Amor em Alta Velocidade - 3ª Temporada

Capitulo 22

Quando eu desligo a chamada com o Hayden, deixo cair o meu telefone, de repente esvaziadas todas as minhas forças.

A perspetiva de enfrentar o Ryan novamente faz meu sangue esfriar, e me faz imaginar o pior.

É nossa culpa que ele esteja atrás das grades, e já tentou fazer-nos pagar por isso.

Pensando nisso, endireito-me de repente, e o meu primeiro reflexo é ir ver o Owen.

O Ryan está ciente da sua existência? O meu filho está em perigo?

Incapaz de ir para a cama no meu quarto, fiz uma cama improvisada no chão e acabei adormecendo perto do berço do meu filho.

No dia seguinte...

Eu dou ao Hayden um olhar de canto enquanto ele espera comigo na frente da guarda encarregada de verificar a identidade dos visitantes e de revista-los.

JULIETA: Ele ainda não disse nada, exceto que me quer ver?

HAYDEN: Não, mas vamos ter algumas respostas em breve. Você vai ficar bem? Deixou o Owen com a Lisa?

JULIETA: Não, com o Allan. Eu certamente não iria trazê-lo aqui.

O guarda finalmente nos leva através do detetor de metais e guarda nossas chaves e jóias, então outra pessoa nos leva para uma sala.

O Ryan ainda não está presente, e eu inspiro para tentar me acalmar as batidas frenéticas do meu coração.

HAYDEN: Você não vai ficar sozinha, respire, vai ficar tudo bem.

A segunda porta da sala finalmente se abre e o Ryan aparece, mãos algemadas na frente dele, com seu uniforme de prisioneiro.

Assim que ele me vê, um sorriso estica seus lábios finos, enquanto seus olhos de aço me deixam imobilizada.

RYAN: Julieta! Que prazer vê-la novamente.

Ele levanta as mãos em sua frente, parecendo falsamente irritado.

RYAN: Mesmo que as circunstâncias sejam o que são.

Um dos dois guardas que trouxe Ryan faz ele sentar-se na cadeira prevista para este fim, em seguida, recua para aproximar-me da parede atrás dele.

O Hayden me convida a sentar-me também, e eu me encontro na frente do Ryan, uma mesa simples separando-nos.

Posso sentir os seus pés a alguns centímetros dos meus, vejo as suas mãos muito perto das minhas na mesa.

RYAN: Então, como está você? Não muito bem, eu acho.

JULIETA: O que você sabe, Ryan?

Eu posso ver muito claramente que o Ryan está apreciando a sua posição de força, fazendo-me esperar mais do que o necessário antes de falar o que sabe.

RYAN: Como está o seu filho?

Esperava que ele não soubesse... obviamente, não estou surpreendida, mas não posso deixar de ter medo.

JULIETA: Ele está muito bem, obrigado.

RYAN: No entanto, acho que não é esse o caso do seu marido, é?

Ele sorri, e tenho de me segurar para não atirar meu café nele.

HAYDEN: Sr. Carter, não viemos aqui para assistir a um dos seus atos de fala mansa. Você nos disse que tinha algumas informações interessantes sobre o Daryl Ortega. Que você nos diria se a Julieta estivesse presente. Está feito, então, por favor, podemos ir direto ao assunto?

JULIETA: O que você quer em troca de tudo isso, Ryan?

RYAN: A satisfação de ter ajudado vocês?

Um pequeno sorriso estica os lábios do Ryan, indicando que ele está rindo de nós.

HAYDEN: Sr. Carter, o senhor está desperdiçando o nosso tempo, então se puder dizer-nos claramente o que você quer.

RYAN: É muito simples. Quero que a minha sentença seja alterada para a prisão perpétua.

Eu abro bem os olhos, enquanto sinto Hayden tenso perto de mim.

HAYDEN: Está brincando, certo? Depois do que aconteceu...

RYAN: Estou falando sério, mas se você não estiver, nossa entrevista vai acabar.

Ele coloca ambas as mãos na mesa, então finge endireitar-se, mas estendo meu braço para agarrá-lo pelo pulso.

JULIETA: Não, espera.

RYAN: Só se este querido 'Nathan' aqui mostrar um pouco mais de respeito por mim.

O Hayden olha rapidamente para mim, suspira, e levanta a mão para pedir desculpas.

HAYDEN: Continue, Sr. Carter, e prometo que não volto a interrompe-lo.

RYAN: Pelo que ouvi por aqui, o corajoso Daryl estava um pouco curioso demais e vasculhou os assuntos da tríade. Primeiro em Los Angeles, antes de subir um pouco mais até ao topo da cidade de Nova York.

O Ryan dá uma pausa deliberada, olha para as suas unhas distraidamente, e retoma com uma voz ainda mais leve.

RYAN: Então, para resolver o problema, porque os nossos amigos na tríade não gostam deste tipo de bisbilhotice... foi decidido removê-lo primeiro, depois ver o que podia ser feito com ele. A priori, não muito, e a vida dele está pendurada por um fio.

Quando ouço este comentário, o meu coração se quebra em mil pedaços e ponho a mão na boca.

JULIETA: O que eles fizeram com ele?

RYAN: Certamente nada de bom. Como te disse, eles não gostam de bisbilhoteiros.

HAYDEN: Você não está nos dizendo nada que já não saibamos, Sr. Carter.

RYAN: Não, isso é verdade, mas ainda tenho a solução para o seu problema. Certamente, os meus amigos na tríade realmente não gostam de bisbilhoteiros... mas, basicamente, o Daryl não é de importância para eles, uma vez apagado, ele será imediatamente esquecido. Por outro lado, eles estariam muito mais interessados em outra pessoa.

JULIETA: Não está sugerindo que façamos a troca contigo?!

RYAN: Oh, Deus, não. Não consigo imaginar o que me fariam se eu caísse nas mãos deles. Mas antes de continuarmos, quero ter a certeza de que o que vou fazer vai aliviar a minha dor. Eu quero que minha pena seja reduzida a prisão perpétua, em primeiro lugar. Para o resto, veremos mais tarde.

HAYDEN: Está falando sério, Carter? Não tenho autoridade para tomar esse tipo de decisão.

RYAN: Então descubra como fazer isso agora, porque a minha oferta só vai durar um dia, e é hoje.

Viro-me para o Hayden, que suspira e se levanta. Ele pede aos guardas que se aproximem do Ryan e o observem o mais de perto possível, enquanto ele sai com o telefone na mão.

O Ryan e eu nos observamos por um tempo, sem dizer nada.

JULIETA: Como é que soube disto tudo, Ryan?

RYAN: Eu te disse, tenho bons informantes, e mesmo na prisão, as noticias viajam depressa.