Thomas me ligou depois de duas semanas marcando um encontro eu aceitei, não vi problema, até porque, segundo a Aura, manter as aparências de uma pessoa normal é sempre bom para o disfarce, contanto que isso não atrapalhe a missão. Ainda estou em Londres com a missão em andamento, vejo Christian quase todos os dias, porém hoje não vai ser como quase todos os dias.
Estou atravessando a rua e avisto Thomas sentado em um banco da praça, ótimo lugar para um encontro, vou andando em sua direção e ele me olha sorrindo.
-Anna- Ele diz meu nome quando eu já estou perto.
-Thomas- Sorrio.
-Então, te pago uma bebida?-
-Pode ser- Ele então vai até uma barraquinha para comprar alguma bebida.
Pelo seu jeito de andar e falar, é americano, aumentando ainda mais minhas suspeitas sobre esse homem. Me desperto do devaneio quando vejo ele voltar de mãos vazias.
-Não gostei do que ele está vendendo, sabe quem faz uma bebida sensacional?- Ele pergunta.
-Você?- Tento adivinhar essa pergunta óbvia.
-Acertou, então, quer experimentar?-
-Entendi, quer me levar pra sua casa me oferecendo bebidas pra na verdade me matar.- Solto essa "piada", e ele chega bem perto do meu ouvido e diz
-Como foi que descobriu meu plano?- ouço sua risada e me arrepio, por mais desconfiada que eu esteja, não posso negar que ele está despertando algo dentro de mim.
-É que não confio em americanos- Digo sorrindo
-Vai querer arriscar mesmo assim?- Pergunta em tom de brincadeira.
-Eu sei me defender, caso você tentar me matar, eu te mato primeiro.- Digo e solto uma risada falsa e ele me acompanha na falsidade.
Já em seu apartamento, na verdade, não acho que seja seu de verdade.
-Então, seja sincera- Ele diz me entregando uma bebida bem interessante.
-Eu não sei mentir- Digo brincando e bebo um pouco, e por incrível que pareça, está bom. -Olha, por incrível que pareça, está muito gostoso.-
-Você disse que não mentia, Anna- Ele brinca
Neste momento recebo uma mensagem de Christian querendo me ver, não posso perder a oportunidade, é hoje o dia final da missão, então respondo que em meia hora me encontro com ele em seu apartamento.
-Thomas, obrigada pela companhia, mas eu preciso ir.-
-Mas já?- Ele pergunta
-Sim, sabe como é modelo, surgiu trabalho surpresa- Disfarço.
-Ah, claro, entendo, mas quando podemos nos ver de novo?-
-Provavelmente depois desse trabalho eu devo voltar para Rússia, vou tirar umas férias para ficar com a família, sabe como é- Sorrio
-Sei como é, mas antes de você ir, quero te ver novamente- Ele diz tocando meu rosto
-Claro, eu te aviso e você faz uma festinha de despedida pra mim.- Brinco e ele sorri
-Uma festa particular.-
Ele sorri e se aproxima e inesperadamente me beija e eu retribuo, minhas mãos já estão em seu rosto e as dele percorrem meu corpo dando a impressão que ele conhece cada curva, cada detalhe, seu beijo é viciante, seu cheiro, seu toque, me faz querer ficar e ter esse homem a noite toda, mas eu não posso ficar e preciso parar esse beijo mesmo que minha vontade peça o contrário.
-Eu...- Digo entre beijos -preciso ir Tommy.- Digo por fim me separando.
-Eu sei, é só que a vontade falou mais alto.- Sorri pra ele na mesma hora.
-Minha vontade me pede pra ficar, mas eu realmente não posso, mas eu te ligo antes de viajar- Digo já perto da porta.
-Tudo bem- Ele sorri e eu o beijo pela última vez tendo que deixar esse homem e minha vontade em segundo plano.
-Anna, você me beija e me deixa e depois me beija de novo- Christian diz parando o beijo -Não acha que já está na hora de pularmos essa fase?-
-Pode me dar mais champagne?- Pergunto tentando evitar essa pergunta.
-Claro- Ele diz e e enche a taça novamente e me entrega.
-Christian, pra ser sincera, eu não quero ser mais uma garota que você descarta- Digo me sentando e ele faz o mesmo.
-Nos vemos quase todos os dias e eu já sinto algo muito forte por você, isso não é suficiente?-
-Talvez você pudesse me contar mais sobre você.- Sugiro
-Como assim?- Ele me pergunta confuso
-Como...qual o seu trabalho, o que você faz? Tenho medo de você ser um espião.-
-Meu amor, eu já disse que trabalho com importação e exportação, é chato, e de vez em quando eu tenho que infringir uma ou outra regra.-
-Que tipo de regra?-
-Existem sanções contra vários países no mundo, quem é que sofre, os políticos? os líderes? Não, é o povo quem sofre, e eu estou aqui para ajudá-los-
-Como?-
-Precisam de comida, medicamentos, combustível, matéria-prima e eu ajudo a fornecer isso-
-Comida e remédio?- Pergunto
-De vez em quando algumas armas-
-Desde quando armas são matérias-primas?-
-Se são para defender a liberdade...- Ele justifica
-Ajuda muitos países assim?-
-Síria, Líbia, Paquistão e...- O interrompo
-Não quero saber, para- Finjo estar assustada e ao mesmo tempo um pouco chateada, mas só parei porque já consegui as provas que precisava.
-Anna, eu não devia falar disso com ninguém, eu corro sérios riscos agindo assim, você queria provas, aqui está, a minha vida pelo seu amor.-
Sorri, olhei em seus olhos e o beijei pela última vez, foi um beijo bom, talvez o melhor beijo que já tivemos.
-Onde é o banheiro?- Pergunto e ele aponta com a cabeça.
Então eu me levanto e caminho para o banheiro, adentrando no mesmo e fechando a porta atrás de mim, caminho para o espelho e me dou uma profunda olhada, desabotoou os botões os vestido retirando a escuta, procuro a arma que Aura disse que estaria debaixo da pia, dessa forma a encontro, enrosco o silenciador e me dou uma última olhada tomando coragem.
Abro a porta do banheiro e antes que ele pudesse dizer qualquer palavra eu atirei em sua cabeça, vou em direção a sua pasta a abrindo e pegando seu celular e documentos confidenciais.
Abro a porta do apartamento e atiro na cabeça do guarda de prontidão na porta, puxo seu corpo para dentro do apartamento e tranco a porta saindo assim do prédio completando mais uma missão.
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ANNA
RandomFoi insano e devastador. Apertei o gatilho e tive a minha frente a primeira morte. Foi assim, que passei a matar para a organização secreta da qual não tive escolha de negar participar. Anna Poliakova, uma assassina a qual o medo encoraja todas as n...