radiante como a lua.

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Um adulto nunca deixa de ser criança.

Essa foi a realidade que Izuku Midoriya aprendeu aos vinte e cinco anos. Ele corria desesperado pelos corredores do hospital, ainda com as roupas de trabalho. Era a primeira vez que Izuku realmente ignorava as pessoas falando "é o número um!", e não importava, ele precisava achar sua esposa.
Izuku havia acabado de entregar uma gangue para a polícia quando recebeu a ligação, ele realmente estava tão chocado que mal conseguiu informar os colegas que também trabalhavam na captura. Izuku correu para o hospital com o coração quase pulando pela boca, porém, de felicidade. Ele lembrou de seus tempos no colegial, onde as borboletas no estômago vinham com frequência toda vez que tinha que olhar para uma garota, uma garota que era radiante como a lua.
Os cabelos castanhos que batiam no ombro, os olhos grandes, a pele tão branca que com o mínimo toque a vermelhidão era vista. Ochako Uraraka era a garota que enchia os pensamentos jovens do herói, e com todo direito. Até hoje, após dois anos de casamento, Izuku ainda a olhava como se fosse um tesouro. Ele era tão grato por ela.
Izuku finalmente chegava ao corredor onde sua mulher estava, sala 102, quarto andar. A maternidade de Musutafu cheirava a talco e frauda de bebê, Izuku sentia que sairia de lá como um pai feito. All Might e Inko Midoriya o esperavam do lado de fora do quarto, a jovem mãe havia os expulsado. Os dois adultos choravam feito crianças, parecia até que o bebê nascido era deles. Izuku se apoiou na parede tentando ao menos conseguir respirar normalmente, não queria assustar a criança.

— C-Cadê a Ochako? — A voz de um homem feito afinara como a de um adolescente na puberdade, Izuku tremia e nem se quer havia visto sua filha.

— Izuku, meu deus, você está quase pra ter um ataque! — Exclamava Inko, não muito diferente do filho.

— Esqueça a gente, jovem Midoriya. — All Might e Inko se sentavam nas cadeiras enfileiradas respirando pesado, parecia que uma bomba havia sido solta naquele quarto. — Entre, vá conhecer sua filha.

Izuku deu um sorriso derretido para os dois, respirando fundo e abrindo a porta.
O quarto era tão branco que Izuku sentia como se estivesse no céu, seu coração palpitou mais rápido assim que encarou a mulher deitada na cama.
Ochako Uraraka estava com os cabelos bagunçados e as bochechas coradas, cantarolando para o pequeno corpinho em seu colo. A mulher levantou o olhar assim que percebeu a presença do marido, sorrindo e iluminando o mundo de Izuku, como sempre fazia a cada momento que abria a boca.

— Izuku... — Sussurrou Ochako, vendo o marido deixar as lágrimas deslizarem por seu rosto. A criança ameaçou chorar, parece que ela não gostou nada da mãe ter parado de cantar.

Ochako deslizou os dedos pela pequena face do bebê, que em segundos, acalmou-se. Izuku andou tranquilamente para não fazer nenhum barulho, sentando ao lado de sua esposa. Izuku segurou o rosto de Ochako que naquele momento também se debulhava em lágrimas, depositando um beijo calmo nos lábios da esposa. Por algum motivo, ele se sentia mais apaixonado do que antes.
Os olhos do herói finalmente se encontram com o pequeno rosto no colo de sua esposa, sentindo que todo o seu mundo havia encaixado em um pequeno corpinho. Saeko Midoriya, a mais nova dona de seu coração chorava pedindo pelo leite de sua mãe, que no mesmo instante colocou o seio para fora amamentando-na. O amor do jovem pai não conseguia caber em palavras e muito menos em seu peito, Izuku iria guardar aquela imagem pra sempre em sua mente.

— Oi, Saeko. — A voz chorosa do herói sai em um sussurro, deitando sua cabeça no ombro de sua esposa. — Você é linda igual sua mãe, sabia? Obrigado por ter iluminado a minha vida em tão pouco tempo que você existe.

A criança que mal sabia de sua existência, largou o seio da mãe e depositou suas pequenas mãozinhas no rosto de seu pai, tocando cada parte. O coração do herói era cada vez tomado pelo amor imensurável que sentia, ele não queria nunca mais afastar-se das duas mulheres da sua vida.
All Might e Inko entraram no quarto sem que os pais de primeira viagem percebessem, encostando-se na parede e apenas guardando o lindo momento na memória. Não é sempre que se é avô, e mesmo que All Might não fosse realmente alguém da família, se sentia assim. O garoto que mal conseguia olhá-lo sem chorar, agora chorava por outro motivo. Ele estava seguindo adiante um legado que há dez anos havia sido lhe dado.
O jovem pai beija sua esposa enquanto o pequeno fruto desse amor chupava o próprio dedo, coisa que fazia dentro da própria barriga de sua mãe. Izuku segurava o rosto de Ochako depositando vários selinhos em sua boca, que a cada um deles sorria sem conter a tamanha felicidade.

FLY ME TO THE MOON - IZUOCHAOnde histórias criam vida. Descubra agora