A última vez que estive bem vestida assim, foi na última festa de família, eu estava acompanhada dos meus pais e lá a minha intenção era estar feliz ao lado deles, hoje a minha intenção é matar um homem.
Estou aqui em um salão de festa enorme e cheio de pessoas que eu desconheço, estou a espera da oportunidade certa para fisgar o alvo desta noite. Aura está assistindo tudo das câmeras que estão posicionadas ao redor de todo o salão, mas devem se perguntar...Quem é o alvo?
Ian Hackford, um gangster americano que está atrapalhando sem saber os negócios da SGB na América, hoje ele estará aqui.
Eu estou no bar bebericando uma taça de champagne quando eu o vejo entrar com seu belo e alinhado terno de linho escuro, neste mesmo momento ele está cumprimentando algumas mulheres que adoram bajular esse tipo de gente. Preciso que ele me note sem ser muito vulgar e oferecida me jogando em cima dele como essas mulheres, deixo a taça sobre a mesa do bar, me levanto e caminho pelo salão passando bem do lado dele fingindo que ele nem existe, não sei se isso vai funcionar, a sútil arte de fingir que não está nem aí, pra ele se interessar e vir até mim, espero que funcione, pois é o único plano que tenho pra tirar ele daqui.
Caminhei até o banheiro e olhei por alguns segundos meu reflexo no espelho, mas minha mente está nele e rapidamente uma movimentação acontece no banheiro, algumas daqueles mulheres que estavam com ele estão entrando, isso significa que ele está no bar, ou em algum lugar onde eu possa fazer com que ele me veja, imediatamente saio do banheiro e avisto o alvo sentado no bar.
Caminho novamente ao bar e me sento bem longe dele mas em um lugar estratégico e ao lado de uma cadeira vazia pra que ele possa vir sentar. Peço ao barman uma marguerita, ele prepara e me serve, beberico a mesma olhando de rabo de olho para o alvo, ele olha de volta e não demora muito até que vem em minha direção, finjo não ter visto e termino de beber o líquido da taça.
-Vi que você foi a única mulher a não ir me bajular, por que não foi?- Ele pergunta se sentando.
Agradeço por dentro por meu plano dar certo, talvez o vestido decotado e o batom vermelho ajudaram.
-Perdão, eu não te conheço, porque eu iria falar com você?- Pergunto o olhando diretamente nos olhos e ele se intriga em como respondi sua pergunta com outra pergunta.
-Isso não importa, o importante é que você é a mulher mais bonita dessa festa, se eu te convidar pra sair daqui você acharia muito rápido?- Bem direto ao ponto, não me surpreende, esses gangsters acham que podem comer qualquer mulher.
-Confesso que minha vontade de te conhecer está aguçada.- Sussurro bem perto de seu ouvido.
-Isso quer dizer que não seria muito rápido.- Ele chega a essa conclusão e eu apenas sorrio.
-Mas antes, gostaria de saber seu nome- Mesmo sabendo o nome dele, preciso perguntar, ele acharia estranho eu ir com ele sem nem ao menos perguntar seu nome.
-Ian Hackford, e o seu?-
-Anna- Sorrio
Ele então se levanta e me oferece a mão, assim eu aceito e ele me conduz pelo salão roubando olhares de todas as pessoas em volta, não me importo muito, a peruca loira ajuda com que não me reconheçam depois dessa noite.
-Vejo que é bem popular- Digo me referindo aos olhares enquanto caminhamos para a saída.
-São só pessoas que se deslumbram com a vida que eu levo, Anna- Ele responde abrindo a porta do carro para mim.
-E que tipo de vida você leva, Ian?- Pergunto quando já estamos dentro do carro.
-Pode ir Jason- Ele pede para o motorista iniciar a viagem e em seguida volta seus olhares para mim. -Eu pareço um homem que tem uma vida normal?-
Passo a língua entre os lábios antes de balbuciar qualquer palavra.
-Não- Respondo obtendo seu olhar para minha boca.
Se tudo correr bem, antes das 3 da manhã estarei na minha cama.
-Chegamos, Anna- Ele anuncia
-Esse é seu apartamento?- Pergunto já dentro do lugar olhando deslumbrada para tudo, pelo menos fingindo, uma mulher normal faria isso.
-Sim, gostou?- Pergunta trazendo uma garrafa de vinho.
-Gostei, Ian- Sorri e ele veio em minha direção com o vinho em uma das mãos.
-Adoro quando fala meu nome.- Ele diz, sorri e me beija.
Fui ensinada que antes de matar o alvo tenho que manter o papel, então tenho que me entregar e beijar de volta como se quisesse, até que não é tão ruim, o fato dele não ser velho e ser bonito contribui bastante para que não seja desagradável beijá-lo.
Sua mão livre passeiam pelas minhas costas e as minhas vão para seu rosto e seu cabelo. Quando o beijo termina ele me olha e abre o vinho.
-Vou buscar as taças, Anna- Ele diz e eu apenas sorrio.
Ele volta com duas taças em mãos e as me entrega pra ele poder nos servir, e assim o faz colocando o vinho em cima da mesa.
-Vamos brindar Anna, a noite acabou de começar para nós- Ele diz e tocamos nossas taças antes de bebermos um pouco.
Me fingo de desastrada e derramo vinho no meu vestido.
-Aah- Exclamo como reclamação, finjo tentar limpar o vestido mas é inútil.
-Vou pegar um pano pra te limpar.- Ele diz deixando sua taça em cima da mesa e saindo do recinto.
Tiro meu vestido ficando apenas de calcinha e sutiã, tiro do sutiã o mais rápido possível um pequeno frasco contendo Estricnina um veneno muito forte, abro o mesmo e jogo todo na taça contendo o vinho do alvo, me livrando em seguida do frasco.
Quando o alvo volta ele me sorri surpreso e vem o mais rápido possível me tocar e me beijar.
-Santo vinho derramado- Ele brinca e eu forço uma risada
-Ainda tem vinho na minha taça, e também na sua, vamos brindar uma última vez- Sua última vez realmente, alvo. Ele pega a taça da mesa e brinda comigo.
-Pela maravilhosa e misteriosa Anna- Tocamos novamente nossas taças, bebi o vinho e observei meu alvo bebendo sem saber o que lhe aguarda.
Ele deixa a taça na mesa e vem em minha direção, mas no caminho ele para e põe as duas mãos na garganta e me olha pedindo ajuda antes de cair no chão tendo convulsões.
Peguei meu vestido e o vesti novamente assistindo meu alvo ser eliminado, feito isso peguei seu celular e sai o mais rápido possível do prédio completando com êxito minha missão.
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ANNA
RandomFoi insano e devastador. Apertei o gatilho e tive a minha frente a primeira morte. Foi assim, que passei a matar para a organização secreta da qual não tive escolha de negar participar. Anna Poliakova, uma assassina a qual o medo encoraja todas as n...