Vermelho

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— Uma surpresa? — perguntou levantando uma das sobrancelhas em uma mistura de desconfiança e incredulidade. Estamos falando de Tomura afinal, algo vindo dele com certeza não seria coisa boa.

O platinado viu a expressão que o outro fazia e se ofendeu pela desconfiança dirigida a si era só um pequeno presente, nada demais.

— Já nos conhecemos a tanto tempo e você ainda me olha desse jeito? É um presente! Aposto que vai adorar — dizendo em um tom quase animado e com um toque de infantilidade, ele deu um largo sorriso perturbador que ia de orelha a orelha. Izuku continuou a encará-lo com uma face vazia.

— 'Foda-se, eu tenho certeza que você vai gostar. — O maior revirou os olhos e pegou no pulso do garoto para mostrar o caminho, parando na frente de uma porta espessa de metal que possuía apenas um retângulo pequeno de vidro como uma possível "janela". — Afinal você quer ser um herói. —

Antes mesmo de Midoriya reagir à frase, sentiu as mãos de Tomura o empurrar para dentro do cômodo com brutalidade, perdeu o equilíbrio e caiu naquele chão de concreto frio. O susto o fez olhar para os lados a procura de algo, mas encontrou apenas escuridão, a única luz que ali tinha era a que passava pela porta onde o platinado se encontrava em pé.

Prestes a xingar mil e um palavrões pela brutalidade de Tomura, Izuku o viu jogar algo em suas mãos que por reflexo pegou sem pensar.

Aquilo era uma faca?

Seu coração parou por alguns segundos, um mal pressentimento se apossou de si por completo, o que estava acontecendo ali?

— Ele é um estuprador, pedófilo e assassino, matou 6 mulheres depois de violentamente abusar delas e esquartejar seus corpos, deixando eles em lugares públicos em poses humilhantes, não apenas foi flagrado uma vez como três vezes, mas nunca levado a julgamento público. — o platinado falou com uma voz fria sem nenhum tipo de sentimento. — Por que não foi preso? Você me pergunta. Ele tem uma licença de herói e já estampou várias marcas que ficariam com a reputação suja se isso viesse a publico. —

Midoriya escutou tudo com os olhos arregalados, em choque, sem saber de quem Tomura estava falando naquele momento, por que jogou uma faca em sua mão? Que tipo de presente era esse? Por que estava contando os crimes de um cara agora?!

—Você tem uma faca, ele não. Ele não bebe água a dois dias e não come a vários, você está forte, saudável. Boa sorte, mas não acho que vai precisar — finalizou aumentando o sorriso, se é que isso é possível.

O esverdeado estava preso em total choque, Tomura simplesmente havia jogado uma avalanche de informações desconexas em cima de si, seu cerébro não foi capaz de responder a tempo de impedir o mesmo de fechar a porta de metal e cobrir a janela de vidro que era a ultima fonte de luz restante na sala.

O som da tranca o despertou do seu estado de paralisia, sentiu o mais profundo desespero se apossar de seu corpo, se levantou meio cambaleante mas com rapidez e foi até a porta, começando a bater na mesma com força na esperança dela abrir ou alguém aparecer para lhe tirar dali.

— Tomura abre isso AGORA! — o garoto gritou e bateu com mais força, mas sua voz apenas ecoou pela sala, nada de resposta, nada de Tomura dizendo que era uma brincadeira, recebeu como resposta apenas o silêncio agonizante.

Sozinho naquela buraco negro imenso que se tornou a sala, Izuku sentiu seu coração pulando uma batida para logo retomar com uma força descomunal que chegava a doer. Sem ouvir nada, sem ver nada, ele cogitou que talvez isso fosse apenas um pesadelo bobo onde ficava preso em sua mente, mas a cada segundo que se passava ele notava que tudo era real.

Então mude.Onde histórias criam vida. Descubra agora