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Eu escutava o som de passos apressados pela casa e isso fez com que eu acordasse. Depois de apenas cinco dias acordando um pouco mais tarde que o normal voltar a rotina já me parecia bem difícil, vou despertando aos poucos, no relógio de cabeceira vejo que são seis da manhã; eu costumava acordar por volta das sete. Júlia não estava na cama e a luz do banheiro estava acesa.

- Jú?- chamo ainda sonolento.- Que correria é essa?

- Tenho uma boa notícia.- diz de lá.

- O que?- me espreguiço na cama.

Ela então sai do banheiro, somente de lingerie.

- Nossa.- não pude conter.

- Adivinha quem vai fazer duas.- Ela estica os dedos pra mim fazendo dois.- Entrevistas hoje?- essa à minha frente era mais a Júlia que eu conhecia, tão alegre que não se importava com as coisas.

- Entrevistas hoje?- essa à minha frente era mais a Júlia que eu conhecia, tão alegre que não se importava com as coisas

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- Isso ai garota!- sento na beirada.- À que horas?

- Uma às oito e a outra as dez.

- Ótimo, então eu venho almoçar com você e pode me contar como foi.

- Combinado.- amo essa animação.- Vou colocar meu vestido e preparar nosso café.- ela então volta para o banheiro e quando sai está usando um vestido preto, justo em suas curvas e um blazer branco.

- Tá linda.- me levanto e lhe dou um beijo na bochecha antes de ir para o banho.

Já no chuveiro eu sentia o cheiro tão gostoso do café fresco, podia imaginar quando chegasse para o almoço, ela me recebendo com um grande abraço; feliz pelas coisas estarem dando certo. Planejaríamos algo pra quando eu voltasse a noite e então as coisas começariam a ser mais como antes.

Visto uma roupa mais social para o trabalho, apesar de ser uma empresa seria não é todo dia que vou de terno.  Assim como nos outros dias tomamos nosso desjejum sem trocar muitas palavras, especialmente hoje ela tinha um sorriso largo e eu sabia que estava imaginando o futuro no trabalho, ela sempre foi assim, qualquer coisa ela já estava fazendo planos e imaginando anos a frente. Quando assumi meu primeiro namoro ela não parava de falar sobre a festa de noivado e casamento e eu até gostei de escutar fazendo planos tão bonitos.

Quando já estávamos no elevador eu à questionei.

- Quer que eu te leve até lá?

- Não, é perto e também não quero dar mais esse trabalho. Eu ainda tenho o dinheiro que me deu, então posso ir de táxi.

- Vou te dar mais um pouco.- já quase pegando a cadeira ela me impede.

- Não precisa.- o elevador para na garagem e nos saímos.- Tenho o suficiente, obrigada.- ela passa os braços por minha cintura e apoia a cabeça em meu ombro eu à aperto forte.

- Boa sorte, quando eu chegar vamos comemorar.

Fico observando ela sair da garagem antes de entrar em meu carro e ir para o trabalho. O prédio alto e espalhado era o lar de várias empresas incluindo a Alfa publicidades, a agencia era nova no mercado, porém, já era muito bem vista.

Nosso escritório fica no décimo quinto andar e assim que chego sou recebido por nossa recepcionista, Lara, jovem e com boa parte dos cabelos rosa, ela alegrava nossos dias. Sigo direto para minha mesa e já posso vê que tenho o que fazer. Duas horas já haviam se passado e sim eu estava contando, fazia tempo que não ficava tão ansioso para ir pra casa.

- E aí?- Oliver, o fundador e CEO da empresa vem falar comigo, ele também é um grande amigo.- Como foi os dias de folga?

- Tudo bem, Oliver? Foram muitos bons, valeu.- ele senta-se na ponta da minha mesa, ele é um cara grande e musculoso, com uns 3 anos a mais que eu. Mas apesar de seu jeito meio canalha é um homem bom e quem sou eu pra falar de canalhice.

- Fez o quê? Saiu com aquela ruivinha?

- Não.- estava um pouco tímido em contar.- Não estamos mais saindo.- coço a nuca nervoso.- Na verdade a Júlia está lá em casa.- ele é a única pessoa com quem já conversei abertamente sobre ela.

- Júlia? A Júlia?- confirmo.- Ela não estava pra casar?

- É uma longa história.- longa e triste, penso.

- Então é a oportunidade de se declarar, abrir esse coração.- ele parecia realmente animado por mim.

- Vamos deixar as coisas no ritmo delas.- me recosto na cadeira.

- Cara seu ritmo é menos que um centímetro por dia.

Abro a boca pra responder, mas nada sai, puxo o ar e então digo.

- Me deixe em paz Oliver.

- vai se arrepender pra sempre se nunca tomar uma iniciativa.- se levanta e volta a sua sala.

Não posso dizer que não pensei no que meu chefe disse, conduto a hora do almoço finalmente chegou e isso tomou cem por cento da minha atenção. No caminho comprei o vinho preferido dela para comemorarmos. Subi o mais apressado possível e entrei no apartamento chamando seu nome.

- Jú? Cheguei e trouxe aquele vinho que você gosta.- não houve resposta a meu chamado.- Júlia?- será que ainda não tinha chegado? Deixo a garrafa sobre a bancada e olho ao redor.

Sobre a cama do quarto, ainda com a mesma roupa, ela estava encolhida. Me aproximo achando que está dormindo e quando já estou a poucos passos dela escuto o soluço do choro.

- O que aconteceu?- sento ao lado de seu corpo e ela logo me abraça.- Fala pra mim o que te fizeram?

- As duas entrevistas foram horríveis.

- Por quê? Você tem um currículo exemplar, ótimas recomendações, qual foi o problema?- digo afagando seus cabelos.

- Eu não tinha o perfil da empresa.- se senta ao meu lado e abaixa a cabeça.

- Como assim? Não tem o que por defeito no seu currículo.

- Mas tem o que por em mim, me chamaram educadamente de gorda demais para vaga.- ela levanta exaltada.

- Isso é ridículo, como foram capaz de fazer uma coisa dessas.- falo indignado.

- Marcos tinha razão.- diz voltando a chorar.

- O que?- me levanto também

- Ele sempre dizia que gorda desse jeito não ia conseguir nada, ele estava certo.- lágrimas grossas rolam por seu rosto.

- Nunca mais diga isso.- pego ela pelos ombros.

- Como vou conseguir alguma coisa estando assim, quem vai me aceitar.- sua tristeza era intensa.

- Você é linda demais, é perfeita, é...- ela olha pra mim com a face molhado e um olhar pedido, em um impulso sem medir qualquer consequência, eu colo meus lábios nos dela. Mesmo em meio a toda a situação, aquele passaria a ser meu momento preferido, mesmo que depois venha um tapa; a sensação da sua boca finalmente na minha compensaria tudo.


 Mesmo em meio a toda a situação, aquele passaria a ser meu momento preferido, mesmo que depois venha um tapa; a sensação da sua boca finalmente na minha compensaria tudo

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Oi amores!
Finalmente o tão esperado beijo.
Espero que tenham gostado e perdão pelos erros.

Ate o próximo 😘

Sempre Fui SeuOnde histórias criam vida. Descubra agora