28 - Os pilares de Devanea

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Eu sei:

Ela está aqui.

Deva olha para mim

Neste instante.


Ela sabe o que penso,

Pensa comigo.

Ela sabe o que canto.

Canta comigo.


Eu sei:

Ela está aqui.

Ela sabe que preciso dela

Tanto quanto ela precisa de mim.


Eu sei:

Ela segue aqui.

Deva chega mais perto

De mim neste instante.


(E sei o que quer.)


Quer me ativar,

Quer me integrar ao plano.

Quer me surpreender

Tanto quanto quero surpreendê-la.


Para terminarmos

A nossa história

Juntos.

Eu sei: ela está aqui.


Após a canção, entoada de forma calma, suave e pausada, ela suspirou. A Reifskira pareceu imitá-la.

Até mesmo as penas verde-negras pareciam ter encolhido, dando a ela a impressão de que estava muito menor. Seus olhos amarelos pareciam mais suaves. Perderam um pouco o brilho ígneo diante daquele ato de entrega.

Ela daria metade de si.

Com coragem e destreza, Ser Kinnaree desconectou o seu braço-asa direito e ofereceu ao céu.

A Ser Aton.

A Deva.

Sentiu uma pontada de dor quando os nervos foram rompidos.

"Como vou abraçar o fogo, sem o braço-asa? Sem a Garra Brilhante?", foi a sua reflexão silenciosa, lembrando de algumas palavras que ouviu no Festival do Fogo.

O novo Flama que ela desenvolvera nos últimos Aton-dias – o mais poderoso bastão-arma que ela criara e que agora funcionava com o calor do corpo devano –, também foi oferecido. Ele agora estava finalmente dotado com o raio paralisante observado no Krakorjuna, equipado com um sinal de ondas curtas portátil, capaz de paralisar aeronaves a oito milhões de passos de distância.

Terminados os esforços de aprimoramento do Flama, conforme prometido na Convocação Parasaureana, Ser Kinnaree viu o braço-asa brilhante e o bastão flutuarem à sua frente, suspensos pela sopro-vibração da Garra Invisível.

"Vocês são muito perigosos para o mundo."

Ela repousou sutilmente os dois na rocha daquele templo natural.

Aceita minha oferenda, Deva. A arma mais poderosa e o braço-asa que a criou.

Ser Kinnaree estava sobre um altar natural, dedicado a Deva, no alto das Gasertianas. Havia uma nuvem branca, abaixo, se movendo bem devagar.

Sopros de Deva v3: CLARÃO DA TEMPESTADEOnde histórias criam vida. Descubra agora