O sofrido cronopata, usando os sentidos da visão e do olfato de sua hospedeira, viu e sentiu Heman num dos Aton-dias de outrora....
No Aton-dia 10 das Luas dos Tsabtorcigas Andarilhos do Cronotak da Banyan Marrom, durante o Cronotik da Okan, o mestre Ser Orobab traçou um semicírculo de pedras no penhasco, atrás do tronco vermelho-negro onde estava uma jovem Kinnaree.
– Você não poderá atravessar este círculo, por quatro Aton-dias – ele disse.
Após isso, ele deixou-a.
Sozinha e em tranquilidade sobre o seu local de jejum e meditação recém-descoberto, a caminhante solitária das penas verde-negras estava na busca de um novo caminho de vida. Mais precisamente, em busca de uma visão.
Uma visão que a reconectasse ao grande mistério....
A Visão Ilimitada das Fontes da Existência.
Tão logo selecionara aquele local com os olhos amarelo-indomáveis, seus pés de garras negras prenderam-se a ele....
Era um tronco vermelho-negro de cascas grossas, inclinado, agarrado a um penhasco, na encosta de uma montanha.
Aquela árvore seca "falara" com a devana.
Nos tempos de outrora, a árvore foi atingida por um raio – a devana também. Metaforicamente....
Ela perdera a filha, perdera o clã, perdera um dos braços, perdera a asa e quase perdera a vida. Longe da tribo que ela conhecia, a devana das plumagens verde-negras foi encontrada tempos depois por devanos desconhecidos, muito gentis, e que se declaravam imperfeitos – como ela.
Agora, a velha árvore do raio tremeu, experimentando a presença e o peso da devana sem-asa. Kinnaree permaneceu em pé, equilibrada na borda do penhasco, e apoiada com o contrapeso da última e mais pesada pluma de sua rígida cauda-pluma. Ela prendeu a respiração por quatro cronominions, e depois expulsou o ar.
Dali para frente, seriam quatro Aton-dias de jejum e oração.
Sem água. Sem comida. Somente ela e a visão....
Com apenas um lance dos olhos, a devana contemplou todo o horizonte e obteve a visão de um dos mais incríveis vales de Akidonraks. Um lugar onde a natureza manifestava-se em todo o seu glorioso esplendor.
Kinnaree olhou em direção à sua esquerda, o sul. Os vales relvados e florestais dos dois rios que confluíam logo abaixo, abriam passagem por entre rochedos colossais. Alargado pelo Rio Ykaia, o Rio Uumpa corria para o sudoeste bem próximo da base dos altos paredões rócheos, contornando as pedras com uma curva fechada e, então, sumia de vista, rumando para um rio mais largo, o Rio Tore, no distante sul. Finalmente, ele ia para as Grandes Águas do Rio Hoda, mais adiante, a oeste.
Iluminados pela luz intensa do Grande Ser Aton das Chuvas de Fogo, tremendos pásoabes marrom-atordoantes caminhavam com seu jeito de andar gingado, porém vagaroso, por entre a floresta aberta.
Uma floresta povoada pelas igualmente gigantes árvores banyans....
As incríveis sombras-maravilhosas banyans.
Elas eram árvores que produziam yalas múltiplas e pequenas, muito apreciadas por volans, volanóides e devanos. De seu tronco assustador, de até oito passos de diâmetro, saíam ramos que produziam raízes que cresciam para baixo da terra para formar troncos extras. Eram enormes e proporcionavam uma sombra maravilhosa e um visual espetacular.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sopros de Deva v3: CLARÃO DA TEMPESTADE
FantasiOnde os Sopros de Deva mostram o CLARÃO do dilúvio-de-fogo nos céus-pássaros. Blinakris, uma devana sensível em um mundo brutal, precisa sincronizar sua luta e seu voo com Quetzal, a fim de deter a quarta chuva de mil fogos que avança para Devanea. ...