《2.7》

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Pov's Ally

Minha mente apenas gritava: "Isso é loucura!", mas eu sabia que aquilo de Chris ser o meu irmão tinham as suas grandes porcentagens, mas não deixava de ser loucura.

Várias coisas ao mesmo tempo se passava por minha cabeça e uma delas eram: Lauren sabia esse tempo todo e decidiu esconder isso de mim? Algo tão importante.

Qual era o nível de sua confiança em mim? Além do mais, é algo que desrespeita a mim e aos meus pais.

- E porque não me contou isso antes? Segundo você mesma, você descobriu a algumas semanas.

- Ally, eu sei que você está com raiva, chateada, mas é da vida do meu irmão que estamos falando. Um adolescente, um garoto que acreditou e acredita que seu pai é Michael Jauregui e não Jerry Hernández....

Eu não deixei Lauren terminar, eu já tinha escutado demais por hoje. Ela não confiou em mim e não sei se algum dia ela me contaria se eu não tivesse ouvido sua conversa

- Ele também é meu irmão, Lauren! -Minha voz saiu áspera. Os olhos de Lauren se arregalaram e ela respirou fundo. Com as mãos na cabeça ela andava pela sala. - Você mentiu para mim e ainda ficou pesquisado sobre a minha família. Você jogou baixo!

Pelo canto dos olhos, a vi se aproximar. Eu nem percebi quando comecei a chorar.

- Eu preciso de um tempo. - Foi tudo que saiu de meus lábios.

- Tudo bem. Você pode ir para casa e amanhã a gente conversa com calma.

Apenas acenei positivo, peguei minha bolsa e sai sem olhar para trás.

Me sentia cansada. Não sei se estou disposta a olhar para Lauren amanhã.

Assim que cheguei em casa deitei com a cabeça sobre o meu travesseiro. Eu sempre quis um irmão e meu pai sempre contou sobre o sonho de ser pai de um menino. Não que ele não fosse feliz em ter uma menina, mas ter um garoto sempre esteve em seus planos e quando completei oito anos, minha mãe descobriu que não poderia engravidar mais, depois que teve dois abortos espontâneos.

Me reviro na cama em uma tentativa falha de acalmar os meus pensamentos, até que eu acabei pegando no sono. Acordei por volta das onze da manhã, quando abro o meu celular encontro algumas mensagens de Lauren, mas não respondo nenhuma delas. Só preciso de espaço.

Eu sei que não posso culpá-la para sempre por ter escondido isso de mim, mas posso culpá-la por agora.

Meu corpo pesa e apenas relaxo os músculos depois de um demorado banho quente, daqueles que sai até fumaça e arde a sua pele.

Enrolada em um roupão, olho algumas fotos de Chris em seu Instagram. Começamos a seguir um ao outro quando Lauren decidiu contar para ele sobre o nosso namoro.

- Como não desconfie antes? Somos tão parecidos. - Murmurei rolando as fotos.

Meus dedos pararam em uma em especial. Era uma foto recente, na qual estava eu, Chris e Lauren. O jovem de cabelos loiros estava ao nosso meio, Lauren e eu beijavamos a sua bochecha.

A foto tinha sido tirada por um desconhecido por mim, estávamos tão felizes por Chris ter ganhado um jogo, que registramos o momento.

- Será que você será capaz de me amar como irmã? - Seco uma lágrima que insiste em descer.

Eu estava sensível demais e a TPM não estava ajudando em nada.

[...]

- A mamãe já volta princesa. - Digo fazendo sinais.

Lana tinha chegado cabisbaixa da escolinha, não quis brincar e muito menos ver televisão, coisas que ela adora fazer quando chega em casa.

Sem me responder ela me deu as costas e saiu da sala. Tentei ir atrás, mas Mani me segurou pelos ombros dizendo que ela daria um jeito, para que eu descesse e conversasse com Lauren.

Quando Normani chegou do trabalho, me encheu de perguntas do porquê eu ter voltado para casa mais cedo. E é claro que eu contei tudo a minha melhor amiga, assim como eu, ela ficou chocada.

E logo depois recebi uma mensagem de Lauren, dizendo que precisava me ver ainda hoje, pois estava se sentindo mal e eu acabei aceitado que ela viesse até o meu prédio.

Assim que cheguei na portaria, avistei o carro de Lauren do outro lado da rua, no lugar de sempre.

- Oi.

- Oi. - Respondi, me acomodando no banco.

Seus olhos inchados denunciavam que ela também tinha chorado.

- Eu preciso que você me escute e se coloque em meu lugar. - Apenas concordei.

Ela começou a me contar os detalhes da situação, de como ela chegou a esse ponto e porque não podia contar para ninguém.

Concordei com ela em alguns pontos, mas em outros, discordei completamente. Pude enxergar melhor o seu ponto de vista e essa proteção toda com o irmão.

Mas nada mudava sobre o fato dela não confiar em mim e ter escondido uma coisa tão importante como essa.

- Quando você disse que precisava de um tempo, o que exatamente você estava querendo dizer? - Sua voz era baixa e sua respiração falha.

- Eu realmente não sei. É muita coisa para se pensar agora. Só preciso que você me entenda e respeite o meu espaço.

- Quer terminar? É isso que você está querendo dizer?

Engulo em seco. Nem eu sabia o que eu realmente queria, minha cabeça estava processando tudo tão devagar.

- Não terminar e sim um tempo em nosso relacionamento. Será o melhor a se fazer por agora. - Minha voz sai embargada. - Se você quiser me demitir, tudo bem, eu vou te entender.

- Não, eu não vou te demitir. Você é uma ótima funcionária e eu preciso de você.

Apenas assenti tentando não me deixar afetar pela frase: "Eu preciso de você".

Seria difícil para as duas, mas era o correto a se fazer por agora. Dei o último beijo em seus lábios e sem olhar para trás, sai de seu carro.

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