Trans - Weapon

37. Poisoned tea

Um dia parece que tudo está dando errado, energias negativas a sua volta, inimigos vencendo, vida de pernas pro ar, e há outros dias que parece que Deus colocou as mãos em ti, trazendo coisas tão boas que se parecem inexplicáveis, mas nunca questionamos a Deus o porquê de tanta coisa boa, mas questionamos o porquê de tanta coisa ruím, seria ingratidão ou um simples instinto do ser humano?

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KATE

E ainda estávamos nós enfrentando a imprensa, jornalistas e câmeras por todos os lados, depois de prestar depoimento a polícia, eu fui inocentada mas com isso ainda paguei uma fiança não muito enorme, meu pai contou toda a verdadeira história, do princípio ao fim, eu fiz todos os testes possíveis que provassem que eu era aquela criança que eles conheciam como Raphael David, todos os testes bateram certo, meu pai  se deu o trabalho de falar com todos os jornalistas, de contar a sua história com a intenção da notícia se tornar cada vez mais viral, eu sentia o mundo todo aos meus pés, eu estava feliz, mas continuava não me sentindo totalmente realizada, ainda sentia a falta de alguma coisa.

Depois de vários depoimentos e entrevistas, nós fomos finalmente libertos, e estávamos dispostos a voltar a morar na mansão que pertencia a meu pai, e a mim, mas antes voltamos na casa do Simon, e lá estava ele arrumando as suas coisas numa mochila.

- Simon - disse assim que abri a porta o encarando na sala fechando a sua mochila - Pra onde você vai?

- Eu não pertenço a esse lugar, e a essa vida - ele respondeu.

- Tá, mas e pra onde vai?

- Qualquer lugar.

- Você poderia vir morar conosco - meu pai sugeriu.

- O meu pai tem razão, nós estamos indo morar na nossa verdadeira casa, a gente finalmente irá voltar a viver na mansão David. E você faz parte da família, Simon - ele colocou a mochila no seu ombro e ficou me encarando sem dizer nada.

- Acho melhor vocês ficarem a sós - disse o meu pai - Eu vou arrumar algumas coisas minhas - ele saiu da nossa presença.

- Não vá Simon - olhei bem nos olhos dele.

- Eu não sou homem de me prender num lugar sem um propósito, eu preciso achar o meu propósito.

- Ache o seu propósito estando do meu lado - peguei na mão dele entrelaçando os nossos dedos.

- Somos diferentes em certos aspectos, e iguais em vários, mas ambos sabemos que entre nós não irá rolar, porque você ama um outro homem.

- Eu gosto de ti.

- Eu sei, e eu também gosto de ti - parecia ser algo difícil de sair da boca do Simon, dava pra notar, ele não era de expressar seus sentimentos - Mas... Eu cheguei a conclusão de algo - respirei fundo apenas olhando no fundo dos seus olhos esperando ele dizer as outras palavras - Eu percebi o porquê você não está se sentindo realizada mesmo com toda justiça a teu favor.

- Porque o Timothy ainda está a solta, eu já sei disso.

- Não, não é por isso. Você não está se sentindo realizada porque sente a falta do Chris, porque era ele que te motivava, que estava contigo em todos os momentos, você pode fingir, mas você ainda ama ele, e deveria se dar a chance mais uma vez, a chance de expressar o seu amor por ele.

- Simon, você...

- Shhh - ele me cortou - Vocês foram feito um pelo outro, aquele tolo parece não ter nada a ver contigo, mas tem tudo. Perdoe e saiba entender ele - ele me deu um beijo rápido nos lábios e foi embora sem que eu conseguisse dizer mais alguma coisa, ficando apenas pensativa, e de fato ele estava certo, era isso que estava faltando na minha vida, e está na hora de recomeçar.