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O barulho de panelas batendo escandalosamente é o que me acorda no dia seguinte, e assim que meus dentes estão escovados e meu rosto lavado, me dirijo ao andar inferior para descobrir o que está acontecendo. Meus pés travam na entrada da cozinha. Há um homem moreno de costas, sem camisa, usando apenas um avental enquanto vira panquecas numa frigideira. Estou prestes a gritar por meu avô, ou chamar a polícia silenciosamente, quando Jade passa tranquilamente por mim, deixando um tapinha leve em minha bunda e beija as costas do nosso cozinheiro.

- Benson, essa é a minha prima Amber - Quando ele percebe que não estão sozinhos, o famoso Benson vira para mim, abrindo um sorriso.

- Oi Amber. Gosta de panquecas? - Balanço a cabeça em afirmação, e ele coloca um prato cheio delas sobre a ilha da cozinha - Receita especial do Reino Unido - Ele nem ao menos precisava me contar, seu sotaque carregado o denuncia antes de qualquer coisa.

- Obrigada - Sorrio - Ele sabe que está correndo um grande risco de vida aqui nessa casa? - Os dois riem quando pergunto.

- Vovô e vovó foram em uma feira de plantas em Los Angeles, só devem voltar de noite - Jade joga um pouco de xarope de bordo por cima de seu prato - Vou passar a manhã fora com o Ben, mas volto à tempo para irmos na festa do Austin.

- Irmos? - Pergunto cortando alguns morangos para acompanhar minhas panquecas - Eu não vou Jade.

- Você disse que talvez fosse - Ela sorri esperançosa - Austin está contando com isso. Acho que ele tem uma queda por você.

- O quê? Não viaja - Reviro os olhos - E eu não vou. Festas não são o meu lance, muito menos em piscina. Não vou - Retruco, quase me sentindo mal por recusar seu convite tão veemente, mas a mínima chance de encontrar com Tayler estava fora de cogitação - Tenho atividades extracurriculares para fazer.

Minha prima desiste de argumentar, parecendo aceitar a derrota por fim. Alguns minutos mais tarde, ela e Benson saem de casa e eu finalmente decido parar de procrastinar e começo a estudar. Não sei realmente quanto tempo eu passei envolvida nos problemas de álgebra avançada, mas quando o meu celular vibra notificando mensagem, percebo que já está na hora do almoço e meu estômago ronca em resposta. Abro minhas mensagens enquanto sigo até a cozinha. A tentação de bloquear aquele número me atinge.

"Tayler Callahan: se você for na festa do Austin eu te dou a senha"

"Amber Collins: o quê?"

"Tayler Callahan: achei que o estúpido aqui fosse eu"

"Amber Collins: eu não vou, já disse pra Jade"

"Tayler Callahan: ok, a escolha é sua"

Pondero minhas opções enquanto esquento as sobras do jantar de ontem, e eu tinha duas delas:

1. Não ir à festa, irritar o Tayler mais ainda e passar os próximos 2 meses sem um sinal de Wi-Fi.

2. Ir à festa, obrigá-lo a me dar a senha e voltar para casa o mais rápido possível.

Finalmente, quando Jade chega em casa com algumas sacolas de compra no início da tarde, deixo ela saber que eu vou para a maldita festa. Seus gritos exagerados quase me fazem desistir de vez, mas por volta das três da tarde eu estou pronta na sala à sua espera. Ela joga uma mochila no meu colo.

- Coloca seu biquíni aí dentro - Ela se senta ao meu lado, descansando os pés sobre a mesinha de centro.

- Eu não vou levar um biquíni Jade - Seu olhar desvia do celular para mim.

Innocent OneOnde histórias criam vida. Descubra agora