•Capítulo Trinta e Nove•

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Olhei assustada para a minha irmã. Não sabia qual era o motivo do seu grito, mas já tinha uma idéia. Pietra estava surtando e para me ajudar ainda mais,os russos - provavelmente - decidiram invadir.

Puxei Pietra para mim,inspecionando-a em busca de qualquer ferimento - e como eu já sabia,não havia nenhum.

Os barulhos dos tiros eram altos mas não pareciam ser na cobertura e sim no apartamento embaixo,no meu apartamento e de Giuseppe. Isso fez um calafrio percorrer a minha coluna. Agradeci a deus mentalmente por Giuseppe não estar lá e nem eu,uma hora dessas eu já seria uma peneira de tantos buracos.

- Venha Pietra. Vamos sair daqui. - falei pegando seus braços enquanto a puxava para fora da cama, ignorando os cortes em seu rosto.

Não podia me preocupar com isso agora,nesse momento esse era o segundo maior problema, e eu tinha que cuidar do primeiro.

Como se soubesse o perigo em que estávamos correndo,Pietra se agarrou em mim enquanto íamos andando para fora do quarto. Eu estava tentando ao máximo ignorar seus murmurios baixinhos,as palavras sem significado que ela dizia. Se eu não soubesse o que estava acontecendo com ela,diria que estava possuída.

Desci as escadas com ela e assim que Paul entrou no meu campo de vista eu suspirei,sentindo apenas um pouco de alívio.

Ele correu para nós e pegou Pietra em seus braços,me entregando uma de suas armas. Essa era preta e bastante grande,maior do que meu antebraço. Parecia aquelas metralhadoras, só que em tamanho pequeno. Papai já me disse qual era quando era pequena..macaquinha,isso mesmo. Essa arma disparava mais de onze tiros de uma única vez.

- Você não precisa usá-la agora. Quero que cubra a mim e Pietra se preciso,mas acho que não vai ser. Precisamos ir para o elevador e descer até a garagem no subsolo. Lá tem carros blindados,Enrico está vindo com reforços.

Então era isso,eu tinha que virar uma sniper profissional se quisesse sobreviver até os outros chegarem. E porra,aquilo deu um frio de excitação e o medo crescente dentro de mim,isso serviu apenas para aumentar mais a minha expectativa.

- Então vamos,eu realmente não quero morrer hoje. - falei já correndo para o elevador.

Apertei o botão várias vezes e quando o elevador se abriu eu consegui respirar direito. Entramos e eu apertei o último botão,o do subsolo.

- Aperte aquele botão vermelho,assim o elevador não vai parar se eles quiserem entrar.

Arregalei os olhos e apertei o botão vermelho.

O elevador estava silencioso e pacífico,nem o barulho dos tiros entravam lá. Apenas os murmurios de Pietra preenchiam o espaço todo.

- Você sabe que o estacionamento vai estar cheio deles,certo? - perguntou Paul quando o elevador chegava perto do décimo terceiro andar.

Olhei para ele,a essa altura meus olhos já tinham tomado conta do meu rosto todo.

- Não.

Engoli em seco e Paul riu.

- Eu preciso que seja uma mulher forte e cuide da sua irmã,eu não vou poder olhar vocês duas e chutar bundas russas. - ele olhou para mim sério. - Você sabe que se alguma coisa acontecer com vocês eu vou morrer,e foda-se,vou aceitar isso, porque eu dou a minha vida pela de vocês duas. Então se eles me pegarem antes de chegarmos a um dos carros,eu quero que você me deixe e vá com a sua irmã.

Funguei,sentindo meus olhos lacrimejarem. Agora sabia porque Pietra gostava tanto de Paul,ele sem dúvidas,era um bom amigo.

- Prometa Mariá.

Amor e Ódio | Série "Donos da Máfia" | Livro 2 [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora