10.

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No meio da tarde de sábado eu estou treinando alguns passos de dança em meu quarto, quando recebo uma ligação. Penso que é minha mãe, então atendo sem olhar o identificador.

- Oi.

- Esteja pronta e me encontra aqui fora em meia hora - Para minha surpresa, a voz que sai do alto falante é a de Tayler e não de minha mãe.

- Quê? Não! - Digo, sentindo meu coração acelerar. Sei que vou acabar obedecendo no fim, mas é apenas um teste para garantir que ele quer mesmo que eu vá.

- Amber...

- Eu disse não, Tayler. Estou ocupada - Tento me manter firme.

- Você está dançando pelo quarto nas últimas duas horas, acho que já está bom - Ele bufa - Eu juro por Deus não me faça invadir a casa da sua avó e te tirar daí eu mesmo.

- Ok. Eu vou.

- Ótimo. Te vejo em trinta minutos.

Eu encerro a chamada e corro para o banheiro, tentando não me atrasar. Peço para Jade trançar meus cabelos enquanto ela faz comentários maldosos sobre como é a segunda vez que eu vou sair com Tayler. Ela ainda insiste em me maquiar e, por mais que eu não admita, me sinto bem com o resultado do que ela fez em mim. Não faço ideia de onde vamos, pois ele não fez questão de dizer, então visto um shorts-saia e uma t-shirt preta, calçando meus all-stars e espero que eu esteja adequada para a ocasião.

- Vem aqui - Jade me chama, sentada na beira de minha cama. Ela enrola a barra da minha camiseta, dando um nó que a encurta, mostrando um pedaço de pele da minha barriga - Bem melhor.

Dou de ombros, feliz por não estar tão incomodada como achei que estaria. Pego uma jaqueta preta e coloco em minha mochila. Estou dois minutos atrasada.

- Para que a mochila? - Pergunta.

- Vovó acha que eu vou dormir na Julie - Lanço um olhar cúmplice para minha prima.

- Minha garota - Ela pisca - Se divirta, e não faça nada que eu não faria.

- Você faria tudo Jade.

- Exatamente.

Ainda posso ouvir sua risada enquanto desço as escadas e corro para fora de casa antes que eu seja parada pela matriarca da família Soares para um interrogatório.

Assim que chego até a calçada, a BMW preta de Austin vira no início da rua. Estou surpresa quando vejo minha amiga no banco do carona e Tayler sozinho no banco de trás. Quando estou dentro do veículo, me inclino sobre o espaço entre os bancos da frente e olho para a cara de confusão de Julie.

- Você sabe onde estamos indo?

Ela balança a cabeça em negação, enquanto Austin ri de um jeito escandaloso.

- Laughton só me obrigou a sair com ele, sem me dizer mais nada. E eu não gosto nada dessa situação, ouviu Austin? Eu nem ao menos estou falando com você! - Ela cruza os braços emburrada.

O garoto de olhos verdes então começa irritá-la, apertando suas bochechas e cantando alguma melodia inventada sobre "você não pode ficar bravo com um cara gato como eu".

- Oi - Me viro para Tayler, notando que ele me olha de canto de olho.

- Fico feliz que eu não precisei apanhar da sua avó para te tirar de casa Eloise.

Ele diz enquanto passa o braço direito por meus ombros, me trazendo mais para perto dele. Seu perfume é tão inebriante que tenho vontade de chorar. As sensações que ele me causa não podem ser descritas como normais.

Innocent OneOnde histórias criam vida. Descubra agora