Não me faça repetir

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Entrei no portal com o rosto calmo e limpo, fui direto pro bar onde Kurogiri e Tomura estavam e comecei a atuar

— Por que você não me contou que All Might tinha esse tipo de individualidade tão op?! — reclamei em alto e bom som, de peito estufado e voz irritada

Eu tinha que tomar cuidado pra não dar com os dentes na língua, preciso reter as informações importantes...

E acima de tudo, não posso contar a identidade do herdeiro.

Não até ele me mostrar um motivo bem convincente!

... ou qualquer coisa que possa aliviar minha culpa mesmo que só um pouquinho.

— Não era necessário para o seu trabalho. — o "homem" alto respondeu com uma voz mecânica atrás do bar enquanto já me preparava um copo

— Não era necessário?! Como eu vou fazer o meu trabalho se vocês não me derem as informações que eu preciso! —me sentei no banco ao lado do silencioso Tomura — Sabem o quanto isso atrasa?! Eu estou indo atrás de coisas que vocês já sabem! É uma pura perca de tempo. —

— E você está sendo pago por isso, então não reclame. — Tomura reclamou irritado e de cabeça baixa encarando o quase copo vazio na sua mão

Uma dúvida inquietante surgiu no meu coração... o quanto ele bebeu?

— Isso não faz sentido, de todas as pessoas pra atacar você tinha que escolher o mais problemático de todos! Tentando matar o símbolo da paz.. onde eu me meti. —

Tomura sorriu, seu sorriso era no mínimo feio, os lábios ressecados criavam um sorriso bizarro é assustador.

— É justamente porque ele é o símbolo da paz. — sua voz estava mais brincalhona do que o habitual

Eu ouvi atentamente

A bebida deve ter deixado sua língua frouxa, era raro ver o silencioso Tomura falar mais de duas palavras que não fossem ameaças de morte.

— ... Você quer matar o símbolo da paz..? — dizer que quer matar o símbolo da paz porque ele é e o símbolo da paz é o mesmo que dizer que quer matar a paz em si. — Qual o sentido? O mundo vai ficar um caos se ele morrer. —

— Exato. — kurogiri encheu seu copo e ele deu um gole — Quero mergulhar o mundo em caos com a morte do símbolo da paz. —

Quanto mais ele falava mais estranho eu me sentia por dentro, o meu coração batia mais rápido como se estivesse pronto pra sair correndo a qualquer momento.

— ..... Por que? —

Eu só preciso um único motivo; vingança, idealismo, sonho... qualquer coisa.

Nessa hora eu mal podia disfarçar minha expressão, sobrancelhas levemente franzidas e olhos tremendo, de primeiro relance poderiam achar que eu estou calma, mas era só olhar nos meus olhos pra descobrir a verdade.

O sorriso macabro de Tomura se alargou, ele colocou o copo no balcão e se virou pra mim.

— Eu só quero destruir tudo. — seu tom era simples, mas soava extremamente macabro pros meu meus ouvidos.

Eu soube nesse momento a resposta para a minha questão

Tomura é louco.

Um bastardo louco que quer destruir tudo sem nenhum motivo, ele quer transformar o mundo em poeira com as suas próprias mãos e nada mais.

Meu corpo tremeu instintivamente, eu estava com medo dessa pessoa e queria sair correndo o mais rápido o possível.

Eu sabia que deveria permanecer calmo, fingir não se importar e entrar no jogo de Tomura.

Então mude.Onde histórias criam vida. Descubra agora