009.

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O Sol atravessa os finos tecidos que têm na janela, fazendo-me apertar os olhos por conta da claridade. Já era manhã.

Levantei-me da cama e fui em direção ao armário, pegando um vestido para substituir pelo meu pijama. Depois que já estava devidamente vestida, desci as escadas e me encontrei com Josh à mesa, devorando o pão que estava em seu prato.

-Bom dia - ele disse, de boca cheia, assim que me viu. Isso me fez sentir como se fôssemos íntimos. Afinal, meses atrás, quando nos conhecemos, duvido que ele iria falar comigo, ainda por cima de boca cheia.

-Dia - digo, me sentando à mesa. Peguei alguns (ou vários) morangos e coloquei em meu prato, logo levando um a boca.

-Dormiu bem? - Josh perguntou, calmamente.

-Sim - respondi. - E você?

-Também. Sinto que a cama no seu reino é mais avançada.

Rio de seu comentário.

-Bom, talvez seja porque a cama tem sido para uso somente seu, sem companias - brinquei e, no final, me arrependi.

Josh tem sido extremamente doce e atencioso comigo. Não queria que ele pensasse que eu o via como um galinha, ou algo do tipo.

-Bom, acho que durmo melhor sozinho - ele disse.

A conversa fluiu bem durante o café da manhã. Conversávamos sobre coisas totalmente alheias a realidade que estávamos vivendo e isso, se você for parar para analisar, é estranho. Quero dizer, a realidade paralela pode cobrir a realidade, como as nuvens cobre o Sol nos dias nublados? Ou seja somente uma tática de nosso cérebro para despejar a nossa dor para o lado, nos concentrando em algo diferente?

-E o nosso casamento? - Josh perguntou, repentinamente. Senti meu estômago embrulhar. Não porquê eu estava com raiva; eu considerava a ideia. Eu deveria odiá-la, não? Defendi com garras e dentes que não iria me submeter a tamanho machismo; porém, a ideia de passar a vida com Josh parecia amigável. Ele é uma boa pessoa.

Mas não! Seria hipocrisia de minha parte. Estou basicamente pregando não ao patriarcado, não posso simplesmente me submeter a um casamento arranjado.

Porém, de alguma forma, sinto que devo isso a meu pai. Ele estava tão decidido que isso seria o melhor para mim. Acho que esse casamento, de alguma forma, traria uma memória de meu pai, mas não sei.

Sinto como se devesse escolher a meu pai ou a meu reino.

-S/N? - Josh me chama, calmamente.

Seu pai está morto, meu cérebro me lembrou.

-Josh... - Suspiro. - Eu não posso. Nunca fui apta a ideia, e agora muito menos. Eu basicamente disse a todas as mulheres e homens do reino que deveríamos ser idependentes. Qual impressão eu causaria se me casasse com você? Iria parecer que eu estava dizendo: "Faça o que eu digo, mas não faça o que faço" - disse, calmamente.

Nunca soube, realmente, como Josh se sentia sobre esse assunto. Sei que ele deixou transparecer em alguns momentos que estava gostando da ideia, mas não sei. Acho que ninguém gostaria, de verdade, de ser obrigado a se casar com alguém.

Me peguei perguntando porque ele trouxe o assunto à tona, agora. Tecnicamente, não havia nenhum sentido. Na verdade, eu havia até esquecido desse detalhe.

-Eu entendo - ele disse, com um sorriso fraco, porém doce. Por que eu acho que tudo nele é tão doce? - Se me der licença, Vossa Majestade, irei fazer minhas malas.

-Por quê? - eu perguntei.

-Bom, o único motivo de eu ter vindo até aqui era para me casar com você. E, bem, não irei mais. O que estarei fazendo aqui, afinal? Não é como se eu não tivesse uma vida lá fora.

-Então, por que você não se foi junto com seu pai? - questionei, em tom baixo. Senti a necessidade esmagadora de questioná-lo isso e, agora, é um caminho sem volta. - Achava que ainda iríamos nos casar?

-Bem, sim - ele respondeu.

-Ah - eu deixei escapar.

Pensei que ele tinha ficado por mim. Para me ajudar.

Talvez ele não seja tão doce quanto eu pensava.

-E, na verdade, você é meio que obrigada a se casar comigo - ele disse, depois de um tempo.

-Perdão? - eu disse, sem acreditar no que eu tinha ouvido.

-Seu pai assinou uma espécie de contrato, junto de meu pai, lhe prometendo a mim.

-Bom, rasge-o, já que eu não sou um objeto para ser prometido a alguém. Tenho dezessete anos e acho que tenho a capacidade e o direito de tomar minhas próprias decisões.

-Eu nunca disse o contrário - ele se apressou em dizer. - Só quis lhe informar isso. Mas não irei lhe obrigar a nada, S/N. A decisão é totalmente sua.

Quando eu iria dizer algo a mais, uma empregada apareceu na sala de jantar.

-Desculpe lhe interromper, Vossa Majestade, mas a senhorita tem uma visita.

-Visita? - questionei, franzindo o cenho.

-Sim. Está no portão e se recusa a sair sem falar com a senhorita. Devemos mandá-lo embora?

-Não. Irei verificar o que ele quer. Muito obrigada - eu disse, e a empregada sorriu.

-Não há de quê, Vossa Majestade.

-Por favor, me chame de S/N.

-Mas não seria desrespeitoso?

-Não, de forma alguma; isso é uma ordem real - brinquei, e a empregada assentiu.

-Tudo bem, S/N - disse e se retirou.

Fui até o portão, acompanhada de dois guardas reais. Não gostava disso, mas não sabia quem era o visitante, e é melhor previnir do que intermediar.

Quando me aproximei dos portões dourados, vi dois homens em pé do outro lado. Pude ver que ambos tinham a pele levemente bronzeada e cabelos pretos como café. Ambos usavam roupas despojadas, porém limpas.

-Olá - eu disse, quando me aproximei o suficiente para que eles pudessem me ver. - No que posso lhes ajudar?

-Olá, S/N - o homem mais velho disse. - Prazer. Eu sou Gilbert, o irmão do seu pai.

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Sãp 03:42 da manhã (hora que estou escrevendo o capítulo) e eu não consigo dormir e hoje tenho dever atrasado pra fazer. Ótimo. Eu sou incrível.

Enfim, espero que tenham gostado do capítulo♡ Comentem muito para me deixar felixxxxxx kkkkkkkkk♡

Carioca tem um sotaque tão lindo. Assim, só falando neah...

CASAMENTO ARRANJADO - IMAGINE JOSH X YOUOnde histórias criam vida. Descubra agora