Todo aquele momento dramático passou, e chegamos ao acordo final, teríamos uma relação amorosa fingida aos olhos da sociedade mas não teríamos nada real, primeiro que... Não consigo me atrair por alguém que um dia já foi meu meio irmão, e segundo que ele é gay, não seria nada fácil lidar com ele, pelo seu jeito meio rebelde e querer impor as coisas do seu jeito, não estava pronta para receber dor de cabeça vindo de ninguém quanto mais de um homem que foi cúmplice de todo o meu sofrimento, embora ele tente fazer algo eu tenho ele nas palmas da minha mão, mesmo que seja um pouco difícil pra mim ter que fazer chantagem pra alguém que ainda está no armário, eu não podia me deixar embaixo por causa disso, eu preciso endurecer o meu coração para fazer eles pagarem por isso.
Fui descendo as escadas de mãos dadas com o Charles, que sorria pra mim de um jeito que parecia ser tão real, mas eu apreciava a cena. O jantar foi servido e todos teríamos de ir para a maior sala, para esse momento de confraternização, eu fui ao lado do Charles, como se fosse um casal jovem e apaixonado, Timothy nos chamou de longe com um gesto simples da sua mão, e ele estava sentado com um monte de homens de negócios ao lado.
- Essa não - Charles reclamou.
- Age naturalmente Charles - disse dando um sorriso encantador para ele. Chegamos até a mesa onde estava o Timothy, que me passou um olhar de confiança assim que olhou nas nossas mãos entrelaçadas, ele parecia estar a gostar, Charles abriu espaço para mim sentar e depois ele sentou, a mesa era enorme e aqueles homens da classe alta conversavam entre eles, enquanto eu decidi manter o clima de uma jovem apaixonada - Então Charles, o convite de amanhã ainda está em pé? - ele ergueu uma sobrancelha não entendendo nada do que eu estava falando.
- Qual convite ? - perguntou baixo me dando uma leve batida com a sua perna debaixo da mesa.
- Do almoço amanhã aqui em sua casa - menti, foi algo criado no momento para fazer mostrar ao Timothy que estávamos próximos - Você se esqueceu assim tão cedo.
- Ah não - ele improvisou, se sentido desconfortável - Estava aqui meio distraído, contemplando a tua beleza - ele se esforçava e soava meio forçado, Timothy ficava olhando para nós e eu notava fingindo que nem estava a ver.
- Tu és tão doce Charles - sorri pra ele.
- É a sua noiva Charles? - perguntou um dos homens na mesa.
- Ah, bem ... - ele ficou nervoso.
- Ainda não - eu respondi - Mas ... Quem sabe, ele não para de me encher com elogios.
- Ele devia te encher também de outras coisas - disse o homem e os outros se puseram a rir - Eu sou o Frank Dawson, rapariga.
- Ele é o meu melhor amigo - disse o Timothy.
- É um prazer Senhor Dawson, eu sou a Katherine Johnson.
- Fico muito feliz que finalmente apareceu uma mulher que mexeu com o Charles - disse o Frank, um senhor já de velha idade, devia ter uns 60 e tal anos - Eu conheço esse miúdo desde que ele era uma criança e nunca me pareceu se interessar por alguém, quase que eu pensava que ele era uma bicha - ele soou a última palavra com repugnância.
- Graças a Deus que na minha família não existe esse tipo de abominação - disse o Timothy - Se um dia já teve, foi aniquilado - se referiu a mim quando era mais nova e ele me maltratava por ser sempre uma criança afeminada, ele me batia sempre, não foi preciso olhar para o Charles para perceber que ele estava incomodado com esse tipo de conversa e meio triste, mas tentou não demonstrar.
- Eu mataria qualquer um na minha frente - disse o Frank - Eu odeio essa espécie... Uns até que sabem usar a sua boca para fazer um bom trabalho - eles riram, e eu fingia achar graça na conversa deles enquanto que só me apetecia encher de socos a cara deles.
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Trans - Weapon
ActionNascida como Raphel David, e transformada para a vingativa e imparavél Katherine Johnson. Cresceu com sua mãe e o padrasto, quando criança sua mãe morre por envenenamento causado pelo seu padrasto que mais tarde se apoderou de sua fortuna e de todos...