14-Hora certa

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Terça-feira nós fomos ao cinema, na quarta nós fomos fazer compras e Sina comprou uma camisa do Bob Esponja e outra de um girassol desenhado em preto, o amarelo da blusa pintava a flor. Comprei uma blusa amarela contra a minha vontade, quando Sina fez bico não consegui resistir.

Quarta feira nós fomos em um bairro famoso, Sina me mostrou a casa de algumas celebridades. Foi engraçado, ela disse que havia feito aquilo algumas vezes, mas nunca tinha ficado tão animada.

- Vai derramar o café de novo!- avisei enquanto ela girava na estrada.

- Não vou não- ela levantou os braços, depois deu um giro fazendo o seu café (literalmente) voar da sua mão- ops!

- Por que você nunca me escuta?- cruzei os braços encostando no carro.

Ela correu até mim e me abraçou, colocando a cabeça no meu peito.

- Já está escurecendo, vou te levar pra casa- ela me apertou mais forte.

- Não, espera mais um pouco- Sina pediu.

- Você ficou com essa de espera um pouco na terça e nós chegamos na sua casa dez horas da noite- ela riu e me soltou.

Abri a porta do carro e ela entrou, seguimos o caminho até a sua casa lembrando de como ela quase foi expulsa da sala de cinema.

- Prontinho- olhei para o lado, Sina estava de olhos fechados- o que foi?

- Pode esperar dois minutos?- ela colocou a mão na minha perna- puta merda- disse com os dentes cerrados.

- Sina o que foi?- segurei a mão dela.

- Acho que...- ela respirou fundo, mas não terminou de explicar.

- Fala Si! Fala alguma coisa!- fiquei nervoso, mas ela apertou minha mão.

- Tá tudo bem- ela abriu os olhos e sorriu fraco para mim- tá tudo... certo.

Ficamos em silêncio, nossas mãos juntas e a respiração dela ofegante.

- Foi a batata- frita que eu roubei do seu prato- ela riu fraco.

- Uma batata não faria isso- falei sério- tá melhor?

- Tô- ela suspirou.

Sina pegou sua mochila no banco de trás e desceu do carro.

- Boa noite Urrea- ela disse ainda ofegante.

Dei a volta no carro e a peguei no colo, descendo-a na frente da porta da sua casa. Enquanto esperávamos, segurei a cintura dela, que tentava esconder de mim uma cara de dor.

- Tá chorando?- virei seu rosto para mim- por que...

Ela me abraçou forte, o abraço mais apertado e aconchegante que eu já tinha recebido. Senti suas lágrimas molharem meu ombro, mas nem me importei. A porta da casa abriu, e Sina se separou de mim.

- Boa noite Urrea- ela falou sorrindo.

- Boa noite Sina- respondi com a voz embargada.

Eu não sabia o que estava acontecendo, na verdade, eu tinha medo de descobrir. Fui para a minha causa tentando pensar no que causava dor na Sina, tentei traçar um plano para tirar a dor dela e... por em mim se fosse necessário.

Cheguei em casa e minha família jantava na cozinha, dei um beijo rápido na minha irmã e na minha mãe e saí.

- Não está com fome?- Wendy gritou.

- Boa noite!- foi o que eu respondi antes de bater a porta.

Tomei um banho e me joguei na cama.

Happier🌻NoartOnde histórias criam vida. Descubra agora