•Capítulo Dez•

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A semana passou rapidamente. Na sexta-feira depois do colégio eu vim para casa pra me arrumar,estava ansiosa para me encontrar com Pietra,tinha tantas coisas que eu queria falar com ela. Nos encontramos em um restaurante e pra minha surpresa Giuseppe que a levou, nós trocamos olhares e conversamos,nada mais do que isso,Pietra parecia muito concentrada em nós dois. Me despedi dela com o coração na mão e dele com dois corações nos olhos. Não tinha como não me apaixonar por Giuseppe,não quando ele era tão gentil comigo.

Saí do colégio com as mãos nos bolsos da minha blusa de frio e olhei para a portaria. Papai chegaria a qualquer momento e eu estava ansiosa para chegar em casa,sentia algo bom dentro de mim,como se realmente algo de bom fosse acontecer.

Continuei andando, não prestei muita atenção em quem estava ao meu redor. Tropecei e caí,ouvindo as risadas ao meu em volta de mim. Ouvi uma risada que odiava,uma que me tirava dos nervos. Segurei minha mochila e me levantei,puxando a blusa de frio pra baixo e batendo a poeira do meu bumbum. Olhei pra quem colocou o pé na frente quando eu passei,e não podia ser ninguém menos que Tricy, é claro.

Me virei como se não a tivesse visto e comecei a andar,mas sua voz me fez parar.

- Você sempre corre,fedelha - falou atrás de mim. Continuei andando,como se ela não tivesse ali,mas era Tricy,ninguém mais,ninguém menos.

Senti sua mão no meu braço me virando com brusquidão. Olhei em seu rosto,me aproximando mais,nossos narizes quase se tocando.

- Me solta - minha voz estava baixa,baixa o bastante pra ela entender que eu estava falando sério.

Tricy não disse nada,apenas me soltou e eu me virei,voltando a andar. Nem um segundo depois senti ela me empurrando, caí no chão,colocando as mãos na frente do corpo para não cair de cara e bati o lado do rosto e do meu corpo todo. A dor se estendeu do meu quadril por toda aquela região,meu rosto estava quente agora,com alguns arranhões.

Todos que estavam ao meu redor riram,a risada deles ecoando mais e mais alto na minha cabeça. Me sentia humilhada ali,sem poder fazer nada porquê tinha uma reputação de merda a manter.

- Mariá! - ouvi a voz de papai,muito perto.

Me sentei,colocando a mão no rosto e olhei para frente,vendo ele correr até mim,sua expressão como aço enquanto se aproximava.

Ele se abaixou ao meu lado segurando meu rosto pra olhar todos os ferimentos.

- Não machucou muito - falou,tentando me acalmar. Eu sentia meus olhos queimarem de vontade de chorar,de pura raiva. Um dia eu acabaria com Tricy,e foda-se as consequências.

Papai olhou para o círculo de pessoas que se formou ao nosso redor,segui seu olhar e encarei Tricy que parecia petrificada.

Papai me ajudou a levantar e pegou minha mochila,a jogando sobre o ombro. Os mafiosos aqui eram tratados com respeito,eles faziam várias coisas pro povo da Sicília que os políticos não faziam,e sempre,sempre eles eram reconhecidos.

- Quem fez isso,bambina? - perguntou passando um braço pelos meus ombros.

Olhei para Tricy,e isso foi o bastante pra que ele entendesse.

Papai apenas olhou para ela,um olhar que dizia tudo. Tricy engoliu em seco e ela e todos ali ficaram olhando enquanto eu saía com papai do colégio.

Assim que entramos no carro e já estávamos indo em direção a casa ele cortou o silêncio.

- Mariá - me chamou. Olhei para ele vendo como estava sério - Você irá se casar.

Arregalei os olhos surpresa. Achei que não me casaria tão cedo! Senti o desespero subindo pela minha garganta,como uma faca,me rasgando por dentro. E Giuseppe? Não importava? E se eu não quisesse?

Amor e Ódio | Série "Donos da Máfia" | Livro 2 [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora