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Na manhã seguinte eu acordo com a constatação de que Tayler não está mais ao meu lado. O seu colchonete sumiu, mas o cobertor ainda está enrolado em mim, preso nas laterais do meu corpo. Todas as outras pessoas da minha barraca ainda estão dormindo, Chelsea atravessada ocupando grande parte do espaço e com as pernas sobre o colo de minha prima.

Com o máximo de cuidado para não acordá-los eu tiro minha nécessaire de minha mochila e abro o zíper da entrada, saindo para ver que o sol resolveu aparecer novamente e o clima está razoavelmente agradável.

Luke e Ashley estão sentados em volta dos restos mortais da fogueira, comendo algo que eu imagino ser pão com pasta de amendoim. Eu caminho até nosso banheiro improvisado, não demorando mais que cinco minutos para escovar os dentes, pentear meus cabelos com dedos e renovar o desodorante.

Tayler e Austin já estão comendo com os outros quando eu volto para a área das barracas. Eu dou bom dia a todos enquanto me sento para preparar um sanduíche para mim também e um copo de leite.

- Então Amber - Austin fala de boca cheia e eu faço uma careta pra ele - Sua noite foi boa? Passou muito frio?

Meu olhar se desvia rapidamente para Tayler e ele está encarando o chão, até que eu volte para Austin e o sorriso debochado em seu rosto.

- Foi boa - Dou de ombros, mesmo que tenha sido muito melhor que boa. Mil vezes melhor que isso - Não ficou tão frio assim depois.

Eu sorrio com deboche também para ele. Sei que Laughton está tentando apenas nos irritar pois com certeza ele ouviu algo ontem a noite.

- Legal. Fiquei preocupado com você.

Eu disfarçadamente levanto o dedo do meio para ele e o garoto explode em uma gargalhada.

Quando eu termino de comer, caminho até nossa barraca, encarregada de acordar as meninas pois a intenção de hoje é caminhar até a parte mais funda do rio e passar o dia lá. Enquanto elas levantam para tomar café da manhã, eu me troco rapidamente debaixo de uma das cobertas, colocando meu biquini e uma camiseta grande, que cobre meu corpo até metade de minhas coxas.

Nós arrumamos o restante dos sanduíches e algumas bebidas em uma térmica e depois que estão todos prontos começamos a caminhar pela mata, seguindo a trilha que as placas indicam. O caminho está liso e escorregadio por conta da chuva da noite anterior, e logicamente porque eu tenho dois pés esquerdos, acabo tropeçando e caindo de joelhos.

- Machucou? - Julie pergunto e sei que ela está segurando a risada, porque tudo bem, até eu estou.

Então eu começo a rir enquanto me levanto, vendo que felizmente meus joelhos estão intactos e não foram ralados dessa vez.

- Vem gatinha - Luke se vira de costas para mim - Eu te carrego até lá.

E porque eu não estou pensando muito em nada além do conforto em não ter que andar, eu pulo nele, envolvendo minhas pernas ao redor da sua cintura. Suas mãos seguram minhas coxas nuas e ele sorri para mim através de seu ombro, continuando o caminho.

Nós chegamos no local que eles queriam cerca de cinco minutos depois. Há uma grande pedra com uma árvore por cima e dela pende uma corda feita para saltar, mas eu com certeza irei evitá-la pois a correnteza é um pouco forte para alguém que não sabe nadar assim como eu.

Depois que arrumamos as coisas ao redor de algumas toalhas, todos eles correm para água e eu caminho lentamente até a beira, testando a temperatura com os dedos. Recolho meu pé quando sinto o quão gelada ela está. Não existe a mínima possibilidade de que eu entre no rio.

Eu volto até a minha toalha, mesmo com os gritos de minha prima para que "eu deixe de ser uma medrosa e entre logo na porra da água" e me deito lá, aproveitando os poucos raios de sol que chegam até mim. Daqui consigo ver Austin se balançando sobre a corda antes de soltá-la caindo no meio do rio, espirrando água para todos os lados.

Innocent OneOnde histórias criam vida. Descubra agora