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Na porta branca da minha geladeira aquela foto reinava sozinha, não conseguia parar de admirar o sorriso feliz e espontânea em seu lindo rosto . Era sempre assim ao entrar na pequena cozinha do meu apartamento.

- Amor, já to quase pronta.

Reviro os olhos automaticamente ao som das palavras. Em um domingo a tarde como hoje, tudo que eu gostaria de ter era ela. Estava esperando Selena se vestir, faziam alguns dias que estava ficando com ela, mas parece que não entrava em sua cabeça que era apenas sexo.

Contínuo a olhar a foto, já fazia um ano que não a via e como Julia faz muita falta em minha vida.

- To pronta, amor.

- Já não era sem tempo e eu já disse, é Nick ou Nicolas, nada de "amor".- digo olhando para ela do outro lado da bancada.

- Ta bom, já entendi. Me dá um copo d'água?

Enquanto eu pegava a água pra ela a campainha tocou.

- Atente pra mim.- peço enquanto encho um copo e deixo sobre a bancada e ela vai abrir a porta.

- Quem é você?- a escuto, mas não vejo quem está a sua frente.

- O Nick, está aí?- essa voz marcante... Vou até a porta e lá à vejo parada na soleira da porta.

- Júlia!- ela olha para mim e em seus rosto posso vê cansaço e saudade.

- Oi, posso entra?

- Foi mal, querida, nós estamos saindo.- Selena fala colocando uma mão na cintura.

- É claro que pode, Jú.- vou até a entrada e tiro Selena da frente dando passagem a ela.

- Oi? Mas a gente ia sair.- a pequena ruiva, que voltou a ficar entre Júlia e eu, diz indignada.

- Melhor você ir.- olho em seus olhos, deixando claro a minha decisão.

- Sério isso? Vai me dispensar por ela?

- Sim!

Boquiaberta ela vai ate uma das cadeiras da bancada e pega sua bolsa, então por fim passa por nós com uma fúria visível, Júlia continuava no mesmo lugar apenas observando. De cara fechado Selena vai embora pisando duro.

Agora estamos apenas eu e a mulher que ronda minha mente e coração a tanto tempo.

- Entra, por favor.

- Obrigada.

Ela entra devagar, presto mais atenção nela agora que estamos a sós, sua feição cansada e a mala que ela carregava ao seu lado me chamaram a atenção.

Ela passa por mim e para no meio da sala. Eu fico apenas observando, escorado na parede, ela olhar tudo ao seu redor antes de parar os olhos em mim.

- Você não cansa das garotinhas, né?- ela mantinha um sorriso, que nem de longe, era o que eu estava habituado a ver.- Quantos anos essa tem? Dezessete?

- Dezenove na verdade.- vou ate ela, prestando atenção em cada detalhe que me pareça novo. Um ano longe, desde criança que não sei o que era isso.- Seu cabelo.- ponho uma mecha atrás de sua orelha.- Tá diferente, desde a última vez que nos vimos.

- Você também. Gostei do corte.- ela passa as mãos pelo meu cabelo, desce para os ombros, para o peito e então contorna minha cintura.

Desque entendi o que era desejo e atração que tiro vantagem do fato dela sempre me deixar abraça-lá, toca-lá e passar todo esse tempo longe desses privilégios era como estar em abstinência. O abraço era forte e desesperado, tínhamos quasse a mesma altura, o que facilitou para ela deitar a cabeça no meu ombro; se passou quasse um minuto e a intensidade daquele abraço não havia diminuído e eu sentia lágrimas molhando meu braço. À afasto com delicadeza e seguro em suas mãos.

- Vamos conversa!- sentamos frente a frente no pequeno sofá.- Por que você sumiu Jú?- os olhos já vermelhos e inchados voltaram a transbordar.- Me diz Júlia.

Aquela mulher eu desconhecia, o olhar baixo, a postura curvada; muito diferente da que eu era acostumado, a sempre alegre, com olhar firme, decidida. Sempre tive a pretensão de protege-lá, mas nunca foi preciso, agora essa; sua linguagem corporal gritava por ajuda.

- Tudo era lindo no começo com o Marcos.- ela começou.- Algumas coisa eu relevava, outas eu considerava normais, mas as coisas foram piorando.- meu sangue já esquenta com as palavra.- Ele tinha ciúmes de você, me proibiu de manter qualquer contato.- o ódio por esse cara já existia dentro de mim, agora ele queria sair.- não deixava eu ir ver meus pais, me mantinha dentro de casa. Depois as palavras foram endurecendo, transformando em humilhação.- meus punho se fechavam mais a cada lágrima que descia por seu rosto.- Foi horrível, Nick.- então ela levanta a manga da blusa, revelando manchas roxas.

- Vou matar ele, Júlia.

- Não pensa assim.- ela se aproxima mais.- Eu... Fugi.- ela diz e é perceptível como ela acha aquelas palavras absurdas, e eu concordo, ter que fugir de onde se escolheu esta é absurdo.- Ele é Polícia, é difícil que algo aconteça se eu denunciar. O que importa é que eu estou aqui e Nick, eu não posso ir pra casa dos meus pais, não com essas marcas.

Eu já tinha em mente o que ela iria pedir e além de me tranquilizar seu pedido me deixaria feliz.

- Posso ficar aqui? Pelo menos até isso sumir.

Dizer não a Júlia era impossível pra mim, então negar algo nesse nível era mais que impossível. Saber que alguém a magoou sempre me fez ficar possesso, agora saber que à machucaram fisicamente me faz querer sair e caçá-lo como um animal e só voltar com a sua cabeça pronta para ser posta na minha parede. Mas o olhar sofrido e o jeito amedrontado que não pertenciam a ela me fez rever as prioridades.

- você trouxe escova de dentes?

Estou hoje começando a trilhar essa nova história

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Estou hoje começando a trilhar essa nova história.
 
Peço que perdoem qualquer erro e também que votem e comentem é muito importante.

Eu queria muuuito uma opinião. Eu gosto de usar imagem e gifs no capítulo, é uma coisa que o watt proporciona mas, eu adoraria saber se; isso incomoda vocês ou gostam também?
Deixa uma resposta por favor.

Ate o próximo capítulo amores ❤😘

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