Capítulo 1

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Justin P.O.V 

— Quantas já foram, vagabundo? — sua voz estava tão perto de mim que minha alma quase saiu do meu corpo.

Eu podia sentir meus braços esticando sobre mim, morrendo de vontade de me libertar das correntes que seguravam meus pulsos inúteis bem acima do meu nariz enquanto eu tentava olhar para cima. Eu tinha que estar na ponta dos pés para aliviar a pressão dos ossos e, por um segundo, parecia que minhas mãos poderiam ser arrancadas se eu ousasse colocar os pés no chão frio e áspero abaixo de mim. Quase gritei, mas cerrei minha mandíbula, sabendo o que aconteceria se eu quebrasse o silêncio que ela sempre exigia.

Agora eu sabia o motivo pelo qual não conseguia olhar para cima. Eu estava com os olhos vendados. E pior, eu não conseguia me lembrar se tinha recebido permissão para falar, para responder à pergunta que me tinha sido feita. Quantas já foram? Eu não fazia ideia. Oh Deus, eu perdi a conta? Eu nunca perco a conta. Eu sou um homem morto.

— Acorda, sua putinha! — ela gritou, dando um tapa forte no meu rosto, me fazendo recuar contra a minha vontade.

— Eu fiz uma pergunta! — ela gritou, sua mão agarrando a parte de trás do meu cabelo, tão perto do couro cabeludo que eu sabia que havia perdido um bom punhado pelo menos.

— Sinto muito, senhora... não tenho certeza... — me ouvi choramingar e odiei a maneira como pareci instantaneamente. Deus, estou cansado.

— Você não estava prestando atenção? — ela soltou meu cabelo e eu deixei minha cabeça cair, aguardando sua ira.

Chicote!

Senti uma fatia longa e fina rasgar minhas costas, bem perto da espinha. Cortou minha carne e ralou contra o osso ao mesmo tempo. Eu sei que deveria ter ficado em silêncio, mas de alguma forma eu não tinha controle sobre mim

— Ahhh! — rugi sem restrição, sentindo a umidade nos meus olhos vendados. Meus punhos cerraram acima de mim, tentando afastar a dor mais rapidamente.

— Você é tão patético. — a voz dela acrescentou ao meu desconforto, — Ele é péssimo! — ela disse para alguém por perto.

Então veio o pior momento possível da minha existência.

— Deixe meu pai em paz! — a voz da minha garotinha gritou, com ainda mais dor do que eu pensava estar sentindo.

— Claire! — rosnei, de repente cheio de força para lutar, — Deixe-a ir! Não toque na minha bebê, sua vadia!

— Prestando atenção agora, querido? — ela colocou uma unha na fenda do meu queixo enquanto eu me afastava de seu toque.

— Tínhamos um acordo! — me ouvi dizer antes que eu pudesse pensar. Senti lágrimas escorrendo pelo meu rosto agora, escapando por debaixo da venda.

— Esse acordo foi quebrado no segundo em que você fugiu de mim! — ela interrompeu imediatamente, sua voz cheia de veneno, — Eu te disse, você nunca poderia ter me deixado Justin! Nem na vida, nem na morte. Você é meu e sempre será. Agora você pagará.

— Não, Cla-Senhora, por favor, não! — implorei, puxando tanto meus pulsos que não ficaria surpreso se ambos quebrassem.

— Venha fazer o papai se sentir melhor, querida. — a voz venenosa de Claire era como a de uma cobra e eu senti suas mãos em volta da minha cintura, soltando o que parecia couro apertado, liberando a parte vestida de mim.

Eu gritei, meus pés tentando sair da posição de bailarina em que estavam, mas isso só estava me machucando mais, não me libertando.

— Abra, garotinha. — Claire instruiu e eu senti pequenos suspiros se aproximando da minha virilha.

Colorindo Fora das Linhas | Justin Bieber  [ TRADUÇÃO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora