Mariá – Aos doze anos...
Me sentei na cama e peguei a caneta e meu caderno preferido com as linhas rosas. Era final de semana e eu queria escrever uma carta para minha irmã.
Papai e mamãe viviam falando dela pra mim, diziam que era linda e depois disso me mostraram uma foto dela. Era linda mesmo, se parecia bastante comigo, só que era loira com os olhos azuis, e eu sou morena com os olhos verdes.
Estava soltando fogos de artifício pelos ouvidos de tanta ansiedade e vontade que tinha de vê-la. Mamãe disse que um dia iríamos vê-la, mas que poderia demorar um pouco. Ainda não entendia o porquê de terem a mandado para fora e terem me deixado aqui. Preferia ficar lá com ela, o único problema seria que eu não veria mais meu Giuseppe.
Olhei para a parede onde deixava todos os meus desenhos. Olhei aqueles lindos olhos que me fitavam de volta. Eram lindos, dois olhos lindos, que eu me apaixonei perdidamente. Ainda me perguntava como podia ama-lo assim sendo que era muito difícil vê-lo. Nos últimos meses também eu via cada vez menos Gian, e todas as vezes que ele vinha me ver ou ele aparecia na frente do colégio, era sempre com pressa. Agora que Gianni tinha feito seus dezoito anos ele teve que começar a assumir as responsabilidades do pai dele, que era capitão e agora dividia as obrigações com ele. Às vezes ele me falava que Giuseppe tinha mandado um “oi” para a “ratinha” dele. Eu sempre o batia quando ele falava isso, me lembrava um pouco Giuseppe também. Gian estava cada vez mais lindo, eu podia perceber como as meninas do colégio o olhavam. E Gian parecia cada vez mais sério, como se esse tempo com o pai e com os outros o tivesse mudando, mas mesmo assim ele não desistia da nossa amizade, e eu gostava disso... de saber que podia contar com ele sempre.
Voltei minha atenção para o caderno em minha frente, percebendo agora que estava chorando.
Enxuguei as lágrimas com o dorço da mão e segurei a caneta com firmeza. Era hora de esquecer um pouco isso e me concentrar na carta que tinha que mandar para a minha irmã.
Comecei a escrever, colocando tudo o que eu queria compartilhar, como se nos vissemos sempre e fofocássemos sobre os garotos bonitos do colégio.
“Querida irmã Pietra,
Como é final de semana e você está tão longe de nós, eu resolvi escrever essa carta para que, de algum modo, ficássemos mais próximas e também, queria que você me conhecesse melhor. Eu ainda não sei porquê papai e mamãe a mandou para tão longe, apenas sei que foi por um bom motivo, e sinceramente queria muito estar aí com você e longe de toda essa confusão que é esse mundo criminoso. Não me pergunte como eu sei, isso é resultado de tanto ficar atrás da porta ouvindo papai conversar com esses homens estranhos que vem aqui em casa. É um mundo ruim Pietra, não se sinta excluída porque está longe, agradeça. Apenas agradeça.
Eu não posso nem sair com meu melhor amigo, que afinal, você adoraria conhecê-lo. É alto com bastante músculos e é moreno, muito atraente eu confesso. Mas eu tenho olhos apenas para outro. Estou tão louca para poder me sentar com você e conversar até amanhecer, falar sobre esse garoto... ops. Ele já não é um garoto. Giuseppe é o nome dele, e ele tem 20 anos. Okay, não precisa me repreender por gostar de um menino tão velho, mas esse não é o problema. Esperarei pacientemente até que fique velha o suficiente e me casarei com ele. Entende? Eu sei que ele gosta de mim, ou talvez seja só a minha imaginação mesmo. Ele me chama de ratinha, diz que sou bisbilhoteira e esperta demais para uma garota.
Tudo bem, isso foi um pouco rude da parte dele, mas não tem como resistir aqueles olhos castanhos maravilhosos que ele tem. Giuseppe também tem um sorriso de anjo e é bem educado comigo, parece se divertir bastante quando estamos perto um do outro. Agora não sei bem como ele está, pois já faz mais de um ano que não o vejo. Cheguei a perguntar para a mamãe por que ele não aparecia mais, e ela apenas falou que Giuseppe era um homem ocupado e que agora se ocuparia apenas com os assuntos da Famiglia.
Desculpe-me Pietra, mas agora irei parar de escrever porque minha mão começou a doer. Não estou acostumada a ficar muito tempo escrevendo.
Espero ansiosa por sua resposta. Te amo minha irmã, sangue dal mio sangue.
Mariá.”
Me levantei da cama e corri até a mesinha de canto, abri a gaveta e tirei uma foto minha de lá.
Voltei para a cama e peguei minha cola, colando a foto na folha. Arranquei a página e dobrei o papel bem dobrado me levantando novamente e fui até minha caixinha de pintura e peguei um dos meus envelopes cor de rosa. Coloquei a carta dentro e peguei um pequeno selo em formato de coração, selando a carta. Deixei um beijo na mesma e corri para fora do quarto.
Desci as escadas o mais rápido que pude e entrei na sala, mas parei abruptamente quando vi papai de pé conversando com meu Giuseppe.
Arregalei os olhos e engoli em seco. Ele estava mais lindo do que da última vez que o vi. Seus cabelos castanhos estavam cortados e ele parecia mais musculoso e alto. Seus olhos olharam para mim. Eram os mesmos, brincalhões como sempre. Um sorriso repuxou no canto da sua boca e ele fez o que sempre fazia para mim quando nos encontrávamos: seu olho direito piscou. Uma, duas vezes e então eu fiz o mesmo, só que desajeitada.
Papai falou algo com ele e Giuseppe voltou sua atenção pra ele. Fiquei ali parada olhando os dois conversarem, pareciam estar resolvendo negócios, Giuseppe vez ou outra olhava para mim com um sorriso fofo.
Fiquei ali parada olhando ele e papai conversarem por uns bons minutos, até que ele se despediu e foi embora.
Fiquei na porta olhando seu carro partir, vendo meu futuro noivo ir embora, e dessa vez não sabia quando o veria novamente. Poderia demorar anos até isso acontecer.
Então, o que acham? Vamos movimentar isso um pouco!?😜Votem e comentem pessoal, ajudem o livro a crescer!
Próximo capítulo promete, hein! Tô doida pra chegar na parte das confusões 😈!!!!
Fuuiiissss!!!
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Amor e Ódio | Série "Donos da Máfia" | Livro 2 [Em Revisão]
Lãng mạnATENÇÃO- Esse livro contém cenas de sexo explícito e violência! +18 (Maiores de dezoito) Criada desde seu nascimento dentro do círculo rígido mafioso, Mariá não teve nenhuma chance de escapar das garras do crime organizado. Desde muito nova soube qu...