulou da cama - É por isso é bom ter um pai por perto!

-Claro é por isso mesmo carinha! - Eu falo seguindo ele e arrepio seu cabelo - Mas antes eu preciso ir no banheiro, me espera aqui?

Alan balança a cabeça concordando, rapidamente eu faço o que tenho que fazer e em seguida descemos. Estava tão cedo que o sol mal tinha nascido direito, nós dois fazemos um café simples, ele passa geleia em algumas torradas, eu passo o café depois de procurar por quase quinze minutos. Pegamos algumas fatias de pão caseiro, provavelmente feito pela Soraia, Alan passou um pate caseiro que a Soraia deve ter feito e enfim preparamos tudo para três pessoas e colocamos em uma badeja que eu carreguei.

Meu filho subiu na frente e abriu a porta para mim, no quarto dela não tem uma mesa, mas tem um sofá estilo namoradeira e eu coloco a bandeja lá. Enquanto Alan fica perto de mim ansioso para fazer uma surpresa para a mãe.

Quando olho para a cama fico encantado com a forma dela dormindo calmamente e depois reparo nos desenhos espalhados em volta dela. Olho para Alan e faço sinal para que ele espere no lugar, eu corro para pegar os desenhos sem fazer movimentos bruscos torcendo para que ela não acorde.

Olho rapidamente para os desenhos e não consigo evitar sorrir, ela fez outros como os de ontem, mas agora parecem ainda mais ousados e fiquei aliviado que Alan não tenha visto. Os de ontem poderiam enganar quem olhasse de relance por toda a cor e traços soltos, mas esses seriam fáceis de entender e acredito que Susan não iria querer que o filho os visse.

Coloco tudo do outro lado do quarto e secretamente dobro alguns e coloco no bolso da calça moletom que estou usando. Depois pego a bandeja e sinalizo para que Alan acorde a mãe dele enquanto eu assisto avidamente a cena, bebendo do amor e carinho que os dois sentem um pelo outro.

Susan se senta e seu cabelo se espalha por ela, aquela massa negra e brilhante tão bonita que me vejo hipnotizado por cada movimento. Quando ela sorri para mim depois de ouvir cuidadosamente tudo o que Alan estava dizendo eu quase cai para trás com toda a doçura que ela tinha em seus olhos.

Eu me aproximo com cuidado segurando a bandeja e me sento na cama com eles, eu achei que a maior felicidade da minha vida foi descobrir que eu tenho um filho, mas agora eu vejo que esse momento... Agora com eles vivendo esse momento tão simples é quase tão precioso quanto, o que leva a me perguntar... E se a vida fosse sempre assim?

Presos na Maldição - Trilogia IRMÃS RUSSO Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora