•Prólogo•

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Mariá - Aos dez anos....

Mais uma vez estava sendo obrigada por mamãe a vir nesse lugar. O que tinha de interessante aqui? Um monte de pessoas que ficam rezando, pessoas que fazem mal. O meu papai faz mal, sei que ele não é do bem. Ele é bom apenas para mim e mamãe.

— Fique quieta, Mariá! — Mamãe me repreende.

Estamos na igreja, novamente. E dessa vez eu sentia que não devia ter vindo, poderia ter ficado em casa com o papai. Hoje ele me disse que eu podia ficar em casa, que mamãe viria com as amigas da família. Mas resolvi vir apenas porque queria contrariar a minha mãe uma vez na minha curta vida.

— Estou quieta, não vê? — perguntei, balançando as pernas que estavam penduradas no banco de madeira da igreja.

O padre falava algo sobre Deus, mas eu estava ocupada demais com meus pensamentos para prestar atenção no que ele dizia.

Estava procurando por ele. O lindo garoto que roubara meu coração desde quando o vi pela primeira vez. Era um pouco velho para mim. Mamãe falou que não era pra eu pensar nisso agora, mas eu estava apaixonada. Realmente apaixonada.

Olhei para todos os lados a procura do lindo menino. O vi lá atrás, alto e bonito com os olhos cor de chocolate que eu tanto admirava.

Giuseppe, murmurei quando nossos olhares se encontraram. Sorri, meu melhor sorriso para atraí-lo. Ele deu uma piscadela para mim e voltou sua atenção para o padre que falava lá na frente.

Meus olhos viajaram até o homem que estava ao seu lado. Um calafrio percorreu meu corpo. Eu não gostava dele... Tommaso, pai de Giuseppe. Nem parecia que eram pai e filho, Giuseppe era tão engraçado e cheio de alegria que eu nem me lembrava daquele monstro ambulante que era Tommaso.

Olhei pra frente novamente, e só então depois de olhar bem aqueles lindos olhos, eu pela primeira vez prestei atenção no que o padre dizia.

— Mariá! — Mamãe gritou atrás de mim enquanto eu saía apressada da igreja

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— Mariá! — Mamãe gritou atrás de mim enquanto eu saía apressada da igreja.

Passei pelas várias pessoas que se reuniram na frente do grande estabelecimento, a procura do meu príncipe encantado. Estava louca para conversar com ele, o vi poucas vezes apenas, mas sentia meu coração bater forte e meu estômago se revirava quando eu chegava perto dele.

Estava encantada.

Parei no meio do gramado a poucos metros do portão da frente da igreja e olhei ao meu redor. Ele não estava por nenhuma parte. Por todo lugar que eu olhava não o via.

Me virei para voltar correndo, mas bati de frente com alguém e caí de bunda no chão.

Gemi de dor, colocando a mão no bumbum que doía.

— Se machucou, topolino? — “ratinha” ou “bebê rato”.

Olhei para cima, encontrando aqueles lindos olhos cor de chocolate me encarando com pura diversão.

Amor e Ódio | Série "Donos da Máfia" | Livro 2 [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora