Saeko Midoriya.

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Era de noite quando Toshinori abriu os olhos. Com os braços e pernas ainda moles, o garoto se sentou na cama, pois sentiu o colchão mais pesado que o normal.
sua irmã, estava abraçando as pernas olhando para a porta no sentido oposto de seu irmão.

- Saeko? - Disse Toshinori com a voz sonolenta.

Saeko virou a cabeça para seu irmão, diferente do de costume, seu rosto estava pálido e triste. Toshinori se aproximou da irmã mesmo com o seu corpo relutante, segurando a mão da garota. O brilho de Saeko se esvaíra naquela noite, nem parecia a mesma pessoa.

- A mamãe e o papai estão brigando. - Toshinori arregalou os olhos, Saeko desfez o abraço. - E eles...

- Eles nunca brigam. - Completou o garoto. Saeko abaixou o olhar, seu coração estava despedaçado.

O silêncio predominou no quarto, apenas ruidos da briga que se estendia na sala eram escutados. Toshinori sentiu a tristeza invadir como a noite, flashs do que aconteceu horas atrás começaram a vir em sua mente.
Saeko colou a mão encima da de Toshinori, que foi tirado da possibilidade de qualquer devaneio.

- Você deu um susto na gente, Toshinori. - Seu nome completo na boca de sua irmã era sinônimo de encrenca, e com razão. A garota evoluiu de uma melancolia extrema pra uma raiva de mesmo nível. - Se você tivesse morrido, eu te matava.

- Mas como você ia me matar?

- Tia Eri revive você e depois eu te mato.

Os dois soltaram algumas risadas, o clima entre eles jamais mudaria. Saeko sabia o porque de seu irmão ter feito aquilo.
Desde muito novos, Toshinori defendia Saeko de tudo e todos. Ela não era do tipo que passava despercebida, sempre voltava pra casa com algum joelho ralado ou um roxo e adorava se meter em brigas, diferente de Toshinori. Saeko sempre acabava encrencada entre os alunos de turmas acima dela, mas Toshinori sempre a defendia. Mesmo que fosse mais novo, era um irmão coruja dos piores.
Melancolia entrou novamente, Saeko cruzou os braços e olhos pra baixo. oSuas meias cor de rosa cheias de ursinhos balançavam junto dos pés impacientes da garota.

- Odeio quando eles brigam, passam dias sem se falar. - Saeko levantou da cama, ajeitando o moletom que usava. - Você consegue andar?

- Acho que sim. - Toshinori levantou com dificuldade, mas percebeu que conseguia se manter em pé. - Quer escutar a conversa? Isso não é errado?

- Eu sei que você também quer.

E como todas as vezes, Saeko sabia exatamente como Toshinori se sentia.
Os dois se amavam muito, e com a medida do tempo o amor infantil cresceu para uma enorme parceria. Era quase impossível os dois brigarem, por isso se incomodavam tanto com a briga dos adultos.
Izuku e Ochako preservaram muito a infância dos seus filhos, evitando ao máximo que duas crianças se envolvessem demais em problemas de adultos, mas Izuku sabia que não haveria outro destino se escolhesse ter um filho. E agora ele tinha não só uma, mas duas crianças com um poder imensurável dentro de seu corpo e o seu próprio, nem um pouco vazio.
Saeko e Toshinori fecharam a porta de seu quarto em silêncio, podendo escutar a discussão assim que saíram. A coisa estava realmente feia. Os dois andaram calmamente até um lugar que pudessem escutar toda conversa e se possível, ver quem estava nela.
Um grito estridente fora escutado, não era apenas seus pais que discutiam.

- Você sabia seu merda, você sabia que não podia ter filhos tendo a porra do poder do All Might no seu corpo! - Era a voz de Bakugou, seguido de um bater forte na mesa. A conversa acontecia na cozinha.

- Ele disse que eu não podia ter filhos por proteção a quem eu amo, não que o poder ia passar de geração pra geração! - Izuku bebia uma lata de cerveja, os seus filhos sabiam que ele nunca bebia. - Eu não ia parar a minha vida por isso, Kacchan.

FLY ME TO THE MOON - IZUOCHAOnde histórias criam vida. Descubra agora