16 de março de 2003 - Reino Unido
Ao despertar naquela manhã fria, a jovem latina se sentia uma outra mulher.
Os momentos da noite passada eram vividos em sua cabeça e a cada lembrança, um sorriso era dado.
Não tinha sido nada planejado e tinha sido tão perfeito. Lauren se sentia em um filme, naqueles bem clichês.
Lauren soltou uma longa e sonora gargalhada. Sua felicidade era tanta, que tinha medo de sair e alguém a quebrar em pedacinhos.
As pessoas eram tão cruéis e preconceituosas e além do mais, tinha sua mãe, Clara Jauregui.
Sabia o quanto sua mãe falaria desse seu relacionamento, o quanto a mulher acharia errado dela se envolver com uma pessoa do mesmo sexo.
Mas queria arriscar, Ally valia a pena, a jovem era doce e compreensível.
Ninguém a faria mudar de idéia.
Tudo era inexplicável para a latina.
Queria viver essa loucura que é o amor.
Se arriscar sem medo.
- O quê você está fazendo comigo, Ally? - Perguntou para si mesma.
Seus dedos tocaram os seus lábios.
Ainda com preguiça, alcançou o celular encima no criado-mudo próximo a sua cama. Já passava um pouco mais das oito da manhã e quando pensou em se levantar para acordar Lucca, uma batida forte na porta a fez constatar que o seu garotinho já estava de pé.
- Momy. Acorde é o Lucca. - Com cuidado, o menino abriu a porta do quarto. O garotinho colocou apenas a cabeça no cômodo. - Posso entrar, momy?
- Claro meu amor. Vem aqui. - Jauregui bateu ao seu lado na cama.
Lucca correu até a mãe, deixando suas pantufas no chão. O menino escorregou para debaixo das cobertas, deixando o seu pequeno corpo ser aquecido.
- Momy?! - Lucca tocou no rosto da mãe, fazendo a mais velha olhá-lo.
- Oi, babe?
- Posso te contar com o que eu sonhei? - Lauren assentiu, passando os dedos pelos fios despenteados do menino. - Eu estava dentro de uma nave espacial...
[...]
Lauren ajudou Lucca a se vestir, depois de colocar uma roupa quente no filho, Lauren foi para o seu quarto se vestir também.
Chris tinha um jogo de baseball naquela manhã e a família toda iria assistir o jogo do menino.
Assim que saiu de dentro do box, enrolada em uma toalha, Lauren escutou o celular tocar no quarto.
Enrolou uma tolha extra nos cabelos, pegou o celular jogado no meio das cobertas e atendeu a ligação de uma certa loira de olhos castanhos.
- Oi, Allz.
- Oi. Liguei para dizer bom dia! - A latina sorriu ao ouvir aquilo.
Lauren caminhou até o seu closet e começou a procurar uma roupa quente e confortável.
- Bom dia para você também. É tão bom ouvir sua voz.
- Eu posso lhe dizer o mesmo. Dormiu bem? - Do outro lado da linha, Ally olhava pela janela de seu quarto, vendo os carros passando pelas ruas, o céu estava tão limpo e azul.
- Perfeitamente bem. - Lauren sorriu. - Estava pensando em você na noite de ontem. Estou parecendo uma boba não é?!
Lauren colocou o celular no viva-voz e vestiu um conjunto de lingerie. O iPhone ficou encima do puff branco no canto do closet.
- Não está, você está sendo fofa. - A loira mordeu o lábio inferior. - Estou contando os segundos para te ver amanhã.
- E eu me achando melosa demais. - Brincou Lauren, arrancando uma gargalha da outra. As duas ficaram falando amenidades, enquanto a latina terminava de se vestir. - Allz, eu preciso desligar. Vou ao jogo de baseball do meu irmão.
- Tá bom. Bom passeio. Tchau!
- Obrigada. Tchau! - Lauren pegou o celular e encerrou a ligação.
[...]
Chris estava em sua posição, fazia-se quase uma hora que o jogo tinha começado, Lauren, juntamente dos pais e do filho, torcia pelo irmão, que estava indo super bem nos arremessos.
Chris era o melhor arremessador de seu time.
A bola foi lançada pelo time adversário e Chris se preparou para rebater.
Girando o pulso, o garoto jogou a bola longe. Jogando o taco no chão, o jovem Jauregui começou a correr sentido anti-horário, através das bases.
A torcida toda ficou de pé, era a rodada final e se Chris conseguisse chegar na base final, levaria sua equipe a mais uma vitória.
Assim que o jogo foi finalizado, com a vitória do time do garoto, Mike levou a família toda para almoçar.
Lauren adorava esses momentos em família, Mike e Chris sempre estavam com ela e Lucca, mas ter Clara em domingos assim era coisa rara.
- Rapaz, você mandou super bem naquele jogo. Estou orgulhoso de você, como sempre. - Disse Mike, passando a mão no ombro do filho.
- Obrigado, papá.
Lauren, como uma irmã mais velha e babona, também elogiou o irmão, que não parava de sorrir de orelha à orelha.
Durante o almoço em um restaurante mexicano, o preferido da família, Lauren não deixou de notar o olhar torto da mãe ao ver um casal gay entrar no estabelecimento de mãos dadas.
A latina sentiu um calafrio no corpo, imaginando que sua mãe nunca aceitaria sua orientação sexual.
- Que falta de vergonha. - Murmurou torcendo o nariz.
Mike e Christopher estavam em uma conversa paralela que nem prestaram atenção no que a mais velha disse.
Lucca coloria o livro de desenhos, deixado por um dos garçons.
Uma hora depois, Mike pediu a conta e enquanto não chegava, uma pergunta feita por Lucca deixou Clara totalmente sem jeito.
- Momy, porque os abuelos e a senhora são morenos e apenas o tio Chris é loiro?
Mike olhou para a esposa, que estava pálida e Chris parecia estar atento demais no celular para ter escutado a pergunta do sobrinho.
- Desculpa pela demora, senhor. - Disse o garçom, entregando o pequeno papel com o valor do consumo.
Se esquecendo daquela pergunta, a família saiu do restaurante.
Mas apenas uma pessoa não tinha se esquecido daquela pergunta e percebeu a reação da mulher ao ouvir aquilo.
E com certeza não deixaria passar essa.
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Destino
Fanfiction"O Destino é geralmente concebido como uma sucessão inevitável de acontecimentos relacionada a uma possível ordem cósmica. Portanto, segundo essa concepção, o destino conduz a vida de acordo com uma ordem natural, da qual nada que existe pode escapa...