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Ponham a música e chorem...

Josh:

Não sei como, mas Joalin, conseguiu me convencer ir até Cabo Frio, pra ajudá-la.

Passar pela ponte foi doloroso, pois automaticamente lembrei da Any. Só de pensar que aquele lugar, foi o lugar que ela morreu, eu já sentia uma dor imensa. Por isso passei o mais rápido que podia por aquela ponte.

Agora estava chegando na casa de férias dos pais de Joalin. Espero que não demore muito, quero aproveitar o sábado com minha mãe e levar meu cachorro pra passear.

Estaciono o carro de frente a casa e ja posso sentir a maresia, o ar fresco e o cheiro do mar. Esse lugar é simplesmente perfeito. Me transmite uma paz que não sei explicar.

Desço do carro o fechando. Caminho pela grama esverdeada indo até a casa. Subo os três únicos degraus que levam até a varanda e bato na porta.

Uma mulher de aparentemente cinquenta anos, baixa, cabelo preto e pele clara abre a porta pra mim.

-Oi, eu vim buscar a Joalin.

-você deve ser o Josh.

Faço que sim. Ela me dá espaço e entro.

-ela está na praia, é só ir por aquela porta de vidro.

-obrigado.

Ela some por um corredor. Observo bem aquele lugar, fazia tanto tempo que eu não vinha aqui.

Vou em direção a porta que levava a praia, mas paro quando um perfume que eu jamais esquecerei me invade. Olho ao redor, mas não tinha ninguém comigo.

Aquele é o perfume da Any, mas...

Meu olhar cai sob uma encharpe florida que estava pendurada perto da porta de vidro. A pego e constato que o cheiro vem dela. Levo o tecido fino até meu rosto e aspiro aquele perfume que tanto me vicia.

Como eu sinto sua falta.

Ponho a echarpe de volta no lugar a olhando uma última vez. Passo pela porta de vidro tendo a visão da praia. Estava muito bonita.

Procuro Joalin, com o olhar, mas não vejo sinal algum dela.

Só tinha uma moça caminhando bem na beirada do mar.

Ela parecia está em paz. Pois seu cabelo castanho voava ao vento. O vestido florido parecia ser confortável de mais, e ela estava descalça sentindo a água morna.

Ela parece sentir que alguém a observava, pois vira na minha direção e seu olhar cai sob mim.

Ela...

Meu Deus.

Meu coração começa a bater forte em meu peito. Sinto minha mão soar frio e a respiração acelerar.

Ela...

Isso não pode ser possível. O carro caiu da ponte, a correntesa levou o corpo dela. Já se passaram quase onze meses.

Ela sorri pra mim e acena.

Meu amor... Any.

Boto minhas pernas pra funcionar e corro. Corro com todas as minhas forças, com toda a velocidade que á em mim. Vou em direção a mulher da minha vida. Da minha Any.

Ela também corria na minha direção. Sua risada preenchia meus ouvidos, me enchendo de vida.

A abraço bem forte quando chegamos perto um do outro a tirando do chão e a giro no ar.

-meu amor- sussurra parecendo surpresa- Josh...

Procuro seus lábios e os beijo. Meu Deus, como eu sentir falta dessa mulher.

Perco o equilíbrio e acabamos caindo na areia. Karol sobe em cima de mim e volta a me beijar.

Esses lábios... essa pele... sonhei tanto com esse momento.

Seguro seu rosto encerrando o beijo e nossos olhares cruzam se prendendo um no outro.

-é você- sussurro ainda sem acreditar- é você mesmo.

-sim- fala rindo- sou eu, meu amor.

Volto a unir nossos lábios. Queria aproveitar ao máximo. Não quero acordar e perceber que foi um sonho.

Separo nossos labios com selinhos.

-eu senti tanto a sua falta, pensei que tinha morrido.

- eu sei, e me desculpa por te deixar sofrer, por fazer você acreditar que eu tinha morrido, mas o Noah, ainda estava solto e eu tinha tanto medo.

-isso não importa, o que importa é que finalmente podemos ficar juntos- falo acariciando o rosto dela- e eu te amo tanto.

-eu também te amo Josh.

Ficamos ali, sentados, observando o mar e conversando sobre vários assuntos aleatórios.

Eu ainda estava surpreso. Ela está viva de verdade. Eu nunca me sentir tão feliz.

- Eu tenho uma surpresa pra você- ela fala.

A olho curioso, mas podia ver um pouquinho de medo em seu olhar.

-o que foi?

-é que eu não sei qual vai ser a sua reação.

Ela fica de pé e me dá a mão. A pego ficando de pé. Any, me guia até a casa e entramos.

-você pode me esperar aqui?- pergunta.

-sim.

-eu volto logo.

Assinto e a observo se afastar. Any, some pelo o mesmo corredor que Marta, me deixando sozinho.

Meu Deus, ela está viva. Isso é a coisas mais sensacional que podia acontecer.

Essa casa não mudou nada, á não ser pelo carrinho de bebê e uma cercadinho, eu não vi isso quando entrei.

Me aproximo de uns portas retratos que estavam sob a estante. Ainda tinha foto minha ali.

A foto de um bebê chama a minha atenção e a pego. Que coisa mais fofa. Ponho a foto de volta na estante ainda olhando o bebê.

Parece comigo quando eu era criança.

Escuto um resmungo atrás de mim e viro pra ver quem era. Any, estava saindo do corredor e carregava um bebê em seus braços.

-e essa criança?- pergunto.

Os olhos dela estavam cheio de lágrimas. O bebê se mexe em seus braços arrancando minha atenção.

-Any, de quem é esse bebê?

No fundo eu sabia a resposta, só que é informação de mais para processar.

-esse é o Matheus, nosso filho.

Filho?
Eu tenho um filho?

-nosso?- pergunto me sentindo um bobão.

Ela faz que sim sorrindo.

Vou até eles dois e pego o bebê de seus braços. Ele resmunga um pouquinho me fazendo rir.

Ele é tão lindo, tão pequeno.

Estou apaixonado.

Beijo o topo da cabeça dele com cuidado, aspiro seu cheirinho e o aconchego em meu peito.

-obrigado- falo direcionando meu olhar pra ela- você me devolveu a vida duas vezes hoje.

Any, vem até nós dois. Ela nos abraça me fazendo se sentir completo.

-te amo- falamos ao mesmo tempo.

...

...

Traição | Beauany (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora