24 - O caminho mais difícil

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Uma inventora de verdade sabia reconhecer sua criação, mesmo a um mundo de distância....

"Biotecno-magia, minha criação, minha arte.... meu monstro-terror."

O novo terror daquele mundo abandonado cresceu diante de Ser Trix.

Ela encarou o agressor de aparência monstruosa mais uma vez. Observou o perfil forte daquele predador mortal: ele era a sua própria armadura!

"Como é possível ele sobreviver? Ele incorpora os dois planos. O natural e o artificial. Atingiu um equilíbrio fisiológico sem rejeição dos artefatos tecno-mágicos encaixados e embutidos.... Toda a tecno-magia do braço-asa de Ser Kinnaree ampliada ao mais temido dos djinsaurons terrestres...."

Viu que, em seu revestimento protetor e biônico, havia veios brilhantes, como minúsculos rios de lava da cor do fogo da criação. Ossos estranhos despontavam das costas do ser/coisa, dando-lhe um aspecto ainda mais agressivo e intimidador. Havia placas protetoras no peito, nos braços e pernas.

Suas garras se desdobraram revelando lâminas imensas. Comparado ao tamanho inexpressivo dos braços de um tsabtor adulto, os de tsabtorkiva pareciam – e eram – muito maiores.

"A falha, o erro dos braços pequenos foi corrigido. E agora, o que vejo? Um tsabtor com garras gigantes. Vou me lembrar disso....

"Essas patas poderiam acabar com qualquer coisa.... Até mesmo, ele próprio...."

Não houve tempo para mais reflexões quando a mandíbula poderosa de tsabtorkiva explodiu a um cronominion de seu rosto escamado, mas não a atingiu.

Não eram somente os dedos que eram ágeis em Ser Cockatrix....

A virtuosa das escamas e plumas rosáceas-tremendas utilizou a sua agilidade para se esquivar, se abaixar e se afastar. Na ação, ela teve ainda tempo suficiente para contar os sessenta e oito dentes do inimigo sauron e tentar entender como as partes biotecno-mágicas prendiam-se aos ossos e músculos daquela máquina de matar, amplificando o poder destrutivo de suas ferramentas predatórias....

"É o que ela é: uma máquina. E precisa se abastecer com carne fresca....

"A minha carne!"


VVVV


O perseguidor tinha fome de carne. Tinha sede de sangue.

"Nisso, ele se parece com todo e qualquer tsabtor.

"Mas este aqui tem mais força nas mandíbulas para as mordidas."

Ser Trix estava certa. Um material extra fora misturado aos ossos do maxilar, multiplicando, em quatro, o poder destrutivo da mordida – que já era devastadora em qualquer tsabtor.

– Faça os cálculos Ser Trix, as chances estão contra você – disse Ser Basiliskrum. Ele assistia a tudo junto aos guardas Noturnos e à corte. – Os procedimentos a seguir são simples: agarrar, morder, rasgar e recuperar o artefato que você engoliu. Você não tem saída. Você não tem escolha. Você não tem outra opção. Ou me dá a Transformadora de Destinos ou vou liberar um exército desses sobre Devanea e quem se aliar a ela. Com ou sem a semente terraformadora, Devanea precisa ser destruída! O que seria se as experiências dos devanos com o que chamam de humbareha resultassem na criação de um veneno sangue-específico, que visasse destruir o nosso sangue virtuoso? Pense nisso. Um veneno sangue-específico. Dissolvido na água-que-desce. Espirrada na água-que-sobe. Incorporada à água-que-fica.

Sopros de Deva v3: CLARÃO DA TEMPESTADEOnde histórias criam vida. Descubra agora