Senti vontade de gritar. Alguém lá em cima deveria estar rindo da minha cara nesse exato momento, não é possível.
- Vamos - Luke aponta para mim - Para o armário baby.
Todos, exceto Jade e Julie me olham com sorrisinhos. Sei que elas também querem sorrir, mas acho que estão apreensivas por mim. Quando me levanto, meu coração está batendo tão rápido que eu me pergunto se isso é normal. Tayler me segue, há um sorriso em seu rosto que eu não consigo decifrar. Luke levanta o celular, ligando o cronômetro, e os 7 minutos começam a rodar. No momento em que a porta se fecha, a conversa volta a ser alta do lado de fora e risadas dominam o ambiente.
Eu me sento encolhida contra um canto do closet, onde há várias jaquetas penduradas e o cheiro que exala de suas roupas é praticamente sufocante naquele cubículo. Tayler me imita, mas suas pernas estão esticadas, quase tocando a parede do outro lado.
Por alguns segundos, ele apenas encara o teto, seu rosto parcialmente iluminado pela luz escassa que chega ao lugar. Há uma briga dentro de mim, minhas duas personalidades duelando para saber quem tem razão. Ao mesmo tempo que estou decepcionada por ele não demonstrar a mínima intenção de me beijar, também estou aliviada. Meus dois beijos anteriores não são algo que eu gosto de lembrar. As experiências envolviam batidas de dentes e muita saliva. Tenho medo que ria de mim, não preciso ser humilhada por ele.
- Não faz isso - Sua voz me assusta, preenchendo o vazio do cômodo.
- O quê?
Ao invés de responder, ele passa os dedos ao redor dos meus tornozelos e me puxa, de repente estou sentada em seu colo, minhas pernas dando a volta em seu quadril. Não consigo nem me importar com o fato de que estou de saia, não quando sua respiração bate contra o meu rosto e o cheiro do cigarro mentolado misturado com álcool, que deveria me causar repulsa, se torna excitante. Seu polegar direito contorna minha boca.
- Não morde os lábios assim - Explica. Eu nem havia notado que estava fazendo aquilo - Você não tem ideia o que faz comigo.
Engulo a saliva em minha boca. Tenho medo de falar algo e o tremor em minha voz me denunciar.
- Calma Eloise. Eu te deixo nervoso?
- Não - É uma mentira deslavada, nós dois sabemos.
- Seu corpo me diz outra coisa - Suas mãos viajam sobre minhas pernas, contornando meus joelhos e tocando um pedaço de minhas coxas por dentro da jardineira. Ele se inclina, alcançando minha orelha, meus seios tocam seu peito e um calor repentino se espalha sobre mim. - Você já beijou alguém Amber?
- Sim.
- Quantos?
- Dois - Digo e espero ele rir, fazer algum comentário maldoso ou me tirar de cima dele. Ao invés disso, seu rosto se afasta minimamente, até que ele esteja de frente pra mim.
- Ótimo.
É tudo que sai da sua boca antes que ele pressione seus lábios contra os meus. Não há nada de delicado em seu beijo. É esmagador e minha cabeça se inclina para trás. A única coisa que me impede de cair é sua mão segurando meu pescoço com força, se enrolando em alguns cachos de minha nuca.
Tenho vontade de tocar seus braços, sentir a textura das tatuagens, saber como se comportam nas pontas dos seus dedos, mas minhas mão permanecem pateticamente caídas na lateral do meu corpo.
O sentimento dentro de mim é avassalador demais para que eu esboce alguma reação além de corresponder o beijo. Agora eu entendo a fissuração das outras em Tayler Callahan, é como se eu subisse ao céu e descesse ao inferno em questão de segundos. Sua língua está pressionando a minha de uma maneira rude e ao mesmo tempo satisfatória. Meu corpo treme ligeiramente quando ele se afasta minimamente para morder meu lábio inferior e retorna, me beijando novamente, com mais força ainda.
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Innocent One
RomancePassar as férias de verão em uma cidade pequena, com seus avós conservadores e sua prima efusiva, era a pior punição que Amber poderia receber. Porém, quando os olhos dele recaem sob os seus, ela parece ter encontrado prazer em meio ao castigo. Aind...