18 - O Jardim de Água e Caos

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 "Estou pronta. Estou pronta agora. Vou encará-lo."

Os cinco longevisores presos à sua cintura tilintaram.

Ser Trix pôs todos os sentidos em alerta.

"Sempre. Sempre alerta."

Procurou ao redor. Elevou a cabeça e baixou, elevou e baixou. Muito, mas muito suavemente.

"Caminhe lentamente, dizem os devanos."

Fez uma busca visual primária e secundária, buscando futuros pontos de escapada. Por cima e por baixo.

Voltou-se a incomodar com o excesso de partes ameaçadoramente agudas do cenário, chamado de Jardim....

O Jardim de Água e Caos de Hiskaracrea.

Uma fortaleza imensa cujos alicerces foram cravados parte sobre o continente de Hiskaracrea, parte no leito oceânico. Sua forma geral parecia a de uma montanha.... ou uma ilha.

Era como se o mar em fúria tivesse sido atirado de cabeça para baixo e, com aguçada presteza, tivesse congelado no ar, formando uma gigantesca escultura caótica que misturava as seis águas de Virtus

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Era como se o mar em fúria tivesse sido atirado de cabeça para baixo e, com aguçada presteza, tivesse congelado no ar, formando uma gigantesca escultura caótica que misturava as seis águas de Virtus. A água líquida, a água sólida, a água gasosa, a água espumante, a água pegajosa e a água cristalizada.

"Água-que-esfria, água-que-aquece. Água-que-sobe, água-que-desce. Água-que-fica, água-que-foge. Água-que-nada, água-que-corre.... Quem entra aqui, entra para se molhar."

Águas belas e confusas, formosas e caóticas. Eram as estranhas entranhas do mar. Entranhas cristalizadas, com ondulações estendidas, desviadas, suspensas, retidas e derramadas com curvas arrojadas que mudaram conforme os ventos do impacto de outrora, do chamado impacto da Transformadora de Destinos do Tempo-Foi.

Todas juntas, eram como os dentes de uma fera gigante. A maioria, voltados para ela....

Os cinco longevisores presos à sua cintura tilintaram.

"Exale coragem onde passa, dizem os devanos."


VVVV


Através do chão semitransparente de umas das áreas do Jardim de Água e Caos – um chão desnivelado e irregular –, era possível vislumbrar as cascatas subterrâneas, guardiãs das chamas secretas das profundezas oceânicas.

Em seu caminho, havia esculturas de variantes virtuosas de saurons, como os enormes pásuons. Gotas de água provenientes destas esculturas rebentaram sobre as penas e a armadura de Ser Trix, como as frágeis existências que eram.

"Quem entra aqui, entra para se molhar."

Ser Cockatrix usava um traje de visitação a Virtus que era plenamente adaptado àquele ambiente profundo e secreto. Aos guardiões virtuosos que permitiam a sua passagem, era fácil perceber que uma audiência com o líder virtuoso não estava programada. Afinal, o seu traje ambiental era muito simples, composto por duas ombreiras, um peitoral, joelheiras e protetores de pernas, braços e punhos, cinto e saiote, com linhas semelhantes às águas do Jardim – belas e confusas, formosas e caóticas. Ela vestia, ainda, um capacete que imitava a forma de um crânio devano.

Sopros de Deva v3: CLARÃO DA TEMPESTADEOnde histórias criam vida. Descubra agora