Capítulo 13

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Tirar férias. Foram umas das últimas palavras da Aura antes de eu deixar a Rússia, bom, eu ouvi o conselho dela, e é por isso que eu estou aqui, em Baixa Califórnia no México, onde prais lindas me esperam, quero dizer, nos esperam eu "convenci" Tommy a vir junto, na verdade, ele viria comigo de qualquer, o trabalho dele é me vigiar.

Nessas duas semanas de férias, vamos ficar em um hotel chamado Diamante Cabo San Lucas, e ele é enorme e muito lindo, já estamos hospedados no quarto e estou olhando pela janela a linda vista do enorme lago que faz parte do hotel quando ouço Tommy me chamar no banheiro.

-Que foi?- Encosto no baquete da porta e o vejo tomando um banho e sorrio.

-Só te chamei pra você me ajudar com o shampoo- Ele diz e balança o shampoo e sorrio.

Imediatamente eu tiro minhas roupas e entro no chuveiro com ele.

Da última vez no chuveiro, foi incrível e toda vez que eu entrar no chuveiro vou me lembrar daquele momento que nos descreve tão bem, nosso momento de carinho e sexo.

-O shampoo?- Ele diz e eu me desperto dos pensamentos.

-Esquece os shampoo- Digo o beijando intensamente e ele deixa o shampoo cair no chão segurando minha cintura.

Esse homem me faz ter as ideias mais malucas do mundo, eu o empurro pra parede e começo a beijar todo seu corpo e ele geme meu nome, se isso não é o melhor som do mundo, eu não sei qual é. Ele me pega no colo me beijando e me leva para a pia do banheiro, ainda nos beijando ele começa a tocar todo o meu corpo me deixando completamente refém dele.

Eu não consigo segurar os gemidos.

-Você me deixa louca, Tommy- Eu digo em um sussurro e noto o quanto eu estou envolvida com esse homem, parece por um momento que fomos feitos um para o outro.

E isso me deixa insegura, não sei por quando tempo aguento segurar que sei sobre ele e até que não quero parar de vê-lo, não sei se vamos poder continuar nos vendo depois das verdades ditas e isso me preocupa, ele já faz parte de mim.

Nós amamos muito naquela pia e eu nunca vou me esquecer.

Mas agora estamos nos arrumando para irmos caminhar na praia, está de noite então vai ser só eu, ele, as ondas do mar e a lua.

Talvez eu crie coragem para lhe contar toda a verdade de uma vez por todas.

-Vamos, Anna?- Ele surge lindo como sempre eu sorrio e faço que sim com a cabeça e então ele pega em minha mão e me guia para fora do quarto.

Já estamos caminhando pela beira da praia ao som das ondas se quebrando até que Tommy para e fica na minha frente e olha pra mim.

Será que ele vai me contar alguma coisa? Pensei que quem fosse abrir a boca primeiro fosse ser eu. Mas tudo indica o contrário. Não estou preparada para isto. Não ainda. Quero aproveitar ao seu lado, sem me preocupar se esse será nosso último momento de paz. Não quero que isso acabe. Mas a verdade precisa ser dita.

-Anna, eu queria te contar umas coisas...- Ele é interrompido por mim.

-Eu sei, as coisas precisam ser colocadas em lençóis brancos. -

Começo e sua expressão facial é tranquila, acho que se eu disser ele se sente menos culpado, de qualquer forma, essa mentira que nos envolve, me faz o querer mais e mais. Aqui, sob a lua, ao som das ondas eu vou contar toda a verdade que está entalada em minha garganta a muito tempo.

-Eu sei de tudo Tommy- Ele não fica surpreso. -Eu acho que no fundo, nós não queríamos nos entregar, mas sei que é necessário colocar um ponto final nisso.- Tenho toda sua atenção e ele ouve cada palavra sem argumentar ao menos uma vez. -Tommy, eu sei o que você tem em mente e eu não vou trair meu próprio povo pra ajudar a Cia.-

Então, eu finalmente ouço sua voz.

-Não vou te forçar a nada, Anna, mas é uma ótima opção pra você não sofrer as consequências no futuro por não ter aceitado.-

-Que tipo de ameaça é essa?- Pergunto tranquila, sabia que isso ia chegar, o Tommy e a Anna de verdade se enfrentando cara a cara sem nenhuma máscara.

-Não é, só um aviso- Ele diz e encara ainda mais seus olhos procurando algo verdadeiro escondido em seus sombrios olhos.

-Talvez esteja certo Tommy, mas eu não quero me juntar a vocês, eu me recuso- Nego seu pedido indireto normalmente e ele sorri por um instante antes de falar.

-Anna- Ele diz e acaricia meu rosto -Eu já sabia que iria se negar, mas pense com cuidado- Ele diz por fim retirando sua mão encerrando seu momento de "carinho".

Eu pretendia dizer que quero ficar com ele, mas ao que me parece, ele só me quer como uma espiã da Cia, coisa que nem em meus pesadelos eu seria. Não faria isso jamais, nem sob a ameaça da pessoa em que eu mais amo, talvez ele. Mas não importa. Thomas é egoísta e muito descrente, se eu disser que quero fugir com ele, ou ao menos tentar, ele riria de mim. Pensaria que é um plano armado por mim e por Aura, pra tentar de alguma forma mantê-lo em nossas mãos.

De certa forma, em seu lugar eu traria para meus pensamentos esse mesmo raciocínio, talvez ele até sugira isso caso seu plano de me transformar em espiã americana não funcione.

-Parece que não é só isso que quer me dizer, Anna- Ele diz retomando a minha atenção.

-Na verdade, Thomas, eu iria dizer muitas coisas, muitas coisas se passaram em minha mente, mas com sua proposta indireta, todos esses pensamentos foram pelo ralo.- Sinto o vento balançar meus cabelos me trazendo a pior sensação do mundo.

A minha vontade é de escancarar pra ele sobre os meus sentimentos por ele e beijá-lo seria minha segunda atitude.

Tê-lo em meus braços faz com que eu não me sinta sozinha, e é por isso que eu prezo tanto seu toque, por mais que existam más intenções por trás de todos eles. Thomas me faz sentir como se só ele no mundo importasse pra mim, como se eu só precisasse dele para viver ou respirar. Eu não queria me apaixonar por ele. Mas já é tarde demais pra isso. Tarde demais para tudo. Tarde demais para nós.

-É só dizer, Anna- Ele diz como se fosse simples.

Penso duas vezes se conto toda a verdade mesmo sabendo que ele, o homem por quem eu me apaixonei, acreditaria que tudo isso faz parte de um plano articuloso para tê-lo em minhas mãos. Não sei se vale a pena, dizer e perguntar se ele sente o mesmo, ou se por todo esse tempo, tudo que vivemos foi pura mentira e fingimento. As coisas estão tão entre as entrelinhas, que me perco em meus pensamentos amargos e malucos sobre um futuro minuto que pode acabar com todas as minhas esperanças sobre ser uma pessoa livre a amada.

Talvez isso seja só o começo do verdadeiro inferno que Tommy fará da minha vida, mas mesmo assim, eu o quero. Quero para sempre.

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