6.

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- Eu não sei nem por onde começar - Julie abre a porta do meu quarto, tirando os tênis pelo meio do caminho e se jogando sobre minha cama - Eu ainda não acredito que a noite de ontem aconteceu.

- Você não acredita? Meu amor, eu acho que acordei de um pesadelo e a ficha não caiu. Mas começa você, ainda não sei se estou pronta para falar sobre isso.

- Austin apareceu bêbado lá em casa de madrugada - Ela leva as mãos até o rosto, bufando - Ele estava acostumado a escalar até a sacada do meu quarto, fez isso várias vezes, mas não me pergunte como ele fez isso no estado em que estava.

- Meu pai do céu.

- Não, você não tem o direito de estar chocada ainda Amber. Porque o que você não sabe é que Sean também tinha tido a mesma ideia minutos antes! Nós estávamos prestes a transar quando meu ex ficante bateu na janela implorando que eu o perdoasse - Não seguro a risada, é impossível. Minha vida e de minha amiga parecem estar sofrendo alterações por alguém que não ia muito com a nossa cara - Então eu tive que deixar um Austin chorando entrar em meu quarto para impedir que ele acordasse meus pais, enquanto Sean vestia as calças e ia embora dizendo que não sabia que eu namorava.

- Eu não posso acreditar nisso - Estou praticamente sem ar, do tanto que rio - Ele estava realmente chorando? Tipo, lágrimas e tudo mais?

- Lágrimas, soluços e catarro escorrendo pelo nariz. Deus, eu nunca quis tanto cometer um assassinato. Ele não tinha a mínima condição de voltar para casa. Então eu disse que o perdoava para que ele me deixasse enfiá-lo embaixo da água gelada e o colocasse para dormir no chão do meu quarto.

- E hoje de manhã? Vocês conversaram?

- Eu o acordei com uma xícara de café, duas aspirinas, e aproveitando que meus pais já tinham saído de casa, um sermão tão grande que ainda posso ouvir meus gritos ecoarem pelo cômodo. Primeiro porque ele foi extremamente irresponsável e invasivo, segundo porque ele não pode simplesmente agir assim. Decidir que me quer de voltar e que eu sou o grande amor de sua vida. Ele foi embora logo depois, e eu quase tive pena quando olhei o seu rosto ao deixar minha casa. Não durou muito, a raiva voltou assim que tive que mandar mensagem para Sean pedindo desculpas, dizendo que eu não namorava e Austin devia ter usado algo ilícito.

- Eu não sei nem o que dizer - Continuo rindo, mesmo que não seja totalmente adequado ao momento - Sério, minha história parece bem sem graça agora perto da sua.

- Ela envolve Tayler Callahan? - Me encolho, e fica evidente que sim - Então meu amor, eu tenho certeza que estou mais que pronta para ouvi-la. Pode começar pelos 7 minutos trancada no armário junto com ele, tenho certeza que vocês não estão conversando sobre as próximas eleições.

- Merda, deixa eu me preparar psicologicamente - Sento na cama, dobrando minhas pernas abaixo de mim - Eu estava tão nervosa que apenas me sentei num canto encolhida, não queria que ele me beijasse porque não queria que ele descobrisse que eu sou inexperiente. Não adiantou muito depois daquele "eu nunca", mas enfim.

- Parte para a ação Amber, é sobre isso que eu quero ouvir.

- Então ele me puxou para o colo dele, e me perguntou quantas vezes eu já havia beijado, quando respondi, ele apenas disse ótimo, antes de me atacar. Quer dizer, que tipo de resposta é essa? Ótimo? O que estava ótimo? Porque eu definitivamente não estava ótima se você quer saber.

- Você está divagando Amber - Uma almofada atinge meu rosto.

- Ok. Não vou mentir e dizer que foi ruim. Não tenho muito com o que comparar, mas se for pra descrever, era como estar em queda livre sabendo que não havia paraquedas para puxar e mesmo assim estar adorando a sensação.

Innocent OneOnde histórias criam vida. Descubra agora