001 comida maravilhosa da miss fleck

199 5 2
                                    

Portlan,Oregon. Segunda-feira, 16 de Setembro de 2013:

Madison Fleck

- Vai tudo correr bem - assegurou a minha mãe.

- Claro que vai mãe! - sorri ironicamente - Provavelmente irei sofrer de bullying. Espero que não ponhas o teu telemóvel em silêncio. - falei ao colocar a música em pausa.

- Que pessimista!

- Que realista!

- Não vou discutir mais contigo. - suspirou.

Adoro quando ganho uma batalha entre mãe e filha. Já que nunca ganho uma batalha com a minha irmã mais velha e ignorante. 

O carro tinha parado. A minha mãe estacionou e começou aquele discurso de mãe chorona.

- Bem, querida... Quero que te corra bem o primeiro dia de aulas e que te dês bem nesta nova escola. Para além de querer que faças muitos amigos, já estás no 11º ano e as responsabilidades já são outras... - suspirou

- Mãe, por favor. Eu já sei que tenho de ter boas notas para entrar para a WSU com médias de meter inveja, sim. Mais alguma coisa? - sorri para ela.

- Não sejas assim Madison. É claro que quero que entres com uma boa média, não é preciso estares sempre a pensar nisso. Só quero que saibas que...

- tens muito orgulho em mim - interrompi o seu discurso de mãe chorona. - Sim mãe. Eu também tenho orgulho em ti por teres deixado o pai e não digo isso todos os anos.

Autch. Fui má. No entanto, não posso fugir ao facto de ter mesmo muito orgulho. Ele é um merdas.

- Desculpa mãe, não foi isso que eu quis dizer.... - peguei na sua mão - Não te preocupes comigo! Vai trabalhar, eu vou ser o teu orgulho, não te preocupes que vou tirar boas notas.

- Está bem filha, desculpa - deu-me um beijo - Até logo.

- Até logo mãe e obrigada por tudo. - tive de ser querida agora. É isso ou vou ouvir dizer que sou indelicada o resto do ano letivo. Não estava só a ser amiga: até aos 30 anos.

Lá arranjei coragem para sair do carro. Sim, para aturar estes vermes o ano letivo é preciso ter muita coragem, e paciência! Pela forma que estou a falar - a tratar os meus colegas por vermes - já conseguiram perceber que não sou uma pessoa muito sociável. Se tenho (ou tive) amigos, devem ser os filhos dos meus vizinhos que me dizem Bom Dia ou Boa Tarde cada vez que me vêm. Ok, estou a exagerar. Fiz alguns amigos no 10º ano, mas já não falo com a maior parte deles.

Atravessei a estrada calmamente, colocando os fones. Settle Down dos The 1975, começou a ecoar no meu cérebro, prestando atenção a cada letra. Esta banda fazia o meu dia, esta banda compreendia tudo o que eu sentia. Espero algum dia chegar ao pé do Matt e dizer Don't you ever think about stop singing!

- Desculpa! - primeira fala neste liceu. Tudo porque choquei contra um rapaz que provavelmente também é novo aqui, ficou mais nervoso que eu.

- Não faz mal! - o rapaz respondeu muito apressadamente, continuando o seu caminho. Estava a sair do liceu, talvez eu deva fazer o mesmo: fugir daqui enquanto tenho tempo.

O liceu era enorme, tem imensas divisórias. Vou demorar o ano letivo todo para aprender como é que se sai da sala para a biblioteca, porque é lá onde eu vou ficar a maior parte do tempo. Não porque quero tirar A's e A+'s nos testes, mas sim porque eu leio imensos livros nos meus tempos livres. O que por acaso tenho alguns, visto que o meu horário deste ano está a meu favor.
Não sou cliché o suficiente para ler Nicholas Sparks, mas posso admitir que já li e reli A Culpa é das Estrelas. A sério, o que aquele homem escreve é ouro, acreditem. Deve ser o único romance que li. Ah, para além de ter lido a história da Cinderela quando tinha 8 anos.
Acabo de ler na tabela das turmas e vejo que 5 turmas do 11º, como é que isso é possível? Não sei. O pior é que essas 5 turmas, são todas de Humanidades. Volto a perguntar, como é que isso é possível? E volto a responder: Não sei. Não sei como é que alguém consegue ficar noventa minutos a ouvir que ocorreu a Revolução Francesa. Não sei.

18 // história originalOnde histórias criam vida. Descubra agora