010 amigo galinha

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{Antes de mais nada, peço imensa desculpa por não ter postado na Sexta, é fiquei com a ideia de ter postado e depois não mexi um dedinho, mas aqui está. Boa Leitura}

Para: Mãe
Mensagem: Olá mãe, estou com um amigo meu. Vou para casa de transportes, não te preocupes.

De: Mãe
Mensagem: Eu prefiro ir buscar-te, seja onde estiveres.

Para: Mãe
Mensagem: Está bem.

A dois quarteirões tinha uma pastelaria e foi para lá que ele me levou. Estávamos cheios de fome, por isso seria ali o nosso lanche.

- Sabes o que é que eu estive a pensar? - perguntou depois de dar uma dentada no seu croissant

- O quê?

- Eu podia dar-te explicações de Matemática!

- A sério? - comecei a rir. Ele deve estar a gozar comigo.

- A sério! Olha eu não sou convencido, mas eu tive A+ quando acabei o 10º ano.

Era como se ele tivesse lido os meus pensamentos. Quem me dera ter um A+ a Matemática. Nunca mais pegava num livro.

- Vou pensar na tua proposta. Teríamos as explicações onde?

- Humm... - hesitou - Em tua casa?

- Sim, acho que pode ser! Que tal começarmos para a semana?

- Está bem então. Podia até ser nos sábados de manhã!

- Vou falar com a minha mãe, ela aceita. São para fins escolares, por isso.

Depois de lancharmos, ainda tivemos estômago para devorar uma caixa de chocolates.

Depois de lambermos os dedos com aquela delicia, fomos andar de skate no mesmo parque em que ele me ensinou. Estavam lá alguns dos amigos deles, mas não correu tão mal como eu esperava: os amigos dele ate eram simpáticos e não caí. Até porque eu ainda não sei voar com o skate, por isso a probabilidade de bater com o rabo no chão são mínimas. Um deles foi simpático ao ponto de me ajudar com o skate.

Tenho que pensar em comprar um. Talvez peça no Natal. A minha mesada é boa, mas se eu quero um skate bom, sempre posso esperar.

- Treinas há quanto tempo Madison? - o rapaz com madeixas avermelhadas, Jake, travou o skate

- Humm, eu não treino com frequência. Na semana passada, o Patrick ensinou-me

- Estás muito bem, para quem aprendeu agora. Deves ser a única rapariga que prefere passar a tarde no parque de skate em vez que ir pintar as unhas.

- Ei, também gosto de pintá-las. - puxei o cabelo para trás - Não, não pinto. - dei uma gargalhada

- Vês? - sorriu, sentando-se ao meu lado - Um dia destes temos de sair

O Patrick aproximou-se.

- Ahm... Mady.. Madison.. Ahm... Não achas que está a.... Ficar tarde? - falava com alguns atropelamentos, enquanto coçava a sua nuca

- A minha mãe ainda não mandou mensagem - olhei para o relógio.

Eram quase sete da tarde, é isto que ele chama tarde? A que horas é que ele janta?

- Sim, mas... Eu.. Tenho trabalhos para fazer e assim posso levar-te. Não te quero deixar sozinha

O Jake franziu a testa e começou a rir.

- Tem calma Patrick. Eu não te roubo a Madison, ela é toda tua.

- Vamos? - inquiriu, não ligando o comentário ignorante do seu amigo

- Ah... Sim, claro! - peguei na minha mochila - Bem, Jake, até à próxima! - acenei

O caminho até à paragem de autocarros foi um tipo de silêncio estranho e ao mesmo tempo desconfortável e até um pouco pacífico. Pacífico porque dava para ouvir as crianças a voltarem para casa com os seus parentes, os carros a passarem e as pequenas cafeterias a fecharem, como era costume. Contudo, era desconfortável, porque ele estava a ouvir música aos altos berros: como se ele me estivesse afastar indiretamente.

Estávamos mesmo a chegar à paragem, quando decido mandar uma mensagem à minha mãe a dizer que o meu amigo me iria acompanhar até casa, penso eu. Porque com este ambiente, pego num táxi e vou sozinha para casa.

Pus-me à sua frente e ele assustou-me.

- Tudo bem? - retirou um dos fones, provavelmente estaria a ouvir The Fray, reconhecia Heartbeat em qualquer sítio.

- Comigo está, contigo é que não. Estás estranho desde que o Jake me convidou para sair. - continuei a falar apressadamente, para que ele não pensasse, sequer, em interromper-me - Se queres que eu seja sincera, ele é simpático e giro e se queres a resposta, eu não ia aceitar sair com alguém que só conheço à duas horas, por muito bonito que fosse.

- Eu não precisava de saber isso tudo. Pra quê a explicação? - ele pôs a música em pausa e começou e atirou o seu cabelo encaracolado para trás

- Por nada - continuei a andar - Somos amigos e senti que querias saber o que eu penso dele.

- Eu sei que somos amigos, mas não precisas de me dizer tudo.

- Eu não digo tudo, mas tu querias saber disto. - finalmente sentei

- O que te dá tanta certeza? - cruzou os braços, fitando-me com um olhar desafiador

- Ah.. Madison... Está a ficar tarde... Temos testes - fiz uma voz grossa, tentando agir como ele fez. - Não fui eleita a Miss Organizadora, mas sei que não temos teste para a semana, muito menos trabalhos para apresentar. E a que horas é que jantas? Ás sete e meia da tarde?! - sorri, franzindo a testa

- Bad actress - ele soltou um sorriso de lado

- Eu não disse nada, porque eu percebi que não me querias com o Jake.

- Percebeste? - tossiu - Quer dizer, ele não tem nada de mal...

- Eu sei que ele não tem nada de mal. Mas tu és um amigo galinha.

- Pois sou - contraiu os seus lábios -Anda, é este o nosso. - falou quando um autocarro azul aproximou-se da paragem

Muito amigo, este Patrick...

Bem, não sei se repararam, mas eu agora coloco o nome da pessoa que vai narrar, porque não queria colocar Madison POV/PV ou fosse o que fosse. E falei disso, porque daqui a uns capítulos vou mudar a pessoa que vai narrar, mas não se preocupem que depois volta tudo ao normal!

18 // história originalOnde histórias criam vida. Descubra agora