FLY ME TO THE MOON - IZUOCHA

a prova. (parte 1)

Quanto mais tempo passava, mais a ansiedade corroía o corpo dos seis heróis.
Saeko e Toshinori chegaram em casa em cinco minutos mesmo que a casa das gêmeas fosse do outro lado da cidade, sua individualidade ajudava bastante quando o assunto era fugir de casa.
Quando chegaram, tomaram um banho e vestiram os uniformes de sua escola, mesmo achando uma perda de tempo já que teriam que tirar logo em seguida. Saeko bufou, odiava a saia de pregas e a meia calça preta. A garota abotoou a camiseta social branca colocando-a dentro da saia, pelo menos assim ela se sentia mais confortável.
Toshinori estava confiante, seu plano tinha tudo para dar certo. Ele sabia que era inteligente e amava ser assim. Sua capacidade mental era valorizada até por adultos que mal sabiam fazer uma conta simples — O garoto se referia especificamente ao seu tio eletrizante — Inteligência era sua arma secreta, e sempre seria assim.
O garoto modificou suas luvas em alguns segundos — Luvas feitas para aumentar o alcance de sua telecinese, Toshinori conseguia erguer um objeto a mais de sete metros de distância — Guardando seus protótipos dentro da mochila e encarando sua irmã, que como sempre estava no espelho se admirando.
Toshinori tinha uma paixão enorme pela sua irmã. Não a paixão romântica, mas a paixão pela personalidade e cumplicidade da garota. Saeko era vulgar, desbocada, sem nenhum filtro e outros adjetivos; Mas com ele, ela não era assim.
Saeko perdeu o brilho no olhar e seu sorriso desmanchara, Toshinori sabia que teria que fazer o papel de irmão mais velho mesmo que não fosse. Toshi era o porto seguro de Saeko, e a garota as vezes não tinha ninguém melhor que a entendesse.
Ela era uma garota transparente, claro. Não fingia o que sentia e nunca precisou fazer isso, quando estava triste estava triste, quando estava feliz estava feliz. Porém era difícil desabafar, ela quase nunca conseguia. Excerto com seu irmãozinho de treze anos.
As únicas pessoas que Saeko se sentia confortável ao falar de suas inseguranças era Toshinori e Wataru — mesmo que o garoto explosão nunca soubesse o que fazer quando ela abria a boca. — e nada que ela fizesse mudaria isso.
Saeko virou para seu irmão, agora sentado em sua cama, com os olhos de um medo profundo emanado. Lágrimas começaram a passear pelo rosto da garota, sorte dela que ainda não tinha passado a densa camada de maquiagem em seus olhos castanhos amendoados.
Ela sentou ao lado de Toshinori, deitando a cabeça no ombro do irmão que a abraçou instantaneamente. Toshinori era sua casa, aonde fosse.

- Está com medo? - O garoto perguntou, com a voz angelical e com um sorriso no rosto. Ele a conhecia perfeitamente e detestava saber que seu coração estava em conflito.

- Não quero enfrentar isso sem você. - Saeko tinha a voz trêmula e o coração quase saltando de sua caixa torácica. - Por algum motivo, sinto que vou ficar sozinha.

Toshinori suspirou, como essa garota com um poder tão incrível não enxergava seu potencial?
É, Saeko não é tão segura de si como parece; afinal, ninguém é.
Ela sabia que era bonita, que os garotos de sua turma e até de turmas mais avançadas babavam em seu corpo e em sua personalidade única, mas quando se tratava de seus poderes, Saeko se sentia uma agulha em um palheiro.
Ela era insegura, insegura demais com tantas coisas e com sua capacidade, seu olho sempre estava distante.

Toshinori sabia o porque, mesmo que nunca conversassem sobre isso.

O garoto castanho abraçou sua irmã chorona, e como detestava quando ela chorava. Odiava aquele sentimento de querer pegar a dor para si, e isso sempre acontecia. Garoto com alma de herói.

- Se me plano der errado, você me tem no pensamento. - Toshi segurou um rosto abatido, mesmo que ele soubesse que assim que saíssem daquele quarto aquela expressão mudaria. - Você deveria se reconhecer, olhe a mulher que tem no espelho que você passa horas admirando! Eu posso ser a mente, a pessoa que faz os planos e entrega tudo arquitetado, mas eu não tenho uma coisa muito importante.

- O que? - A esverdeada funga, o seu irmão sorri.

- Eu não sou um líder. - Toshinori limpa a lágrima solitária que desceu do rosto de sua irmã chorona. - Você nasceu pra liderar, você consegue agir sob pressão e improvisa ataques jamais vistos. Eu sou a mente, você é o punho. O punho mais forte já visto, com a voz mais forte e com o senso de liderança mais aguçado.