《0.4》

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17 de Fevereiro de 2003 - Reino Unido

Sentada ao lado da latina na grande mesa de vidro, Allyson passou a manhã toda ajudando sua mais nova chefe a separar os seus casos e a organizar sua agenda de trabalho.

Não teve pausas na parte da manhã, Lauren realmente estava precisando de ajuda. Apesar de todo trabalho, elas sempre conversavam amenidades.

- Você namora, Ally? - A latina fechou seu notebook encima de sua mesa.

Ally, que fazia algumas anotações, direcionou o seu olhar para a mulher de sotaque forte.

- Desculpa se estou sendo invasiva.

- Não imagina, eeu não tenho namorado. - Eespondeu sem pestanejar. Também não entrou em detalhes sobre a sua sexualidade, não por vergonha, e sim por profissionalismo.

Lauren não entendeu o porque, mais aquela resposta à deixou feliz.

- O garotinho da foto é o seu filho? - Com a caneta azul entre os dedos, apontou para a foto encima da mesa.

Pela posição que se encontrava não dava para ver perfeitamente a foto, mas a semelhança com a latina era notória.

- É sim, Lucca. - Sorriu com orgulho.

Como uma mãe coruja, pegou a fotografia nas mãos, para a loira ver melhor.

- Ele é lindo, e se parece muito com você.

Ao olhar a foto mais de perto, viu naqueles olhos verdes, a mesma coisa que viu quando olhou para Lauren. Parecia que aquele olhar, não era tão novo para ela, mas não sabia o do porquê.

- Obrigada. Ele é uma figura, ele sempre está por aqui, então você vai acabar o conhecendo. E você, tem filhos?

- Sim. - Sorriu ao se lembrar de sua garotinha. - Lana, ela é razão do meu viver. Tem cinco aninhos.

- A mesma idade do Lucca. Belo nome, e com um lindo significado...

- A reluzente. - Falaram juntas.

- Agora vamos voltar ao trabalho, para podermos ir almoçar. - Continuou a latina.

As duas voltaram ao trabalho.

[...]

Sentada em frente a tevê, Lana parecia um pouco amuada.

Dinah fazia de tudo para animar a garotinha, mas de nada adiantava. Era nítido a saudade que sentia de sua mãe.

- Lana, que tal brincarmos de boneca? - Dinah apareceu na sala com a boneca nos braços. A loira segurava a boneca como bebê, balançando em seus braços.

Lana tirou seus olhos da tevê, olhou para a tia expressando nenhuma reação.

- Lana, quer a mamãe. - Disse chorosa.

Dinah baixou os ombros, e se sentou ao lado da menina no tapete.

- Meu amor, a mamãe vai demorar um pouquinho. Enquanto isso, nós podemos brincar de boneca. - Apertou suas bochechas, fazendo Lana sorrir sapeca.

- Lana vai ser a mamãe da tia Dinah. - Disse fazendo sinais.

- Dinah vai ser uma filha obediente. - Respondeu a mulher.

Dinah sabia o básico da língua de sinais, os amigos de Ally sempre se esforçavam para fazerem Lana se sentir bem.

A garotinha colocou, a chupeta da boneca na boca da tia, fazendo a mulher rir.

[...]

Durante a pausa para o almoço, Ally aproveitou para ligar para a filha, mas, infelizmente, Lana estava dormindo e a loira não pôde ouvir a voz da sua pequena.

A mesma estava almoçando em um restaurante em frente a empresa, na companhia de Normani e Selena, uma outra garota que trabalhava no prédio como uma das advogadas, mas adorava almoçar com a secretária do patrão.

- Então você é a mais nova contratada da empresa Jauregui Advocacia? - Perguntou Selena, sorrindo para a loira sentada ao lado da negra.

- Sim. Estou tão feliz. - Sorriu. - Esse emprego veio em boa hora, Lana precisa voltar a fazer fisioterapia e agora eu posso pagar por isso.

- Você tem uma filha? - Perguntou a morena surpresa e Allyson assentiu, enquanto mastigava sua salada verde

- De cinco anos.

- Meus Deus, você parece tão nova! Filhos são bençãos em nossas vidas. - Disse Selena, voltando a comer.

Ally agradeceu pela mulher não fazer tantas perguntas sobre a sua filha, não gostava de falar sobre a sua vida pessoal com estranhos. Gomez, parecia ser uma ótima pessoa, mas preferia separar sua vida pessoal.

Lana foi um presente em sua vida, e nunca se arrependeria por tal atitude.

Uma hora em ponto estavam voltando para o prédio, entre risadas entraram na caixa metálica e parando no segundo andar, Lauren entrou, encontrando as três garotas no elevador.

- Olá meninas. - Disse a latina, sendo respondida.

Selena foi a primeira a descer e logo depois Ally e Lauren.

As duas caminharam lado à lado, sentindo suas mãos tocarem uma na outra sem querer, ato que fez as duas sentirem uma certa eletricidade passar por seus corpos.

Coçando a garganta e se sentindo estranha, Lauren deu a volta em sua mesa, se sentando em sua cadeira.

Essas sensações eram novas para a latina, nunca tinha sentindo isso perto de uma mulher antes... E isso era apenas o primeiro dia trabalhando ao lado da loira.

- Amanhã eu ficarei a manhã toda fora. Tenho uma audiência, e na parte da tarde ficarei com o Lucca.

Lauren explicou sem tirar os olhos de seu notebook, que estava aberto no caso de amanhã.

- Então, aproveite para resolver suas coisas e na segunda começaremos com tudo.

- Certo!

[...]

Lucca brincava em seu quarto com os inúmeros brinquedos espalhados pelo chão. O garotinho havia chegado da escola às quatro da tarde e esperava ansiosamente pela chegada de sua mãe.

Dona Esmeralda, a governanta da casa, que sempre ficava de olho no menino, que é acostumado com a mulher desde o nascimento.

Dona Clara tomava o seu chá da tarde ao lado de sua amiga e esposa do sócio de Mike.

Jessica Cornish, era uma mulher elegante, que adorava passar horas e horas gastando a fortuna do marido.

- Eu já falei que adorei o seu sofá novo? - Perguntou Jessie pela terceira vez naquela tarde.

- Sim, mas pode dizer de novo. Eu adoro elogios. - As duas riram da fala da matriarca Jauregui.

- Como conseguiu convencer, Michael a trocar de sofá? Ele é tão economista.

- O pestinha do Lucca até que fez algo que preste. O garoto acabou passando canetinha no estofado, aí eu ganhei essa maravilha. - Esticou os braços, se encostando na guarda.

E mais uma vez riram.

- Se um dá trabalho, imagina dois? Há males que vem para bem. - Disse Jessica, se referindo aos acontecimentos do passado.

Com toda a naturalidade, se benzeram e voltaram de seus assuntos favoritos. Estética.

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