Benjamin e Alexia estavam muito ansiosos para a festa daquela noite, e já estavam a espera de Pedro, que logo chegaria com o novo motorista, e com seus trajes. Alexia estava no sofá com o notebook sobre as pernas, olhando todas as fotos da ex-prefeita de Santa Clara.
- Ben, aparentemente a Maiara luta por uma causa nobre! Ela ajuda crianças e idosos em situações de rua, e de completa miséria! – afirmou Alexia.
- Eu não confio nela! Tem alguma coisa aí Alexia! – disse Ben.
- Bom, vamos investigar! Não nos custa nada! – disse Alexia fechando o notebook.
A campainha tocou, e Benjamin foi abrir a porta.
- Surpresa! – disse Pedro com as sacolas tampando o rosto, imaginando que Alexia estava na porta.
Benjamin sorriu, e decidiu falar.
- Pode tirar as sacolas do rosto! Para o seu desprazer senhor Koffmann, não sou a Alexia! – disse Ben entre risos.
- Hahaha! Engraçadinho! Eu sabia que era você! – afirmou Pedro sem graça.
- Ah! Sei. – disse Ben.
Pedro caminhou até Alexia e a deu um longo abraço.
- Essa é sua! – disse ele entregando uma sacola prateada para Alexia. – E está é sua meu amigo! – disse entregando a outra sacola para Ben.
Benjamin e Alexia retiraram as roupas de dentro das sacolas da Est Heurex.
- Sério, Pedro? – perguntou Alexia segurando um belo vestido vermelho.
- Era um dos melhores modelos que tinham na fábrica! – afirmou Pedro.
- Um terno dessa cor Pedro? Eu disse que não queria chamar tanta atenção! – disse Ben meio incrédulo com seu terno prateado com lapelas pretas.
- Não reclamem! É da marca que vocês dois são donos! – disse o advogado sorrindo.
- É, não temos escolha irmão! – disse Alexia vencida.
- Que seja esse terno horrendo então! – disse Ben.
- Ah, eu já ia me esquecendo, o nosso motorista vai chegar um pouco antes de irmos para a festa! –informou Pedro.
- Tudo bem! – disse Alexia. – Pedro, será que poderíamos conversar um pouco lá fora?
- Claro Alexia! – respondeu ele com um enorme sorriso no rosto.
Benjamin observou a irmã e seu amigo saírem pela porta, e sorriu.
- Esses dois ainda vão me dar um grande trabalho! – disse ele sorrindo em seguida, subindo as escadas.
Lá fora, Alexia tocou o ombro direito de Pedro.
- Pedro, percebi que você anda estranho em relação a mim! – disse Alexia sem rodeios.
- Acredito que você saiba o motivo! – afirmou Pedro.
- Sim, sei! E eu acredito que você saiba os meus motivos para não te corresponder!
- Eu sei, Alexia.
- Pedro, eu gosto muito de você! Em outros tempos, eu lhe daria a chance que você tanto quer, mas eu agora, optei por levar minha vida com um grande jogo de xadrez! E se eu chegar a perder algumas peças, eu não quero que você seja uma delas, entende? – perguntou Alexia.
- Eu entendo Alexia! E eu sinto muito que seja assim! – disse Pedro tocando o rosto de Alexia.
- Eu espero que você me desculpe algum dia! – disse ela com lágrimas nos olhos.
- Eu te amo! E eu vou esperar tudo isso acabar Alexia! – disse Pedro limpando os olhos de Alexia.
Os dois se entreolharam, até que Pedro tomou Alexia em seus braços e a beijou com voracidade. Alexia correspondeu o rapaz, e se entregou naquele beijo, pois no fundo, ela o amava na mesma intensidade.
- Com licença!? – falou um rapaz atrás dos pombinhos.
Alexia e Pedro se largaram, e Alexia começou a caminhar para dentro da mansão com vergonha do flagra. Pedro observou Alexia por uns instantes e logo após se virou para o rapaz.
- Hugo não é? – perguntou.
- Sim senhor! Ás ordens! – respondeu Hugo sorrindo.
- Olha...o que você viu...é... – gaguejou Pedro.
- Não estou aqui para bisbilhotar a vida de ninguém senhor Pedro! Discrição e lealdade, meu lema! – disse Hugo sorrindo.
- Que bom! – respondeu Pedro sorrindo. – A propósito, pode me chamar somente de Pedro!
- Vou trabalhar para o senhor? – perguntou Hugo sem graça.
- Na verdade você vai trabalhar para a Alexia e para o Benjamin! São irmãos franceses, mas falam o português e o inglês fluentemente! Como você mesmo disse, eles gostam de discrição e lealdade! – orientou Pedro.
- Pode confiar senhor Pedro!
- Venha, vou apresentá-lo aos irmãos Bernard Martin! – chamou Pedro.
Pedro e Hugo entraram na mansão.
- Ben! Alexia! – chamou Pedro.
Os irmãos apareceram no hall de entrada, e Hugo os encarou estático. Alexia e Benjamin também ficaram estarrecidos ao ver Hugo ali.
- Gente, esse é o novo motorista de vocês! – disse Pedro aos irmãos Bernard. – Hugo, esses são seus novos patrões!
- Não é possível! – exclamou Hugo se aproximando de Ben e Alexia.
- O que não é possível? – perguntou Alexia, saindo do transe.
- Vocês dois são parecidos com os herdeiros das famílias Griffin e Jones! – disse Hugo observando cada detalhe dos rostos dos irmãos Bernard Martin.
- Você deve estar confundindo eles Hugo! – disse Pedro fingindo estar tranquilo.
- Nós nunca moramos em Santa Clara, Hugo não é? – perguntou Ben.
- Desculpem meu devaneio, eu devo tê-los assustado! - desculpou-se Hugo.
- Sem problemas Hugo! – afirmou Benjamin.
- Gente, é bom irem se aprontar, pois a festa começará em algumas horas! – disse Pedro. – Você irá nos levar, e depois terá um tempo para fazer algo Hugo!
- Bom, pode vir conosco se quiser senhor Hugo! Agora que está conosco, será tratado como se fosse da família! – disse Alexia surpreendendo Ben e Pedro.
- Eu não posso misturar meu trabalho com a vida pessoal! – afirmou Hugo sem jeito.
- Não é um pedido! – disse Alexia incisiva.
- Se é assim, tudo bem! – disse Hugo com vergonha.
- Tenho um smoking que vai lhe servir muito bem! – afirmou Benjamin. – Me acompanhe!
- Só preciso ir até lá fora e dispensar uma amiga! – disse Hugo.
- Tudo bem! – respondeu Benjamin.
Hugo saiu da mansão, e Pedro olhou para Alexia surpreso.
- O cara quase descobriu vocês e do nada você o convida para a festa! O que pretende? – perguntou Pedro.
- Hugo está aqui e não cresceu na vida! Provavelmente, Ana Clara o demitiu quando tomou posse! – começou Alexia.
- Sendo assim, Hugo pode ser uma aliado e tanto! – completou Ben.
- Bingo! – disse Alexia.
- Ainda me surpreendo com vocês dois! – disse Pedro incrédulo.
......horas depois...
Alexia, Pedro, Hugo e Benjamin caminhavam pelo imenso tapete vermelho da mansão de Maiara, e durante todo o percurso, vários flashes e fotógrafos.
- Enfim, de volta ás festas de Santa Clara! – exclamou Hugo entre uma pose e outra.
- Você frequentava todas as festas? – perguntou Alexia sorrindo para as lentes em seguida.
Pedro e Benjamin se distanciaram de Alexia e Hugo.
- É um risco essa ideia de usar o Hugo, Ben! – disse Pedro.
- Calma Koffmann! Alexia sabe o que faz! E ele será um trunfo nas nossas mãos! – afirmou Benjamin.
- Olha lá! – disse Pedro atraindo a atenção de Ben.
Benjamin se virou rapidamente, e viu Ana Clara e Felipe entrando na festa. Ana Clara observou todo o ambiente, até parar os olhos em Benjamin.
- Faça alguma coisa Koffmann! Ela não para de me encarar! – disse Benjamin entre dentes.
Alexia e Hugo se aproximaram de Pedro e Ben, e ficaram na frente de Benjamin.
- Aquela ali Hugo, quem é? – perguntou Benjamin.
- Essa é a bruxa da cidade! – respondeu Hugo sorrindo.
Benjamin e Alexia sorriram.
- É sério? – perguntou Alexia. – Quem é essa?
- Ana Clara Griffin! Ela é dona de boa parte do dinheiro que está no Banco da cidade! – disse Hugo. – A mulher mais poderosa de Santa Clara. Tem uma fortuna avaliada em milhões de dólares!
- Interessante! Mas não creio que ela seja mais rica do que Ben e Alexia! – afirmou Pedro.
- Ah, ela é! Pode ter certeza disso! Ela é dona da JETech, que era a empresa onde eu trabalhava antes! – disse Hugo se entristecendo.
- Parece que gostava do seu trabalho na JETech! – disse Benjamin.
- Adorava! Mas essa bruxa me demitiu, pois eu era contratação de seu falecido irmão! Com a morte dos herdeiros da empresa, ela se livrou de tudo e todos que os lembrava, e contratou novas pessoas, inclusive seu marido e dois amigos! – revelou Hugo.
- Marido? Ela é casada? – perguntou Alexia.
- Sim! Aquele homem ali era o delegado, e agora é o marido dela! Os dois têm um filho que mora no Brasil. – disse Hugo.
- Nossa! – exclamou Benjamin.
Pedro pediu licença e puxou Benjamin e Alexia para um canto.
- Não façam tantas perguntas! Ele pode desconfiar de algo! – alertou Pedro.
- Não seja frouxo! Claro que ele não percebeu! – afirmou Alexia.
- Pedro está certo, Alexia, o Hugo ainda não provou que é leal e fiel! – disse Benjamin. – Vamos tentar manter a calma, e focar no nosso primeiro alvo Alexia! Maiara não apareceu até agora!
- A nossa sorte acabou de mudar! – disse Alexia virando Ben para a frente.
Maiara desceu as escadas da mansão em que morava, e os fotógrafos foram para perto dela, tirando várias fotos. Em seguida, ela levantou a palma da mão direita, e cessaram os flashes. Ela caminhou até um pequeno palco montado em seu jardim, e pegou o microfone.
- Bem vindos a minha décima oitava festa beneficente! – disse ela sorrindo. – Está noite, estamos unidos em prol de um ato de amor e humanidade! Hoje, estamos arrecadando doações para instituições de caridade, e conto com o apoio e os cofres de vocês! – disse gargalhando.
- Parece que alguém está desviando muito dinheiro, e o usando de outra forma! – disse Ben a Alexia.
- Você está certo! Esse dinheiro não vai para instituições de caridade coisa nenhuma! – afirmou Hugo. – Ela usa esse dinheiro para sobreviver, já que está completamente falida!
- Nossa! Quanta informação você possui Hugo! – exclamou Ben.
- Eu passei alguns anos me preparando pro meu objetivo! – disse Hugo misterioso.
- Podemos saber que objetivo seria esse? – perguntou Pedro curioso.
- Claro! Acabar com esses malditos que destruíram a minha vida! – disse Hugo olhando para Maiara no palco.
Alexia, Pedro e Ben se entre olharam, e sorriram.
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O Jogo do Poder - (28 Capítulos)
General FictionYan e Aline se conhecem desde a infância, pois seus pais são sócios em uma empresa, mas os dois não se dão bem, e evitam um ao outro. Eles se reencontram durante sua fuga do departamento de polícia de Santa Clara, no norte dos Estados Unidos. Ele, a...