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Alguns dias depois:

Eu não fui ao enterro dela, na verdade, fazia dias que eu não saia de casa. Que eu não deixava ninguém chegar perto de mim. Estou acabado, não tenho forças pra nada.

Não durmo direito, não como e também não sei o que é bom banho.

Meu apartamento estava uma imundice. Cheio de garrafas de whisky e todas bebidas que eu achei na dispensa e na cozinha.

Meu celular já não prestava mais, pois simplesmente o estourei na parede. Não podia continuar vendo as fotos dela, pois estava ficando louco.

Escuto a risada dela em todos os lugares, a vejo em cada canto desse apartamento, o cheiro dela permanecer em minha camisa. Tenho pesadelos com os gritos dela...

Estou ficando maluco. Estou perdendo minha sanidade.

Eu preciso dela. Preciso da minha Any.

Ouço batidas na porta, até já sei que é minha mãe, Sabi ou o Bailey. Eles vem todo dia, mas nunca abro a porta.

Levanto do sofá indo até a cozinha, mas paro quando escuto vozes. Ótimo, conseguiram entrar.

-nossa, esse lugar tá um nojo- Sabina, reclama assim que me ver.

-meu filho, como você está magrinho- minha mãe fala soando triste- eu trouxe uma sopa pra você.

Ela mostra a sacola e sorri.

-cara, vai tomar um banho, vamos arrumar tudo enquanto você se ajeita- Bailey ordena me olhando feio.

-eu não quero...

-cara, você não tem que querer nada, estamos aqui porque queremos te ver bem, sabemos que dói, mas ela não ia querer te ver assim, definhando.

-eu não sinto vontade de fazer nada- falo me rendendo- eu só quero ficar no meu canto.

-e você vai, só deixa a gente cuidar de você.

Eu tinha feito o que eles pediram. Tomei um banho, coloquei uma roupa limpa e tomei a sopa que minha mãe fez, estava deliciosa.

Meu apartamento estava limpo e até cheirava bem.

Sabi e Bailey, foram embora, mas prometeram voltar amanhã. Sabi, estava muito mal, porém estava segurando bem as emoções dela.

Estava deitado em minha cama, que agora tinha lençóis limpos. Minha mãe estava comigo, ela fazia cafuné em meus cachos.

-sabe, eu conheci os pais da Any, eles se sentem culpados, pois não tinham uma boa relação com ela, eles estão sofrendo tanto.

-eu não quero falar sobre isso- falo- mãe, me abraça.

-oh meu amor, vem aqui.

Viro ficando de frente pra ela e a abraço. Ela me acolhe igual quando eu era criança.

-você quer que eu cante aquela música de ninar que você amava?

-sim... Preciso dormir.

-estarei aqui quando você acordar.

Ela começar a cantar e fecho os olhos.

Tenho que me libertar, tenho que deixá-la ir. Se não eu não terei forças pra nada, nem pra seguir em frente, mas sei que não vou conseguir.

Eu não posso ficar aqui definhando. Tenho que encontrar Noah, e vingar a morte da Any. E depois cumprir a promessa que fiz, ficar com ela.

...

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Traição | Beauany (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora