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Um mês depois:

As coisas estavam ficando mais fáceis. O acompanhamento do psicólogo, me deixava menos perturbado. Eu conseguia dormir bem a noite e já não estava bebendo mais.

Esse mês que passou, me fez ver muitas coisas. Por isso tenho aproveitado mais os meus amigos e minha mãe, pois a vida é um sopro e nunca sabemos quando de fato vamos partir.

Noah sumiu do mapa, mas o contínuo buscando. Sei que uma hora ela vai aparecer e quando isso acontecer, eu vou está esperando e ele vai ter o que merece.

Ontem, Joalin e eu, finalmente assinamos os papéis do divórcio. Ela me deu o tempo que eu precisa, até que eu me sentisse bem o suficiente para enfrentar o tribunal. Acabou que ela se recusou ficar com apartamento. Só quis o carro dela e a parte dos bens que pertenciam a ela. Achei ótimo da parte dela fazer isso. Eu não estava agüentando ficar no meu antigo apartamento, eu tinha muitas memórias da Any ali.

Agora estou indo no cemitério. É a primeira vez que vou, desde que o caixão foi enterrado.

Era estranho, eu não sabia ao certo o que ia fazer lá. Já que o corpo dela não está ali. Mas no fundo eu sabia que precisava ir lá, que tinha que deixar as flores que comprei e dizer o que venho sentindo. Era uma forma de me despedir.

Entro no estacionamento do cemitério e deixo meu carro numa vaga. Pego o buquê de girassóis no banco do passageiro e desço do carro.

Respiro fundo antes de ir até o túmulo dela. Eu não sei se consigo.

Avisto a lápide, que estava envolta por flores. O pessoal deve vim muito aqui.
O nome dela estava talhado ali, o que fazia a dor em meu coração almentar.

Sento na grama esverdeada e encaro a lápide.

- Eu não sei por onde começar- falo- esse último mês foi difícil, eu fiz de tudo pra não afundar, pra não deixar meu trem descarrilhar... Mas cada vez que eu lembrava de você, era como se um pedaço do meu peito tivesse sido arrancado. Eu só queria que você estivesse aqui, prometemos ficar juntos, prometemos cuidar um do outro- minha voz soava rouca por conta do choro- e eu me odeio por não ter atendido a merda do telefone, eu podia ter te salvado, ido te buscar. Pularia da ponte e te tiraria do carro.

Respiro fundo tentando conter as lágrimas, mas elas insistiam em cair.

- não tive tempo pra te dizer te amo outras vezes, não tive tempo de te amar de novo, de te ter em meus braços... não pude te dizer adeus. Eu só queria que você estivesse aqui, ao meu lado, mas eu também preciso deixar você ir.

Me ajoelhou de frente a lápide e sorrio. Aliso o mármore preto com as pontas dos dedos, inclino o corpo pra frente e beijo a superfície gélida.

-você sempre estará em meu coração, em minhas memórias, porque eu te amo mais do que já amei alguém nessa vida. Eu te deixo ir.

...

Traição | Beauany (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora