Capítulo 14

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O sopro da brisa gela meu rosto enquanto eu caminho pelos jardins da escola sob o céu azul e o cheiro da natureza. A forma como os Seres Sobrenaturais e a natureza viviam em completa harmonia em Superno era encantadora. Andar por aqui era como se houvesse sempre uma melodia de uma orquestra nos meus ouvidos, mas na verdade era o canto dos pássaros, o uivo do vento e o balançar das árvores que fazia a mais bela música.

Algumas das meninas retornaram pra escola, estão descansando da aula extra, já outras foram para suas casas nas montanhas ficar com suas famílias. Estou bastante cansada, pra falar a verdade, por mais que eu não tenha participado das aulas também tive que acordar cedo para fugir de todos antes que acordassem, mas, retornar pro quarto significa ter que ligar para minha mãe para conversarmos sobre a descoberta feita e eu não sei se estou pronta pra isso ainda. Não sei se estou pronta pra forma a qual isso mudará tudo não só no meu presente e futuro, mas também pra forma a qual isso mudará o passado que eu conheço.

Já fazia uma meia hora que estava por ali. Vez ou outra alguns alunos passavam, olhares me circundavam e cochichos eram proferidos, mas prefiro me abster, por isso sentei-me na beira da fonte de pedras à frente de ambas as escolas apenas vendo o movimento ao meu redor.

–Alex?! –Ergo abruptamente a cabeça ao ouvir a voz alta me chamar. Vejo ao longe Kate correndo até mim, com os cabelos ruivos balançando e as sardas brilhando em seu rosto.

–Kate?! Você não tinha ido caçar com a alcatéia? –Pergunto enquanto ela vai diminuindo a velocidade dos passos se sentando ao meu lado na fonte.

–Nós fomos, mas o tempo mudou do nada e tivemos que voltar. Você viu? Do nada uma tempestade, ficamos com medo! –Ela fala com os olhos bicolores de um lado para o outro.

–Então... A mudança, meio que, não foi "do nada". –Digo e ela me olha confusa. –Digamos que tenha o dedo da sua amiga no meio.

–Amiga? –Ela pergunta. –Qual amiga? Única amiga que eu tenho que controla o tempo é a...

–Exatamente! –Digo interrompendo.

–Jillian? Como assim? Ela nunca mexe com a natureza ou coisa assim, sabemos que não devemos interferir nisso. –Ela fala e eu começo a conta-la toda a história de hoje de manhã, desde a briga, até a o real motivo já que Katherine é muito próxima de Jill.

–Entendeu? –Pergunto.

–Nossa... Eu nem sabia que isso ainda afetava tanto ela. –Comenta Kate.

–Pois é. –Digo. –Mas, e a alcatéia como está?

–Estão todos bem, graças à Fenrir! –Ja sei que o nome que ela disse é o deus que rege seu clã. –Embora Lucca pareça extremamente disperso. Ele quase deu de cara com uma árvore hoje, isso nunca acontece!

–Por que ele está assim? –Pergunto.

–Não sei, acho que é alguma coisa com o Kevin. –Ela diz jogando os cabelos pro lado. –Além do mais, ele não é muito do tipo que se abre, entende? Mesmo que sejamos uma família, ele não é de falar muito.

–Que droga!

–Nem me fale. –Ela responde. –Mas, e você, como está depois de ontem?

–Por enquanto bem. To tentando distrair minha mente do que aconteceu, mesmo que depois de amanhã eu seja forçada a viver com mais olhares sobre mim. –Resmungo.

–Fica tranquila! A gente te protege! –Ela diz e eu rio. Olhando para ela ali sentada ao meu lado, eu vejo um desenho em tinta preta, uma tinta bem durável, em sua mão.

–Kate, posso perguntar uma coisa sobre seu clã?

–Pode. –Ela diz recostando a cabeça em meu ombro de forma desleixada.

Escolas Para Seres Sobrenaturais - Apply FicOnde histórias criam vida. Descubra agora