《3.4》

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18 de agosto de 2003 - Reino Unido

Pov's Ally

Eu não sei, com os dias passei a ficar obcecada em descobrir o parentesco de minha menina. Ao mesmo tempo que eu tinha medo de descobrir toda a verdade, eu ia atrás de vestígios.

O que eu vou dizer agora pode até parecer loucura ou coisa de novela, mas para mim a filha de Lauren, Carolyn não faleceu como a latina imagina. Cheguei nessa conclusão quando perguntei a minha melhor amiga sobre depois que Lauren entrou em coma.

[...]

- Por que o interesse repentino sobre isso? Ou melhor, porque não pergunta a Lauren, afinal, tudo isso aconteceu com ela. - Diz Mani.

Ainda com a cara de quem acabou de acordar, eu passo a mão no rosto, soltando um suspiro. Conto tudo a minha amiga, a minha desconfiança sobre a filha "morta" da minha namorada. Normani fica chocada com as minhas teorias, mas acaba concordando que faz sentido.

- E então, você sabe ou não sobre o que aconteceu depois que Lauren entrou em coma? - Pergunto aflita.

- Sei apenas o básico. Sempre fui de confiança do senhor Jauregui e trabalho com ele desde o meu estágio.

Normani deixa uma xícara de café em minha frente e se senta na cadeira de frente com a minha.

- Me lembro que Lauren tinha sido internada, pois sua gestação era de risco por ser gêmeos e...

- Tá, essa parte eu sei, Mani! - A corto, fazendo a morena revirar os olhos.

- Se você fizer isso mais uma vez, não vou te contar mais nada. - Adverte a maior, irritada. Aceno positivo tomando um grande gole de minha bebida quente. - Certo. Me lembro que o Sr. Michaell chegou triste na empresa dizendo que a sua filha tinha entrado em coma depois de dar a luz e que os gêmeos estavam bem, apesar de nascerem prematuros. Todos os dias ele ia vistar as crianças e Lauren, que estava em coma. Um dia ele comentou que a menina não estava conseguindo ganhar o peso ideal, mas a enfermeira obstetra chefe faria alguns exames.

Kordei toma um gole de seu café, tentando se lembrar de alguma coisa enquanto eu escuto atenta cada palavra dita por ela.

- Ele sempre estava cabisbaixo e nervoso, se irritava fácil. Ele dizia que tinha medo de perder a filha e que Clara pensava em desligar os aparelhos de Lauren, sendo que tinha apenas poucos dias que a menina tinha entrado em coma.

Eu abri a boca chocada com aquilo. Toda mãe quer manter o filho por perto o mais tempo possível, seja ele no aparelho ou não.

- No dia que Michaell saiu da empresa para visitar a filha e os netos, a sua pressão estava um pouco alta. Eu pedi para acompanhá-lo até o hospital, mas ele disse que não precisava. No final da tarde Avril Lavigne veio com a notícia que Mike tinha sido internado após sofrer um AVC dentro do hospital.

Fiquei surpresa ao ouvir aquilo, nunca imaginei que Mike tinha sofrido um AVC bem na época que a sua filha estava em coma. Pelo visto a família de Lauren passou por muitas coisas em um curto período de tempo.

- Nossa. - É tudo que sai dos meus lábios.

- Ele estava passando por muitas coisas na época e o estresse resultou nisso... Não sei de muitas coisas, Allz. - Ela solta um suspiro.

- Você não sabe quando foi que Carolyn faleceu exatamente? - Pergunto ansiosa por uma resposta. Lauren nunca falava sobre isso, eu não sabia exatamente quando a menina faleceu e acho indelicado de mais perguntar isso a ela.

A negra massagea as têmporas e torce os lábios, tentando se lembrar de algo. Normani sempre fazia isso quando pensa muito.

- Eu acho que foi logo após Mike ser internado, acho que uma semana depois de ter nascido. Me lembro que fui visitá-lo, ele estava muito abatido, pois tinha acabo de receber a notícia da netinha. Fiquei pouco tempo com ele. Inclusive, quando sai da área de internação, eu esbarrei em sua mãe.

- Ela nunca comentou sobre ter te visto.

Acabo achando estranho de minha mãe não ter comentado ter visto Normani. Me lembro perfeitamente bem dela comentando que a última vez que viu a Mani foi na época que fazíamos faculdade. Acabo deixando esse fato de lado por agora, no momento o meu foco é outro.

- Talvez tenha se esquecido. - Apenas concordo. - É exatamente isso que eu sei. Há, quando a menina foi enterrada Mike ainda estava internado, Clara não permitiu que abrisse o caixão e que apenas a família fosse.

- Isso foi de grande ajuda, Mani. Muito obrigada. - Seguro em suas mãos em cima da mesa.

[...]

Sentada na sacada da sala, passo a mão no rosto ao ouvir a voz de Lucca me chamar. Hoje era sábado e o menino estava aqui em casa enquanto a sua mãe saiu para resolver algumas coisas. Ele e Lana logo aparecem em meu campo de visão, cada um com um brinquedo em mãos.

- Tia Ally. Nós podemos brincar um pouquinho no parquinho?

Lana, que está parada ao seu lado, apenas balança o corpinho com as duas mãos para trás. Eu sei que essa foi idéia de Lana só de olhar para o seu semblante... Lucca tem o cenho franzido, igualmente Lana.

Fico olhando cada detalhe dos dois e cada caras e bocas que é feita enquanto ambos esperam por minha resposta.

- Mamãe?!

Sou tirada dos pensamentos com Lana beijando o meu rosto. Sorrio fechado e peço desculpas as duas crianças.

- Hoje está muito frio lá fora, meus amores e não queremos ninguém dodói, certo? - Pergunto e os dois assentem.

- Cadê as crianças dessa casa? - A voz de Dinah chama a atenção dos dois, que saem correndo para receber a mulher.

Solto um suspiro e saio daquele ambiente para falar com DJ. A loira trouxe McDonald's e uma caixa de pizza. Os gêmeos, quero dizer a MINHA filha e Lucca, estão mais interessados no brinquedo do que no lanche.

[...]

- Não me provoque, Allyson. - Diz a latina embaixo de mim. Mesmo diante de sua fala, eu balanço o quadril, fazendo a morena soltar um gemido.

Lolo aperta os seus dedos em minha coxa nua e depois passa as unhas curtas.

- Olha só, quem está provocando agora? - Digo entrelaçando os nossos dedos em cima de sua cabeça.

Selo nossos lábios em um beijo calmo, mas carregado de desejo. Ainda estávamos em casa, as crianças foram ao cinema com Normani e Dinah. Pelo horário, acredito que devam estar de volta por volta das 21horas.

- Eu sei jogar o seu jogo, querida. - A morena nos vira na cama, ato que me pega de surpresa, me fazendo rir alto.

- Eu te amo, Lolo. - Passo o dedo por seu rosto. - Você é um dos maiores presentes que já ganhei e não importa o que aconteça daqui para frente, eu quero que saiba que vou sempre te amar.

- Porque você está dizendo isso? - Pergunta a latina encaixada no meio de minhas pernas.

- Eu não sei o que o futuro nos guarda. - Deixo um selinho em seus lábios e, de repente, o que era um ar sexual se transformou em  melancólico.

Os verdes que tanto amo me olham com ternura e paixão. Eu amo tanto essa mulher que tenho medo de perdê-la, eu não sei o que pode acontecer quando a verdade vier à tona... Na verdade não faço idéia do que o destino me guarda, apenas espero que sejam coisas boas.

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