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O reposteiro de veludo vermelho escondia Isis e o relatório do Ministério do resto das outras alunas; o tecido grosso contendo a luz na ponta da varinha

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O reposteiro de veludo vermelho escondia Isis e o relatório do Ministério do resto das outras alunas; o tecido grosso contendo a luz na ponta da varinha. As janelas embaçadas exibiam uma Hogwarts sombria e enevoada quando a bruxa se levantou, aproveitando o momento para desfazer parte da transfiguração. Por ela, teria lido-o na noite anterior, mas, seguido do discurso de Minerva e um jantar farto, o foco dos grifinórios acercou-se da "intercambista", igual aos lufanos com o rapaz da Koldovstoretz, e os corvinos com a menina de Castelobruxo.

O clima pesado exigia uma dose de novidade para ajudar a lidar com as mudanças do novo ano. Isso a ajudou a se manter disposta a responder as perguntas, apesar da urgência de seguir para a sala comunal. Até se surpreendeu durante a conversa ao constatar que dividia o espaço com a irmã de Bill Weasley; tivera alguns encontros em segredo com o rapaz, no banheiro dos monitores no decorrer do quinto ano.

O interesse em sua vida nos Estados Unidos se estendeu para depois do jantar, cabendo a Isis disfarçar e se recolher com discrição no decorrer de um brinde em homenagem aos que partiram. Com as sextanistas alvoroçadas, resolveu dormir cedo, prometendo a si mesma que acordaria antes da alvorada e enfrentaria o conteúdo oculto naquelas páginas em branco.

Finalmente com os papeis em mão, não pôde evitar a decepção ao ler dados inconclusivos do paradeiro de Underhill. As denúncias apontavam a presença do comensal em várias localizações dentro da Grã-Bretanha, sempre sozinho e rápido demais para ser capturado pelas lentes de uma câmera. Outras teorizavam uma viagem ao Egito. Embora a opção soasse absurda a princípio, pensando melhor, foi fácil visualizá-lo indo à sua procura em Uganda após uma breve parada no Cairo. O último encontro cara a cara fora na Escócia, onde Isis ganhara a cicatriz na barriga, o que não o impedia de cogitar a volta dela aos Montes Ruwenzori.

Isis o folheou entre bocejos, parando na foto de um jovem Erastus, ao lado de Harold Minchum, com o grupo de estátuas douradas do átrio ao fundo; um ano antes de ela o conhecer. Os dois apertavam as mãos e sorriam para a câmera enquanto litros d'água jorravam da fonte circular. Na época, nem o antigo ministro e nem os outros funcionários do Departamento dos Mistérios faziam ideia de que um bruxo tão promissor pudesse trabalhar para o outro lado. E ficaram sem saber até 1987.

— Suco de abóbora — murmurou ao ouvir o barulho do cortinado ao lado. — Nox.

Seu relógio astronômico de bolso — que comprara em uma viagem extraordinária a Praga — indicava o nascer do Sol. Isis escondeu a pasta entre dois livros e pegou o espelho para refazer a transfiguração no rosto e cabelos. As meninas já vestiam o uniforme, e a bruxa se apressou em guardar tudo no armário de cabeceira, trocando uma ou duas palavras sonolentas com elas.

Os alunos preenchiam os sofás da sala comunal em vez de descerem para o Salão Principal, para onde Isis se dirigia até ser parada por um rapaz com o broche de monitor. De perto, a fisionomia destacou-se de um jeito diferente da noite de chegada.

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