O Jogo do Poder - (28 Capítulos)

Capítulo 10 - Proteção

- Do que está falando Benjamin? Está louco? – perguntou Liliane transtornada.

- Tia, é verdade! Olha pra mim! Sou eu, seu sobrinho querido e amado que você queria trazer para morar com você em Paris! – disse ele emocionado.

- Meu Deus! – disse ela correndo até o sobrinho para abraça-lo. – E a Aline? – perguntou.

- Na casa de uns amigos! Rick nos ajudou a fugir de Santa Clara, e teve a ideia de fingir nossa morte tia! – disse ele. – Ana Clara está envolvida no nosso declínio! Ela e mais sete pessoas, e Aline e eu, queremos derrubá-los de uma vez por todas!

- Eu concordo que mereçam isso filho, mas vingança traz consequências! – alertou Liliane.

- Tia, nem que seja a última coisa que eu faça, eu vou acabar com cada um deles! – jurou Ben.

Liliane abraçou Benjamin mais uma vez, e aproximou os lábios do ouvido dele e sussurrou.

- Sebastian deve ter escutado tudo! Ligue para sua irmã, e chame-a até aqui, tenho poucos meses de vida meu amor, e precisamos resolver a vida de vocês! – pediu ela.

- Tá certo tia! – disse Ben disfarçando.

- Use o telefone do meu escritório! – disse Liliane.

Sebastian apareceu na sala, e Liliane o olhou de relance. Sebastian poderia ser um problema na vida de seus sobrinhos e no resto de vida que lhe sobrava, então Liliane teve um plano ousado.

- Olá Sebastian, por favor me traga três taças de champanhe! Vamos comemorar, você, Ben e eu! – disse ela.

- Claro que sim Senhora! – disse Sebastian se retirando em seguida.

- Pronto tia! Liguei para a Aline, ela está a caminho! – disse Benjamin.

- Filho, Sebastian é o problema de seu futuro e de sua irmã, e eu irei me livrar dele, e preciso que me ajude! Não quero você envolvido no que vai acontecer aqui, fique no portão, e intercepte Aline, até que eu termine! – ordenou ela.

- Tudo bem! Mas o que você vai fazer tia? – perguntou Benjamin.

- Eu irei eliminar Sebastian! – disse ela assustando o sobrinho. – Filho, minha doença só ficou mais avançada, porque ele não me dava os remédios corretos, ele estava tentando me matar, pensando que ficaria com meu dinheiro. Graças ao Daniel, eu estou viva para ajudar você e sua irmã!

- Tudo por causa de dinheiro, o mesmo que aconteceram com meus pais, aconteceria com você se não fosse o Daniel! Que coisa terrível! – lamentou ele. – Vou saindo!

- Até logo filho! – se despediu.

Sebastian demorou alguns minutos, mas chegou com o champanhe.

- Cadê o menino Benjamin? – perguntou ardiloso.

- Foi embora Sebastian! Somos só você e eu! – disse ela sorrindo.

- Senhora, desculpe, mas eu escutei a história toda! – disse ele.

- Eu sei! Por isso vamos comemorar meu fiel empregado! – disse ela. – Ligue o som, para que possamos dançar um pouco. Quero aproveitar o restinho de vida que ainda tenho!

- Claro, como a senhora preferir! – disse ele dando as costas.

Liliane foi rápida, e pôs um liquido transparente na bebida que ofereceria ao mordomo e ao sobrinho, pois sabia que seu "fiel escudeiro" era esperto demais.

- Gostaria de ouvir Charles Aznavour? – perguntou ele.

- Com certeza Sebastian! Este é o meu cantor preferido. – respondeu ela já bebendo um pouco de champanhe.

- La Bohème! Sua música favorita senhora! – disse Sebastian indo ao encontro de Liliane.

- Sente-se Sebastian! Tome! – disse ela dando uma taça de champanhe ao mordomo, mas ele recusou, e pegou a outra taça.

Liliane sorriu demonstrando já saber da desconfiança do mordomo.

- Como sempre, muito astuto e desconfiado! – disse Liliane.

- Devo ser mesmo senhora! Pelas coisas que sei, as pessoas seriam capazes de me assassinar! – revelou ele.

Liliane deu uma gargalhada alta, e virou toda a taça de champanhe na boca, bebendo até a última gota. Sebastian fez o mesmo, e sorriu para Liliane.

- Eu...eu sempre achei a senhora muito atraente! – revelou ele.

- Eu sei disso Sebastian, até tentou me matar, me dando remédios errados! – disse ela surpreendendo-o.

- Do que está falando senhora? – perguntou surpreso.

- De todas as suas boas atribuições meu caro Sebastian, fingir não é o seu forte! Você mente mal! – disse ela se aproximando.

Sebastian começou a sufocar, e afrouxou sua gravata.

- Estou...com falta de...ar! – disse já sufocando.

- Fique calmo, é só o efeito do veneno meu caro! – revelou ela.

- Sua...sua...desgraçada! – disse arfando.

- Não poderia arriscar com tudo o que sabe Sebastian! E nos meus sobrinhos ninguém toca! Você começou esse jogo de morte, e você acabou de perder! – disse ela saindo da sala, e trancando a porta em seguida.

Liliane caminhou até a porta principal, e pediu que seu jardineiro chamasse Benjamin. Liliane entrou em seguida, e fez uma ligação.

- Olá, sou eu, Liliane Griffin! Sim, está tudo bem. Eu preciso que você venha até a mansão, quero alterar pela última vez, o meu testamento! – disse ela. – Sim, eu o aguardo!

Benjamin e Alexia entraram na mansão, e Liliane correu para abraçar a sobrinha.

- Olá! A senhora deve ser a patroa do meu irmão! – disse Alexia.

- Você já contou para ela? – perguntou Liliane.

- Não tia! Ainda não! – respondeu.

- Filha, vamos para o meu escritório! – pediu ela.

Liliane e Alexia conversaram por algum tempo, e Ben, aguardava do lado de fora, pois não era necessário ouvir a mesma história duas vezes. A campainha tocou, e ele foi abrir a porta.

- Pois não? – perguntou Ben.

- Sou Pedro Koffmann, advogado da senhora Liliane Griffin! Ela me pediu para vir! – disse o advogado.

- Claro, entre! – disse Ben abrindo a porta.

Liliane saiu do escritório, e pediu que Ben fosse até lá falar com a irmã.

- Senhor Koffmann, é um grande prazer rever o senhor! Minha sala está um tanto bagunçada, e meu escritório ocupado, teremos que conversar no meu quarto! – disse Liliane, subindo as escadas em seguida.

- Então senhora, a senhora quer alterar o último testamento? – perguntou ele.

- Sim! Descobri o paradeiro dos meus sobrinhos que estavam desaparecidos senhor Koffmann, e eu preciso de seus serviços em vida, e eles após a minha morte! – disse ela.

- Não entendi! – disse ele confuso.

- Tenho semanas de vida senhor Koffmann, e meus sobrinhos, serão herdeiros do império que eu construí! As fábricas, as lojas, a marca Est Heurex, e tudo o que me pertence, quero que a partir do momento que eu morrer, passe para os nomes deles dois! – disse Liliane.

- Quais os nomes? – perguntou ele.

- Esse é um problema que vamos resolver com eles! Faça tudo no mais absoluto sigilo! – pediu ela. – Agora temos que falar com eles.