•Capítulo Treze•

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Natal

Tinha ido pra cobertura onde Pietra estava morando para me aprontar lá com ela para irmos comemorar o natal com Enrico na mansão do tal Vergueiro. Não queria ir lá,apenas ficar na cobertura de Pietra relaxando,mas ela insistiu comigo para ir. Papai e mamãe me buscariam assim que saíssemos da festa de comemoração de natal que os pais de Gianni estava fazendo. Eu queria muito ir lá,mas certamente Giuseppe também estaria lá e eu não queria vê-lo tão cedo.

Nessa última semana ele não ligou como no último mês,isso me deixou aliviada e triste ao mesmo tempo, porquê eu queira ou não,eu amo Giuseppe e isso dói, dói muito,mas eu não posso aceitar isso que ele está fazendo. Não é porque estamos em uma sociedade diferente que dá mais direitos a ele do que a mim. Isso não existe, não nesse século.

Passei as mãos pelo meu vestido,era escuro com as bordas claras,ele se apegava ao meu corpo e descia até um pouco acima dos joelhos,bem pouco. Não tinha decote na frente,apenas nas costas,que estava quase exposta e uma abertura atrás na saia. Usava um salto alto preto,meus cabelos curtos-já não tão curtos assim, penteados para trás. Coloquei um par de brincos pequenos,pérolas,e passei um batom bem vermelho,que deixava meus lábios mais cheios e Pietra passou uma maquiagem mais pesada-mas não tal pesada em meu rosto.

Me olhei no espelho e sorri,fiz biquinho,como se tivesse tirando uma selfie. Ri de mim mesma,lembrando de quando eu era apenas uma menina apaixonada e não tinha que me preocupar com casamento e nem com traição. Sim,isso era traição. Eu estou aqui,sem ficar com ninguém,ele foi meu primeiro beijo aliás,e meu noivo fica agarrando tudo quanto é garota por aí.

Suspirei e peguei minha bolsa,indo para a porta. Tentaria aproveitar o máximo da noite de hoje, esquecer por alguns momentos que fosse Giuseppe.

Entramos na mansão do senador e várias pessoas pararam para nos encarar. Pietra estava de tirar o fôlego com seu vestido longo vermelho. Enrico ao seu lado mantinha sua expressão dura,mas sua mão era gentil na base da coluna de Pietra. Agora eu podia ver o quanto os dois se amavam,a minha impressão dele a vida inteira foi ruim,e no fim, saí com a cara grande,pois ele é completamente o contrário. Enrico atura as pessoas por causa de Pietra,mas ele a ama, dá pra ver isso toda vez que ele olha pra ela.

Observando os dois me perguntei se um dia eu teria isso. Teria Giuseppe me olhando com o mesmo olhar,não me rebaixando,como fazia quando ficava com as outras garotas sendo que todos,digo todos,sabem que ele está comprometido comigo.

Suspirei esperando Pietra que conversava com Enrico e assim que ela veio até mim,andamos juntas para um canto mais afastado e ficamos lá.

- O que exatamente aconteceu com Giuseppe e você? - ela perguntou se encostando na mesa.

- Ele é um...paspalho! - exclamei bufando. Me encostei na parede cruzando os braços - Credita que ele teve a audácia de ameaçar Joel na sua festa de casamento? E depois de tudo,falou comigo sem vergonha alguma que não deixaria suas prostitutas até o casamento,e que,se eu não o aceitasse depois do casamento continuaria com elas.

Okay,eu aumentei um pouco,mas foi assim que eu entendi quando ele me ligou naquele dia,sua voz parecia saída do fundo do inferno para me atormentar.

Pietra ficou olhando pra mim chocada.

- Eu achava que Giuseppe era uma boa pessoa,mas minha opinião sobre ele mudou completamente - a olhei encabulada, eu mato Giuseppe!

- O que ele fez?

- Várias coisas, não quero relembrar isso - disse olhando para todos os lados.

Olhei também,percorrendo todos os cantos do grande salão de festas. Meu coração deu uma guinada e depois quebrou quando vi Giuseppe beijando uma mulher,ele parecia louco,agarrando a mulher daquele jeito no meio do salão ao lado de Enrico,que olhava tudo com uma careta.

Amor e Ódio | Série "Donos da Máfia" | Livro 2 [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora